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No “teste de Turing”, o modelo GPT4 da OpenAI foi identificado como interlocutor humano 54% das vezes ChatGPT Getty Images Pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Diego, nos Estados Unidos, disseram que o ChatGPT da OpenAI é a primeira inteligência artificial a passar no “Teste de Turing”. Este teste, proposto pelo matemático britânico Alan Turing em 1950, avalia a capacidade de uma IA apresentar um comportamento inteligente equivalente ou indistinguível ao de um ser humano. ChatGPT, Gemini e Copilot: como usar IA no trabalho? ChatGPT está instável: entenda as mudanças na plataforma Startup Anthropic lança Claude 3.5 para competir com ChatGPT, da OpenAI. Nele, uma pessoa, um computador e um interrogador humano (juiz) são mantidos em salas separadas e só podem se comunicar por meio de texto impresso. A máquina e o ser humano conversam entre si, e o juiz analisa o conteúdo e tenta distinguir quem é a máquina e quem é o humano. Trazendo a avaliação para a realidade atual, os investigadores pediram a 500 pessoas que falassem com quatro agentes diferentes, três IAs e um humano. As IAs eram ChatGPT-4, ChatGPT-3.5 e um programa de chat da década de 1960 chamado ELIZA. Os participantes entraram em uma sala de bate-papo e foram informados de que precisavam convencer a outra pessoa de que eram humanos ou descobrir com quem estavam conversando. Eles conversaram durante cinco minutos e depois foram questionados se achavam que estavam lidando com um computador ou com um ser humano, por que pensavam isso e quão confiantes estavam. No caso do ELIZA, foi rotulado como humano em 22% das vezes. ChatGPT-3.5 em 50% e ChatGPT-4 em 54%. Em relação às pessoas de carne e osso, os participantes só as identificaram em 67% das conversas. O Daily Mail destaca que os resultados, por enquanto, estão contidos num artigo pré-impresso, o que significa que aguardam revisão por pares. Mas se confirmada, esta seria a primeira forte evidência de que uma inteligência artificial passou no teste de Turing tal como Alan Turing imaginou. ELIZA ELIZA foi incluída no estudo para testar o chamado “efeito ELIZA”, que é a ideia de que os humanos podem atribuir características semelhantes às humanas até mesmo a sistemas muito simples. Mas o fato de as pessoas terem sido enganadas pelo ChatGPT e não pelo ELIZA sugere que esse resultado não é trivial. Os pesquisadores também apontam que a mudança na percepção do público sobre a IA pode ter alterado os resultados que deveriam ser esperados do teste de Turing. “À primeira vista, a baixa taxa de aprovação humana pode ser surpreendente. Se o teste mede a semelhança humana, os humanos não deveriam ser 100%?” eles perguntaram. O relatório do Daily Mail observa que em 1950 esta suposição faria todo o sentido, uma vez que num mundo sem IA avançada assumiríamos que qualquer coisa que pareça humana é humana. Mas à medida que nos tornamos mais conscientes da IA e a nossa confiança nela aumenta, é provável que identifiquemos erroneamente os humanos como IA. Outra questão a ter em conta é que os investigadores reconhecem que existem críticas válidas e antigas ao teste de Turing. “Fatores estilísticos e socioemocionais desempenham um papel mais importante na aprovação no teste de Turing do que as noções tradicionais de inteligência”, enfatizaram. No experimento atual, os participantes eram mais propensos a citar o estilo, a personalidade e o tom como razões para identificar o orador como um robô do que qualquer coisa associada à inteligência. Da mesma forma, uma das estratégias mais bem-sucedidas para identificar robôs foi perguntar sobre experiências humanas, o que funcionou 75% das vezes. Isto sugere que o teste de Turing não prova realmente que um sistema é inteligente, mas sim mede a sua capacidade de imitar ou enganar os humanos. Na melhor das hipóteses, os pesquisadores sugerem que ele fornece suporte “probabilístico” para a afirmação de que o ChatGPT é inteligente. Mas isto não significa que o teste de Turing seja inútil, já que a equipa responsável pela nova experiência observou que a capacidade de se fazer passar por humanos terá enormes consequências económicas e sociais. Mais Lidos
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