O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a Selic em 10,5% ao ano, como todos esperavam. Analisando as expectativas para o futuro, que é o mais importante para o investimento, a maioria dos economistas espera que a taxa se mantenha neste nível até ao final de 2024 e seja novamente reduzida para menos de dois dígitos em 2025, mas permanecerá perto dos 9%. Nas últimas semanas, porém, cresceu o número de economistas que esperam que as taxas de juro se mantenham em 10,5% por um período mais longo ou que não descartam uma subida este ano.
O avanço do dólar e a piora nas previsões de inflação deterioraram o cenário e aumentaram a chance de alterações na rota da Selic, se necessário. “Dependendo do comportamento do dólar nos próximos meses, é possível que a discussão sobre o aumento dos juros ainda neste ano ganhe força no mercado”, afirma Alexandre Cancherini, sócio e gestor da Galapagos Capital.
“No nosso cenário base, os juros serão mantidos em 10,5% até o final de 2024 e reduzidos ao longo de 2025, mas para que isso aconteça é preciso reduzir as incertezas em relação ao dólar, até a substituição de Roberto Campos Neto na presidência do o Banco Central e o orçamento do governo no ano que vem”, afirma.
Todos estes factores aumentam a probabilidade de a inflação e as taxas de juro serem mais elevadas – e taxas de juro básicas elevadas durante mais tempo ou mesmo mais elevadas significam taxas de empréstimo caras e investimentos financeiros de rendimento fixo com remunerações atractivas. Mas além de aproveitar os juros altos, é preciso se proteger do risco de aceleração da inflação.
“Achamos que a inflação mais alta fará mais parte da vida cotidiana do que gostaríamos. Nesse cenário, a maior preocupação do investidor deve ser como preservar seu poder de compra”, afirma Cancherini. “Os investidores deveriam estar mais expostos a títulos atrelados à inflação, pelo menos até que tenham mais visibilidade que proporcione conforto no aumento dos investimentos de risco”, afirma.
Você encontra esses papéis no Tesouro Direto pagando mais de 6% mais o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ao ano, o que é uma bela remuneração. Porém, os investidores que não desejam correr o risco de sofrer perdas só deverão resgatá-los quando os títulos vencerem, pois os preços desses títulos oscilam muito dependendo das expectativas de juros do mercado.
A maioria dos especialistas recomenda investir em títulos de curto prazo, porque eles têm taxas de juros suficientemente altas e não vale a pena se expor a maiores riscos de flutuação ao estender o investimento.
Títulos prefixados também são recomendados para investimento nos próximos anos. No Tesouro Direto estão oferecendo mais de 12% ao ano. No entanto, os economistas gostam mais de títulos que acompanham a inflação, porque os títulos de taxa fixa correm o risco de pagar menos do que as taxas básicas de juros ou a inflação. Para quem tiver coragem de escolhê-los, é melhor optar pelos prazos de vencimento mais curtos e aguardar para fazer o resgate no vencimento para quem não deseja correr o risco de perdas.
“Atualmente preferimos títulos que acompanham a inflação em vez de títulos pré-fixados. Antigamente encontrávamos títulos prefixados com taxas de juros altíssimas e emitidos por instituições muito sólidas, mas não vemos mais isso”, afirma Andressa Bergamo, especialista em mercado de capitais e fundadora da AVG Capital. “No Tesouro Direto, as taxas prefixadas não são as melhores e não compensam o risco de perder para a inflação no longo prazo”, diz ela.
Ela destaca ainda que os papéis indexados ao CDI (como CDBs, LCAs e LCIs) ou à Selic (Tesouro Selic) também têm juros altíssimos e são mais conservadores para formar reserva de emergência (dinheiro para resgatar em caso de surpresas da vida). ). ) ou atingir metas de curto prazo. Porém, ela ressalta que o título deve oferecer pelo menos 100% do CDI, o que equivale quase à Selic.
Fabrício Voigt, economista da Aware Investimentos, acha que é hora dos investidores terem uma carteira de investimentos mais conservadora, porque a chance de a inflação acelerar é grande com a bagunça nas contas do governo. Nesse ambiente, ele acredita que os brasileiros viverão por mais tempo com juros elevados.
“Temos uma das taxas de juros mais altas do mundo, então correr mais riscos neste momento de incerteza não faz muito sentido”, afirma. “Os investidores devem estar alinhados ao cenário que vivem e ser mais conservadores agora, aproveitando os juros pós-fixados e pré-fixados do Tesouro Direto e dos papéis emitidos pelos bancos”, afirma.
E fora do Tesouro Direto?
Fora do Tesouro Direto, papéis emitidos por bancos (como CDBs, LCAs ou LCIs) e empresas (como CRAs, CRIs e debêntures) oferecem taxas mais elevadas. Os papéis emitidos pelos bancos são cobertos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), semelhante a um seguro que cobre até R$ 250 mil por banco em caso de falência da instituição. Porém, os papéis emitidos por empresas não possuem essa cobertura. Quanto maior o risco de inadimplência da empresa ou banco, maior será a taxa paga ao investidor.
Na análise de Voigt, vale a pena montar uma carteira diversificada de cinco títulos emitidos por bancos. “Acho que vale a pena enfrentar o risco de crédito maior desde que respeite o limite do FGC de R$ 250 mil por banco”, avalia.
Esta análise não é consenso, no entanto. Na opinião de Cancherini, da Galapagos Capital, não vale a pena investir em títulos emitidos por bancos dos quais o investidor nunca ouviu falar só porque oferecem taxas muito boas. Ele acha que é possível encontrar taxas de juros bastante competitivas em ativos de bancos mais sólidos ou no Tesouro Direto.
Especialistas aconselham não aumentar os investimentos em renda variável no momento em que o Ibovespa se desvaloriza mais de 5% no ano. A cautela deve prevalecer em meio a um cenário econômico externo volátil e à incerteza sobre as políticas de taxas de juros e as contas do Brasil.
Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed, banco central americano) manteve hoje os juros estabilizados, mas a perspectiva é de redução em setembro. As taxas, porém, permanecerão elevadas em meio às incertezas quanto à atividade econômica, à inflação e ao mercado de trabalho, tudo em ano eleitoral no país, o que traz grandes desafios para a construção da carteira de aplicações financeiras.
“Informamos que a exposição a investimentos em renda variável, como ações e fundos multimercados, é menor do que historicamente, devido à falta de visibilidade. Reconhecemos que os preços em bolsa são bastante atrativos, mas para aumentar a exposição é preciso ter mais visibilidade no mundo e no Brasil”, afirma Cancherini, da Galapagos Capital.
Voigt, da Aware Investments, concorda que este não é um bom momento para ficar muito entusiasmado com a renda variável. “Quando analisamos os juros da renda fixa, acaba não compensando as oscilações da renda variável neste momento. O investidor consegue uma remuneração semelhante em renda fixa, mas com maior grau de segurança”, afirma.
Para quem quer insistir na bolsa brasileira, a dica é ficar longe de nomes de empresas cíclicas, que dependem de juros mais baixos, e focar no curtíssimo prazo (mais de cinco anos). A indicação são negócios de qualidade, geradores de caixa, que distribuem dividendos acima da média.
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