O ciclo do Sol é um padrão de atividade solar que ocorre a cada 11 anos, também conhecido como ciclo de Schwabe. Durante os últimos anos deste período, a estrela atinge o máximo solar, o que pode dar origem a grandes ejeções de massa coronal e manchas solares.. As consequências deste fenómeno podem ser graves para a Terra; Segundo especialistas, existe a possibilidade de que a energia solar máxima possa causar um apagão em toda a Internet entre 2024 e 2025.
O período é chamado de ciclo de Schwabe em homenagem ao astrônomo alemão Samuel Heinrich Schwabe, que sugeriu o padrão em 1838 após observações da superfície solar. A ciência ainda não sabe exatamente por que o Sol passa por esse ciclo aproximadamente a cada 11 anos, mas um novo estudo propõe uma hipótese que pode resolver o mistério.
Um grupo de pesquisadores do laboratório alemão Helmholtz-Zentrum Dresden-Rossendorf (HZDR) e da Universidade da Letônia afirma que este conjunto de fases do principal objeto cósmico do Sistema Solar pode ser governado pela influência gravitacional dos planetas.
Num artigo publicado na revista científica Solar Physics, os cientistas apresentam uma teoria conhecida como ‘hipótese planetária’, sugerindo que as marés produzidas pela gravidade dos planetas do Sistema Solar são responsáveis pelo ciclo solar. Teoricamente, esse efeito poderia causar uma corrente de vórtices no Sol e, consequentemente, afetar o magnetismo da estrela — este efeito é conhecido como ondas de Rossby.
Em outras palavras, os planetas podem influenciar diretamente o aparecimento de manchas solares e ejeções de massa coronal.
“Você pode pensar nele como um dínamo gigantesco. Embora este dínamo solar gere sozinho um ciclo de atividade de aproximadamente 11 anos, pensamos que a influência dos planetas intervém então no funcionamento deste dínamo, dando-lhe repetidamente um pequeno empurrão e assim, forçando o ritmo incomumente estável de 11,07 anos no Sol”, disse o Dr. Frank Stefani do HZDR em um comunicado oficial.
Atualmente, os astrônomos sabem que a atividade solar ocorre devido à mudança no campo magnético do Sol, que, em algum momento, aumenta a atividade solar e acaba invertendo sua polaridade. Até à data, vários cientistas tentaram explicar a razão deste padrão, mas ainda não existe uma explicação oficial completamente aceite pela comunidade científica.
Qual é a hipótese planetária?
De acordo com os cientistas do novo estudo, Assim como a Lua e o Sol ajudam a produzir marés na Terra, os planetas também podem ser responsáveis pelo mesmo processo na estrela. Mas isso realmente faz sentido?
O artigo aponta que os alinhamentos de Júpiter, Vênus e Terra podem influenciar diretamente o período de 11 anos do Sol — especificamente 11,07 anos. Stefani explica que, além de esclarecer o ciclo de Schwabe, a influência gravitacional das marés dos planetas também pode esclarecer os ciclos mais longos e mais curtos da maior estrela do Sistema Solar.
Segundo os autores do estudo, os dados sugerem que as forças gravitacionais das marés de Vênus, Júpiter e Terra podem ativar as ondas de Rossby.Fonte: Imagens Getty
O artigo também observa que os efeitos planetários podem criar um ciclo solar que dura 193 anos, mas como não observamos atividade solar há tanto tempo, Não há como confirmar a teoria. Na verdade, os autores salientam que esta informação só poderia ser confirmada com mais dados.
“Isso poderia beneficiar enormemente as tentativas atuais de quantificar a influência passada e futura de longo prazo da atividade solar no ambiente espacial, na atmosfera e no clima da Terra. Em suma, o que temos aqui é um ajuste a observações inigualável por qualquer outro quadro explicativo existente, apoiado por um cenário físico explicativo conjectural testável pelo menos até certo nível. No final tudo pode dar errado, mas isso definitivamente não é astrologia. Isso é ciência”, conclui o estudo.
É importante destacar que a maioria dos cientistas não concorda com a “hipótese planetária”; Há quem diga que ela está muito mais próxima da astrologia do que da verdadeira ciência. O próprio Stefani afirma que o estudo não é conclusivo, pois é necessário coletar mais dados para confirmar as informações com certeza.
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