O conhecido Teatro Amazonas, em Manaus (AM), esteve mais movimentado que o normal na última terça-feira, 11 de junho. Não foi apenas a atuação impecável do saxofonista Leo Gandelman junto à Orquestra Filarmônica do Amazonas, sob a batuta do maestro Otávio Simões, que trouxe centenas de pessoas de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e vários falantes de espanhol e inglês ao atrativo turístico . Foi também onde aconteceu o coquetel de relacionamento promovido pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) no primeiro dia da sua Semana da Sostenabilidade (Semana da Sustentabilidade), que, este ano, aconteceu na capital amazonense.
“É uma grande oportunidade de conhecer e compreender os desafios da Amazônia por dentro para que possamos pensar em soluções. E não simplesmente importar soluções prontas para a região”, comenta James Scriven, presidente do BID Invest, unidade de investimentos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Essa foi a ideia na escolha da cidade para sediar seu evento semestral.
Mais de 900 pessoas compareceram presencialmente ao Centro de Convenções Vasco Vasques durante os três dias. Os voos de São Paulo e Brasília para Manaus ficaram lotados no dia 10 de junho, quando centenas de executivos, especialistas, entidades não governamentais, representantes do setor financeiro, do mercado de capitais e de grandes empresas viajaram para marcar presença no evento.
No palco, cerca de 50 painéis preencheram a programação, enquanto do lado de fora, no grande salão do espaço do evento, as pessoas mal davam 10 passos sem encontrar alguém conhecido. “Foi, sem dúvida, um grande momento de networking”, disse um especialista em Sustentabilidade.
Durante a Semana da Sustentabilidade, o BID Invest promoveu ativamente conexões entre bancos, investidores, empresas e os projetos mapeados na região. A maioria dos painéis foi pensada para mostrar o potencial da Amazônia. Também foram organizadas algumas visitas para conhecer projetos financiados pelo banco multilateral na cidade e que podem servir de inspiração para novos negócios na região.
“É importante não ditar o que a Amazônia precisa, mas ouvir o que as pessoas e as empresas locais nos dizem que precisam. E, com isso, co-criar o futuro da economia, do trabalho e do desenvolvimento na Amazônia”, comenta James Scriven, CEO do BID Invest.
Almir Suruí, liderança indígena brasileira do povo Paiter Suruí, de Rondônia, chamou a atenção dos presentes durante o painel do qual participou sobre o baixo número de representantes indígenas no evento. “É preciso criar espaços, criando espaços para que os povos indígenas participem das decisões.” E fez um apelo para que os indígenas também sejam considerados em projetos de bioeconomia na Amazônia.
“Precisamos criar políticas que possam apoiar os empreendedores indígenas. Vejo que a maior ameaça da floresta é porque hoje não há geração de emprego e renda. Mas os povos indígenas têm um grande potencial em seu território, só precisam ser apoiados”, afirma Suruí.
O líder indígena reforçou que as políticas públicas precisam identificar como levar em conta as iniciativas indígenas no plano de desenvolvimento sustentável local.
Os povos indígenas possuem conhecimentos que podem contribuir para o desenvolvimento sustentável e as mudanças climáticas. A Amazônia pode se tornar uma região que desempenha um papel importante no mundo e pode se desenvolver economicamente para as gerações futuras.
Além de duplicar o orçamento do BID Invest, o banco de desenvolvimento quer expandir suas operações na Amazônia – não só no Brasil, mas também em outros países onde a floresta está localizada. Lançou a plataforma “Amazon Forever” e está estruturando, em parceria com o Banco Mundial, um “Amazon bond”, um título de crédito para captar recursos específicos para a região.
“Com a estrutura e os investimentos certos, estamos trabalhando no BID para criar um ambiente de negócios que permita ao setor privado, às empresas e aos bancos, como muitos aqui hoje, fazer investimentos na Amazônia”, acrescenta Goldfajn.
A tese é que, ao mostrar o que é a Amazônia, suas oportunidades e seus reais riscos, mais investimentos são direcionados para a região por parte de entidades privadas e locais, o desenvolvimento sustentável não fica apenas nas mãos do setor público e dos bancos de desenvolvimento, multilaterais e instituições públicas .
“Ninguém está mais interessado em preservar a Amazônia do que nós. No interior, por exemplo, precisamos de oportunidade, emprego e renda, e não podemos avançar se não fortalecermos as atividades econômicas. se não investirmos no setor privado”, comenta o governador do Amazonas, Wilson Lima, durante o evento.
Ele cita projetos de saneamento básico e água tratada como exemplos de oportunidades. Em parceria de mais de uma década com o BID, o governo do Estado obteve sucesso no Programa Socioambiental Igarapés de Manaus (Prosamim), programa que promove, por exemplo, a intervenção em áreas de córregos ocupadas pela população. Já está na quarta fase e impactou milhares de pessoas.
Às vezes as famílias que vivem sobre palafitas em condições precárias de saúde e conforto são reassentadas em apartamentos populares, às vezes a área recebe melhorias de saneamento, água e obras de infraestrutura para minimizar os problemas.
A questão do saneamento básico é problemática nessas regiões de Manaus. É comum encontrar lixo e roedores no entorno das casas quando a água do riacho está baixa. O esgoto é aberto, levando a altos índices de doenças. Em alguns lugares, as famílias nem sequer têm acesso a água potável.
A meta é atingir 90% de acesso a água e esgoto tratado até 2033. Hoje é de 31%. Porém, 1,8 milhão de moradores da capital amazonense ainda não têm acesso ao serviço. A Aegea, concessionária responsável pela coleta de esgoto e tratamento de água da região, acaba de assinar contrato com o BID para receber R$ 750 milhões em empréstimos baratos para universalizar o acesso a serviços básicos. O dinheiro é uma “cenoura” para atrair mais recursos. Dois bancos já estão em discussões avançadas, com ajuda do BID. No total, são estimados investimentos em obras em torno de R$ 2,9 bilhões. Uma parte virá com recursos próprios da Aegea.
Segundo Diego Dal Magro, presidente da Águas de Manaus, do grupo Aegea, o programa Trata Bem Manaus conecta 17 mil pontos de coleta de esgoto à rede de tratamento por ano. Questionado pelo Valor sobre os principais entraves, diz que “a solução já está dada”, e passa por ligar as casas a uma das estações de tratamento. “Mas precisamos lembrar que a maior parte das áreas com déficit no Brasil estão em regiões vulneráveis, com infraestrutura precária e onde precisamos até fazer ajustes regulatórios para cobrar”, ressalta.
Ele conta que, em áreas de palafitas, nos córregos de Manaus, a Aegea precisa solicitar autorização de cada casa para instalar diretamente a tubulação que, por sua vez, será ligada à rede municipal de esgoto. E de 2018, quando iniciaram esse trabalho, até agora, foram muitos aprendizados. “Já colocamos encanamentos e, na primeira enchente, perdemos tudo”.
Gisele Dantas, moradora e líder comunitária do Beco do Nonato, uma das áreas onde a Aegea atua com apoio do BID, conta que o cheiro era tão terrível que ela não teve coragem de convidar amigos e parentes para visitá-la. Com a tubulação instalada, o mau cheiro cessou e as doenças diminuíram. “Antes eu tinha que meter a mão na lama. Hoje tenho água e esgoto. Foram muitas mudanças”, conta ela durante visita de jornalistas à comunidade. Ela administra o ponto de arrecadação da Aegea e recebe o pagamento da tarifa social, R$ 10.
Jornalista viajou a convite do BID Invest
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