Uma postagem viralizou esta semana na rede social X, antigo Twitter, com um chefe chamando a geração Z de “mimada demais para trabalhar”. Ela explicou uma situação em que pediu a um funcionário desmarque uma consulta no dentista, o que teria feito o profissional chorar. A postagem gerou um debate nas redes sociais sobre o comportamento. da dirigente, que, na mesma postagem, disse que iria demitir “a pessoa”. Afinal, essa conduta é correta?
A Geração Z refere-se às pessoas nascidas entre 1995 e 2010. Segundo diversas pesquisas, é vista como um grupo que busca uma vida mais equilibrada, com ambição seletiva em relação à carreira. Zs são considerados menos flexívelde acordo com uma pesquisa da Talent Academy.
Além disso procurar Monitor de trabalho 2024, da Randstad, destaca que quase a metade deste público Z (40%) acredita que seu empregador não entendo sua geração.
Na publicação, o chefe se refere a um funcionário que chorou depois que o dirigente pediu para ele cancelar um dentista por falta de outro funcionário, também da mesma geração. Veja a postagem:
Ó Valor procurou o suposto autor da publicação, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem. O espaço permanece aberto.
A postagem ganhou repercussão e resultou em centenas de comentários:
“Eu realmente me pergunto se os dois estivessem doentes, o que ela faria? Pedir para alguém ficar doente porque não é possível que todos fiquem doentes no mesmo dia?” disse um usuário.
“O outro ficou doente e não respondeu.” A satisfação não é mais dizer que está doente?”, escreveu outro.
A conduta do chefe está correta?
Segundo profissionais de gestão e advogados trabalhistas entrevistados pela Valoro comportamento não é correto e, além de depreciativo, também pode gerar consequências para todos os envolvidos: o colaborador, a liderança e também a empresa.
Fábio Cassettari, sócio-diretor do Career Group, empresa de outplacement profissional, explica que a conduta do chefe no cargo parece refletir uma abordagem rígida e punitiva. “Embora seja compreensível que a gestão exija comprometimento e responsabilidade dos colaboradores, a forma como a situação foi conduzida pode não ter sido a mais adequada”, afirma.
Cassettari destaca que uma abordagem inflexível pode levar a um ambiente de trabalho hostil, além de gerar outras consequências, como:
- Alta rotatividade: Colaboradores insatisfeitos tendem a procurar outras oportunidades, aumentando os custos de recrutamento e formação;
- Baixa moral: Um ambiente de trabalho hostil pode diminuir o moral e o envolvimento dos funcionários, impactando negativamente a produtividade;
- Reputação negativa: Empresas conhecidas por práticas de gestão inflexíveis podem ter dificuldade em atrair novos talentos, especialmente da Geração Z, que valorizam o bem-estar e a flexibilidade.
Além disso, generalizando o conduta individual como toda a Geração, também é um erro, explica Jacqueline Resch, consultora e sócia fundadora da Resch RH. “Não que esse tipo de conduta não ocorra ocasionalmente, mas pensar na geração Z como ‘mimada’, preguiçosa, é um rótulo que não cabe”, ressalta.
Jacqueline destaca ainda que, Nestes casos, como o do post, é necessário diálogo e a busca por um solução conjuntaentender a urgência do médico (caso o funcionário esteja com dor, por exemplo), onde é a consulta (caso o funcionário dependa do SUS, onde o tempo de consulta é maior ou se o dentista tem mais flexibilidade).
“Temos que ter cuidado com esse julgamento antecipado de ‘ah, a pessoa não pode escolher um dentista’, até porque, às vezes, o gestor tem acesso a um dentista particular e, às vezes, o funcionário não. acontecer dos dois lados, então acho que essa situação merece o diálogo e a busca de uma solução conjunta para resolver o problema”, finaliza.
Outro ponto é que, além dos impactos relacionados à obra em si, há consequências legais que pode ser adotada, segundo Lucas Mota, advogado trabalhista da DCM Advocacia.
“Este tipo de partilha pode constituir uma afronta ao dever de civilidade, respeito, lealdade e boa-fé que deve existir num contrato de trabalho, cujo cumprimento é obrigatório tanto para funcionário quanto a empregador, durante a vigência do contrato e mesmo após a sua rescisão. Portanto, quando uma exposição é realizada dessa forma, essa barreira pode ser superada e acabar afetando os direitos da personalidade do trabalhador”, afirma o advogado.
O resultado disso pode ser um dano moral ao trabalhador. “Uma vez comprovado que a exposição ocorreu de forma direcionada, atingindo bens legalmente protegidos como: nome, honra, imagem, vida privada, etc., surge o dever de indenizar por parte do empregador”, destaca.
A responsabilidade por este tipo de conduta, explica Mota, cabe principalmente sobre a empresa, uma vez que, segundo o princípio da alteridade, o empregador é quem assume os riscos da atividade empresarial, devendo nesta situação responder pelos atos dos seus empregados. É por isso, mesmo que o dano seja causado por chefe ou colega de trabalhoa empresa deve responder, pois tem o dever de manter um ambiente de trabalho saudável e livre de qualquer dano aos seus colaboradores.
Mas há também o entendimento na esfera trabalhista e na esfera penal de que também há responsabilidade direta do causador do dano, na situação em que sua conduta seja comprovada. Nesse caso, o empregado poderá ser condenado a reembolsar parte do valor que a empresa teve que pagar como indenização.
Com isso, Cassettari ressalta que esta conduta adequada deve ser aplicada em todas as instâncias da organização, desde o CEO até os chefes de cada setor. “A liderança pelo exemplo é fundamental para a cultura organizacional. Quando os executivos seniores demonstram empatia, flexibilidade e foco em resultados, essas práticas tendem a ser replicado em toda a estrutura hierárquica”, destaca.
A conduta mais adequada, neste caso, seria uma abordagem que equilíbrio O precisar cumprir responsabilidades profissionais com o entendimento as necessidades pessoais dos funcionários, explica Cassettari. Uma estratégia eficaz, disse ele, poderia incluir:
- Flexibilidade: Implementar políticas que permitam maior flexibilidade nos compromissos pessoais;
- Gestão por resultados: Foco na entrega de resultados e metas, permitindo que os colaboradores administrem seu tempo de forma mais autônoma.
Segundo Cassettari, a adoção de práticas de gestão mais humanizadas não só melhora o ambiente de trabalho, mas também pode resultar em benefícios económicos substanciais, como maior retenção de talentos, aumento de produtividade e reputação positiva que atrai os melhores profissionais do mercado.
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