No relatório desta semana, as projeções dos economistas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano continuam subindo (de 3,96% para 3,98%). A previsão para a inflação em 2025 também aumentou (de 3,80% para 3,85%).
Esses números podem desencadear um alerta no mercado, que tem se preocupado com o aumento dos preços, mesmo com a mudança de rumo do Banco Central ao optar por manter os juros mais elevados.
Para a Selic deste ano, a mediana das expectativas permaneceu no mesmo patamar após subir na semana passada, em 10,50% ao final de 2024.
No Termômetro Valor Investe Copom, a maioria dos traders acredita que a Selic será mantida em 10,50% na próxima reunião. Ou seja, se o BC mantiver esse comportamento até o final do ano, o fim do ciclo de cortes terminaria no mesmo patamar projetado no Focus.
Por volta das 11h, o papel indexado à inflação com vencimento em 2029 rendeu rentabilidade real de 6,28%, pouco abaixo dos 6,29% oferecidos na sessão anterior. Entre os pré-fixados, destaca-se o título com vencimento em 2031, que paga 12,16% ao ano na mesma época.
Vale lembrar que as taxas e os preços dos títulos são inversamente proporcionais. O que significa que, tanto nos títulos prefixados quanto nos indexados ao IPCA, quanto maior a taxa, menor o preço e vice-versa. Quando as taxas sobem, portanto, apesar de ser uma boa notícia para quem vai investir — pois garante maior rentabilidade se mantiver o investimento até o vencimento, o valor de mercado dos títulos diminui, o que implica uma perda temporária para quem possui os títulos na carteira.
O que esperar esta semana?
Nesta terça-feira (25), o mercado terá acesso à ata do Copom, que deverá dar maiores sinais de como a autoridade monetária vê o horizonte para as próximas reuniões que decidirão a trajetória da taxa básica de juros.
Antevisão da inflação e dados do mercado de trabalho no Brasil e da inflação nos Estados Unidos são alguns dos dados que também estão no radar dos investidores.
Até o momento, as ações permanecem em níveis considerados atrativos para analistas de renda fixa. No caso dos ligados à inflação, são recomendados para proteger a carteira de aumentos de preços, além de mais de 6% serem vistos como oportunidade por especialistas —para quem compra.
Prefixos de curto prazo também são recomendados, com um pouco mais de cautela. Para quem já tem títulos públicos em carteira, antes mesmo das altas dos últimos dias, a melhor forma de não perder dinheiro é manter o investimento até o vencimento.
Desempenho do Tesouro Direto nesta segunda-feira (24)
Título | Rentabilidade anual | Investimento mínimo | Preço unitário | Maturidade |
TESOURO PREFIXADO 2027 | 11,52% | R$ 30,40 | R$ 760,09 | 01/01/2027 |
TESOURO PREFIXADO 2031 | 12,16% | R$ 33,26 | R$ 475,16 | 01/01/2031 |
TESOURO PREFIXO com juros semestrais 2035 | 11,94% | R$ 37,59 | R$ 939,89 | 01/01/2035 |
TESOURO SELIC 2027 | SELIC + 0,0861% | R$ 149,62 | R$ 14.962,59 | 01/03/2027 |
TESOURO SELIC 2029 | SELIC + 0,1570% | R$ 148,87 | R$ 14.887,86 | 01/03/2029 |
TESOURO IPCA+ 2029 | IPCA + 6,28% | R$ 31,95 | R$ 3.195,10 | 15/05/2029 |
TESOURO IPCA+ 2035 | IPCA + 6,30% | R$ 44,33 | R$ 2.216,81 | 15/05/2035 |
TESOURO IPCA+ 2045 | IPCA + 6,31% | R$ 36,15 | R$ 1.205,09 | 15/05/2045 |
TESOURO IPCA+ com juros semestrais 2035 | IPCA + 6,30% | R$ 42,36 | R$ 4.236,11 | 15/05/2035 |
TESOURO IPCA+ com juros semestrais 2040 | IPCA + 6,24% | R$ 42,97 | R$ 4.297,29 | 15/08/2040 |
TESOURO IPCA+ com juros semestrais 2055 | IPCA + 6,29% | R$ 41,76 | R$ 4.176,98 | 15/05/2055 |
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