Vendas em supermercados de Argentina caiu 7,3% em junho deste ano, face ao mesmo mês do ano passado, refere hoje o relatório atualizado divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos (Índice).
Segundo o documento, o índice acumulado de janeiro a junho de 2024 apresentou variação decrescente de 11,6% em relação ao mesmo período de 2023. Enquanto isso, o índice da série com ajuste sazonal teve variação positiva próxima de zero em relação ao mês anterior.
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Analistas apontam que o resultado da queda ocorre no momento em que os salários perdem o poder de compra devido à inflação no país, que permaneceu em 4% eem julho e permanece elevado em termos anuais, em 263,4% – o que ainda o torna o mais alto do mundo. Acumulado desde janeiro, o aumento é 87%.
“Os salários começaram a subir um pouco nos últimos 3 meses, embora ainda sejam bastante baixos em termos reais. Desde abril subiram 7%, mas em termos anuais caíram 15%”, diz Nicolas Alonzoeconomista da Orlando J. Ferrerés & Associado.
O economista explica que as vendas dos supermercados são uma métrica do consumo no país e podem estar relacionadas aos dados divulgados pelo atividade econômicaque fechou o primeiro semestre com queda de 3,2%.
“A variável parou de cair, mas ainda não apresenta recuperação. Segundo o índice, estamos 10% abaixo dos níveis de consumo antes da desvalorização [do peso] de dezembro. E continuamos ‘navegando’ no mesmo nível de dezembro”, afirma Alonzo.
Segundo o Indec, a atividade econômica da Argentina voltou a cair em junho após melhorar em maio, e fechou o mês com queda de 3,9% em relação ao mesmo período do ano passado.
A notícia é um mau sinal para o governo de Javier Milei, que comemorou a melhora de maio como um sinal de que o país já havia passado pelo pior da crise econômica. Na comparação com o mês anterior, a queda foi de 0,3%.
O Indec também divulgou hoje o relatório atualizado com dados do varejoque revelou que o índice de vendas totais a preços constantes (vendas a valor real) teve um ligeiro aumento de 0,7% em junho deste ano em relação ao mesmo período do ano anterior.
Os itens que lideraram as vendas a preços correntes do varejo (vendas em valor nominal) foram roupas, calçados e artigos de couro (38,2%), roupas e acessórios esportivos (15,1%), praças de alimentação, pontos de alimentação e quiosques (14,9%); e eletroeletrônicos, eletrodomésticos e informática (10,8%).
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