O escritor e “imortal” da Academia Brasileira de Letras (ABL) Ailton Krenakviu pequenos avanços nos últimos anos na representação de pessoas indígenas e quilombolas na política. A liderança indígena defendeu na abertura do segundo dia do Festival LED, realizada no Rio de Janeiro, que os povos originários ocupam espaços para expressar posições e conquistar direitos, no âmbito da “pluriversalidade”. Ele também criticou a possível construção de usinas nucleares no rio São Francisco e disse que garantir a educação é diferente de construir escolas.
No painel, mediado pela jornalista Flávia Oliveira, Krenak afirmou que negros e indígenas têm que ocupar espaços possível para novos direitos, caminho que para ele pode funcionar como antídoto ao autoritarismo. “Temos que faça isso sem se intimidar. O autoritarismo é como o petróleo que derrama no mar: fecha espaços para novos direitos”, disse o primeiro indígena imortal da ABL, autor de 11 livros entre ensaios e trabalhos no painel, realizado no Museu do Amanhã.
Ele citou dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) segundo os quais nos últimos dez anos 55 mil indígenas fiz algumas Curso de graduaçãomestrado e doutorado em universidades do Brasil.
Numa conversa bem humorada – que arrancou aplausos e risadas do público por vários momentos – Krenak disse que há uma confusão entre infraestrutura e educação, pois as pessoas falam da escola como sinônimo de ensino. “Se ninguém for lá, é um prédio vazio. A educação acontece em outro nível, no que imaginamos como identidade, hereditariedade, parentesco”, disse.
Krenak disse que é necessário realizar investimentos em educaçãomas criticou o que chama de excesso de equipamentos tecnológicos, tendo como prioridade o uso de telefones, notebooks e tablets em profusão, inclusive no Educação pública. Para ele, priorizar a tecnologia esconde a essência do ensino e cria fatos políticos: “Tem prefeitos e governadores que se elegem comprando laptops”.
Em diversas ocasiões, Krenak criticou a “terceirização do cuidado das crianças” ao enviar as crianças às escolas, sem maior interação familiar nos primeiros anos. Ele argumentou que crianças de até sete anos não precisam ir à escola.
“Em democracia, somos sugeridos que entreguemos o papel da família ao Estado. Esta tarefa constitucional e universal, recomendada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), não deve permitir à criança renunciar aos laços afetivos até aos sete anos de idade. ”. E brincou: “Vão achar que sou conservador”, fazendo o público rir.
Krenak criticou a sinalização de que usinas nucleares poderiam ser construídas no rio São Francisco: “Tem que ser naquele lugar? Não há outro para arruinar?” O imortal disse ainda que os indígenas que vivem às margens do rio Tapajós, no Pará, estão evitando comer peixe por causa da contaminação por mercúrio.
Ele também afirmou que transição energéticaanunciada como uma oportunidade para melhorar as questões ambientais globais, é uma grande oportunidade para “negócios de trilhões de dólares”, gerando uma corrida pelas tecnologias.
Ó Festival LED — Luz na Educação é realizado pela Globo e pela Fundação Roberto Marinho em parceria com a plataforma Educação 360, da Editora Globo. O evento já está em sua terceira edição e tem como objetivo debater o futuro da educação e formas de democratizá-la.
O cantor indígena Kaê Guajajara se apresentou na abertura do painel. Para Flávia Oliveira, ela afirmou que arte, cultura e educação devem andar juntas.
Num outro painel, o professor de educação artística e orador Jayse Ferreira afirmou que o professor é o primeiro influenciador das crianças e que tudo o que é dito pelos criadores de conteúdo na internet tem um impacto enorme na sala de aula. Por isso, ele vê a necessidade de utilizar conteúdos que circulam nas redes sociais como elementos para aulas, mas destaca a difícil tarefa de separar o que é informação útil do que é “fake news”.
Em sua fala, Ferreira fez referência a uma citação de seu pai: “Educação é fazer gente boa”, destacando a extrema importância do ensino em um cenário em que as redes sociais substituem livros, enciclopédias e até mesmo o buscador Google como fonte. de pesquisa.
“Metade da Geração Z não vai mais para o Google [fazer pesquisas]mas para o TikTok”, afirmou no painel, ao lado dos influenciadores Felipe Neto e Pequena Lô, em um dos painéis mais populares do Festival LED.
Mediado pela apresentadora Valéria Almeida, da TV Globo, Ferreira disse que muitos alunos querem ser influenciadores e criadores de conteúdo, porque se identificam com essas pessoas, e disse que mudou o conteúdo de suas aulas ao perceber que os temas não eram envolventes porque eles não tocaram a realidade das crianças.
As aulas, afirmou, precisam ser bem feitas, o que inclui convidar outras pessoas para participarem do ensino de conteúdos e ter a obrigação de tratar de determinados assuntos. “Ser professor foi a melhor escolha que fiz na minha vida”, disse Ferreira.
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