A caderneta de poupança é a aplicação preferida quando o objetivo é ilustrar a falta de educação financeira dos investidores brasileiros.
Afinal, por que tantas pessoas ainda deixam seus recursos na caderneta de poupança se existem tantas opções mais rentáveis? Entre janeiro e junho de 2024, por exemplo, um investimento hipotético de R$ 10 mil em poupança teria rendido R$ 285.
O mesmo valor investido em uma aplicação com rentabilidade atrelada a 100% da variação do Certificado de Depósito Interbancário (CDI) teria proporcionado ganhos de R$ 440. Mesmo descontando o imposto de renda, a alternativa teria rendido cerca de 20% a mais que a poupança.
Atualmente, o CDI tornou-se o índice das aplicações financeiras de renda fixa. Porém, na prática, não é tão simples encontrar um investimento que retorne 100% do CDI. Pelo menos, com um risco semelhante ao da caderneta.
Os fundos de investimento que investem apenas em títulos públicos possuem taxa de administração. Esse custo reduz o ganho do investidor.
Os certificados de depósitos bancários (CDB) com liquidez imediata emitidos por bancos de primeira linha também rendem frequentemente menos de 100% do CDI. E as taxas variam de acordo com o prazo e o volume de investimento.
O Tesouro Selic, no Tesouro Direto, rende aproximadamente 100% do CDI. Mas o investidor está sujeito ao custo de custódia dos títulos e à diferença entre o preço de compra e venda no mercado. Na prática, isso poderia acabar reduzindo a rentabilidade para menos de 100% do CDI.
O investidor, então, fica com uma parte justa. A poupança comprovadamente rende menos de 100% do CDI, mas não é simples encontrar um investimento de baixo risco e com ganhos iguais ao índice.
Neste ponto, em muitas ocasiões, começa a “deseducação financeira”. Em vez de explicar ao investidor que a grande vantagem das aplicações financeiras conservadoras sobre a poupança é o crédito diário da renda, o assunto da conversa muda e a discussão passa a ser como ganhar mais que o CDI.
Alternativas mais arriscadas
Uma primeira possibilidade são títulos emitidos por instituições financeiras que atuam em determinados nichos de mercado ou que não possuem canais amplos para distribuição de seus produtos. A remuneração acima do CDI, nesses casos, compensa o maior risco da atividade operacional da instituição ou a ausência de rede de agências.
Invariavelmente, nesses casos o gatilho é a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). É um exemplo de deseducação financeira, pois o objetivo do FGC é garantir a estabilidade do sistema financeiro brasileiro. Garantir depósitos com valores de até R$ 250 mil é uma das ferramentas para garantir essa estabilidade.
Uma segunda possibilidade de ganhar mais que o CDI são os títulos de crédito privado. Caso o investidor opte por um fundo de investimento, ele tende a pagar uma taxa de administração mais elevada do que um fundo DI, além de uma taxa de performance.
O problema, neste caso, pode ser o desequilíbrio na relação entre risco e retorno. Se o custo do fundo for muito elevado, a participação do investidor no risco acaba não compensando o maior retorno potencial.
Se a alternativa for o investidor montar a sua própria carteira de títulos de crédito privado, para evitar o custo das taxas de gestão e do desempenho dos fundos, a deseducação financeira pode tornar-se mais grave. Os fundos de crédito privados têm uma capacidade muito maior de diversificar o risco do que um investidor individual.
Uma terceira possibilidade são as chamadas operações estruturadas. Por exemplo, é possível combinar operações de compra e venda de diferentes ativos, inclusive nos mercados futuros e de opções, para proporcionar retornos acima da variação do CDI.
Porém, para que o ganho realmente aconteça, os cenários imaginados na estruturação da operação deverão se concretizar. Como não há garantia de que isso acontecerá, o ideal é mostrar ao investidor um leque de possibilidades e os resultados de operações semelhantes realizadas no passado.
O risco concreto da má educação financeira é encorajar os investidores a abandonarem as suas contas poupança e a participarem em operações altamente arriscadas e desconhecidas.
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