Confrontado com um forte movimento global em direcção a uma economia de baixo carbono, o mundo precisa de mais políticas industriais verdes que dêem sinais claros de que os decisores estão no caminho certo para a transição energética.
- Acompanhe: Evento em NY discute o papel do Brasil e dos EUA na liderança da transição energética
Essas são as principais conclusões do painel “Por que a transição energética é tão crucial”, mediado pela repórter especial Daniela Chiaretti, durante o Brasil-EUA Climate Impact Summit 2024, evento promovido pela Valor e pela Amcham na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York.
Carolyn Kissane, especialista em geopolítica da Universidade de Nova Iorque, alerta para a crescente procura de energia, especialmente no sector das tecnologias de informação. O excedente de energia no mercado brasileiro pode ser uma oportunidade estratégica para descarbonizar esse segmento, já que o consumo de energia elétrica das gigantes da tecnologia, necessária para processar bilhões de dados em microssegundos, tende a crescer exponencialmente.
Ela afirma que o mundo precisa aumentar a capacidade instalada de fontes renováveis e maior utilização de biocombustíveis e alerta para a urgência da implementação de um sistema de tributação e precificação de carbono, mas reconhece a resistência que esta proposta ainda enfrenta por parte dos consumidores. “A nível global, será um enorme desafio, mas em contextos regionais, poderá tornar-se uma realidade.”
Na diretoria de transição energética, David L. Goldwyn, presidente da Goldwyn Global Strategies, destaca que é importante que o Brasil se apresente como um player-chave, uma vez que possui abundância de recursos naturais necessários em comparação com outras economias do mundo.
Ele destaca que o país, por ser uma democracia com matriz energética renovável acima da média global e baixo custo marginal de produção, é visto como protagonista no cenário de emergência climática.
Numa perspetiva mais global, a Europa e a China implementaram pacotes verdes com políticas para o setor. O mais notável desses projetos está acontecendo nos EUA, com a Lei de Redução da Inflação (IRA), que garante investimentos na agenda climática visando atrair recursos para o segmento de energia limpa.
Contudo, Goldwyn destaca que as eleições americanas são um ponto de dúvida sobre como o mundo continuará nesta jornada. “Se Donald Trump vencer, deverá sair do Acordo de Paris (…) e poderá criar muita turbulência, além da retirada de subsídios. Se Kamala Harris vencer as eleições, os democratas poderão promover uma expansão dos subsídios”.
O chefe de pesquisa da BloombergNEF North America, Thomas Rowlands-Rees, diz que as grandes empresas petrolíferas têm vendido activos sujos e apostado milhares de milhões em novas áreas energéticas. Apesar dos progressos na transição, ele não considera que seja uma vitória, uma vez que a procura por combustíveis fósseis ainda permanece elevada.
“Há uma transição, mas estas empresas continuam a ser petrolíferas. Isto não é uma vitória, porque estão a vender activos a outras empresas que continuam a produzir petróleo”, relata.
Mas, para ele, investir apenas no petróleo poderá ser uma “estratégia duvidosa” para as empresas do setor, já que há uma revolução dos veículos elétricos, liderada pela China.
A Petrobras se enquadra nesse contexto. A empresa alterou o seu plano estratégico e quer voltar ao setor das energias renováveis e ter mais relevância nos biocombustíveis. O diretor executivo de transição energética e sustentabilidade da Petrobras, Maurício Tolmasquim, disse que a empresa já reduziu suas emissões absolutas de gases de efeito estufa em 40% e suas emissões de gases metano em 70%. A empresa destinará 11% dos seus investimentos para a transição energética.
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