Perante o desafio da transição demográfica, a ascensão da inteligência artificial não só oferece uma promessa de alívio dos efeitos adversos, mas também aponta para um futuro mais próspero. Inteligência artificial Getty Images A transição demográfica — ou o envelhecimento da população, associado à taxa de natalidade mais baixa – emergiu como um desafio significativo para diferentes economias nos últimos anos. Isto porque levanta preocupações sobre o impacto negativo no PIB, na produtividade e no potencial de crescimento a longo prazo. A ascensão da inteligência artificial (IA), no entanto, apresenta uma perspectiva promissora para mitigar estes efeitos adversos e até mesmo impulsionar o progresso económico no meio desta transformação populacional. Uma das principais áreas em que a IA pode compensar, em certa medida, os impactos económicos do envelhecimento da população é o mercado de trabalho. Com o aumento da proporção de pessoas inativas em relação à população em idade ativa, surgem pressões sobre os sistemas de segurança social e de saúde, além de uma potencial diminuição da disponibilidade de mão de obra. Isto pode resultar numa redução da produtividade e do crescimento, uma vez que menos pessoas estão disponíveis para contribuir para a produção e a inovação. Para resolver isto, a IA apresenta-se como um agente potencialmente compensatório. A automatização de tarefas rotineiras e repetitivas através de tecnologias inteligentes liberta recursos humanos para atividades de maior valor acrescentado, permitindo que os indivíduos se concentrem em atividades específicas para as quais possuem competências. É uma forma de não só aumentar a eficiência do trabalho humano, mas também de permitir que as empresas operem de forma mais eficiente, reduzindo custos e aumentando a sua competitividade. Na verdade, os investimentos em automação inteligente têm o potencial de gerar ganhos substanciais de PIB e de produtividade. Um estudo recente da Goldman Sachs estima um aumento de 7% no PIB global (perto de 7 biliões de dólares), com um aumento de 1,5 pontos percentuais no crescimento da produtividade, ao longo de 10 anos. Num outro relatório do McKinsey Global Institute, estima-se um aumento de 13 biliões de dólares até 2030, aumentando o crescimento anual em 1,2%. Os principais canais seriam a substituição da mão de obra pela automação e o aumento da inovação em produtos e serviços. Portanto, para maximizar esse potencial, é necessário superar desafios como a qualificação profissional e a criação de um ambiente regulatório adequado. A utilização inteligente da tecnologia também pode desempenhar um papel importante na promoção da inclusão e na redução das desigualdades. Ao proporcionar acesso a novas oportunidades de emprego e educação, bem como a serviços e produtos mais personalizados, melhora o bem-estar económico e social dos indivíduos e das comunidades. Na educação, a computação cognitiva já está sendo utilizada para adaptar o ritmo e o conteúdo de acordo com as necessidades individuais de cada aluno. Isto inclui identificar os alunos que necessitam de apoio adicional, permitindo intervenções oportunas por parte dos professores. No sector da saúde, a tecnologia tem sido utilizada para tornar este serviço mais barato, um desafio social e político persistente. Por exemplo, o diagnóstico precoce de doenças e a personalização dos tratamentos aumentam as chances de cura e reduzem os custos do tratamento. Além disso, a monitorização remota de pacientes tem o potencial de prevenir hospitalizações desnecessárias, enquanto a análise de grandes conjuntos de dados contribui para a identificação de novos alvos para medicamentos e vacinas, acelerando assim o processo de desenvolvimento e descoberta. Finalmente, no mercado de trabalho há muita discussão sobre os impactos negativos diretos do “efeito substituição” do trabalho humano. Contudo, é mais trabalhoso compreender e estimar os impactos positivos que podem surgir tanto da “criação/reinvenção de empregos” como dos ganhos de rendimento real proporcionados pelas novas tecnologias. Seguindo a literatura empírica sobre a mudança tecnológica e o seu impacto no emprego, os avanços tecnológicos resultam na produção de bens e serviços de maior qualidade a preços mais baixos, o que aumenta o rendimento disponível. Isto, por sua vez, impulsiona a procura de novos produtos, criando uma procura de mão-de-obra nos sectores correspondentes. Em resumo, face ao desafio da transição demográfica, a ascensão da inteligência artificial não só oferece uma promessa de alívio dos efeitos adversos, mas também aponta para um futuro mais próspero. Ao automatizar tarefas rotineiras e impulsionar a inovação, a IA mitiga as mudanças demográficas e transforma radicalmente o cenário económico. Em vez de ser o fim do trabalho, a automação revela-se como a sua evolução, ampliando o leque de oportunidades e abrindo caminho para um futuro melhor. *Marco Antonio Caruso é economista-chefe do PicPay Mais Lidos
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