“Mesmo com o ruído fiscal e os níveis de juros a tornarem-se stressantes, as empresas não estão a perder procura e conseguem, no mínimo, manter os seus números estáveis. Isso foi algo que não vimos em 2015, quando tivemos bons resultados e a bolsa caiu. Então agosto foi importante para passar uma mensagem mais positiva aos players do mercado”, comenta. Renato Reis, analista da DVinvest, casa de análise parceira da Blue3 Investimentos.
Um ponto que chama a atenção no quadro do mês é que há diversas empresas na lista das 10 maiores risers, o que é uma demonstração de que o mercado acionário vive um bom momento e que ainda há oportunidades a serem exploradas, diz Reis.
“Temos vários setores surgindo neste mês. Ou seja, não foram apenas os pesos pesados do Ibovespa que puxaram os pauzinhos. Temos muitas oportunidades, principalmente no índice “small caps” [empresas de menor porte]que ainda está longe do máximo histórico. É claro que parte disso depende do comportamento das taxas de juros, mas há oportunidades de ganhos em jogo.”
Veja abaixo os papers responsáveis pela reação da principal carteira teórica nacional em agosto:
A alta de 65% do IRB em agosto, a maior do mês dentro do índice Ibovespa, é apoiada menos pelos números apresentados na temporada de resultados e mais pelos importantes sinais que o balanço trouxe.
“Antes do resultado, esperávamos que o grande impacto do desastre ocorrido no Rio Grande do Sul viesse no terceiro trimestre, já que as seguradoras são chamadas primeiro e os resseguradores depois. Mas a maior parte do impacto já veio no último balanço, tornando os próximos trimestres ‘mais limpos’ em relação a este evento”, comenta. Wagner Biondo, analista do setor financeiro da Genial Investimentos.
Reis, da DVinvest, acrescenta que a empresa demonstra continuidade no seu projeto de reestruturação, saindo de segmentos de maior risco nos Estados Unidos e encerrando o
contrato vertical Vida, que vinha provocando um aumento nas despesas com comissões. “A empresa conseguiu tirar o risco de incerteza no Rio Grande do Sul, teve melhora nas margens e está negociando a 10 vezes o “price toprofit” anualizado. Com tudo isso, o mercado foi às compras.”
O “sinal verde” para compra também veio na forma de recomendação do BTG Pactual, que antes dos resultados trimestrais via a ação como neutra.
10 ações que mais subiram no Ibovespa em agosto de 2024
Aula. | Papel | Código | Variação (%) | Preço |
1 | IRBBRASIL RE ON | IRBR3 | 65.06 | 48,38 |
2 | PETZ LIGADO | PETZ3 | 38,86 | 4,86 |
3 | MARFRIG ON | MRFG3 | 28,74 | 14.56 |
4 | RENNER NAS LOJAS | LREN3 | 28.28 | 17.01 |
5 | BRADESCO ON | BBDC3 | 26.08 | 14.14 |
6 | BRADESCO PN | BBDC4 | 25,99 | 15,64 |
7 | BRF SA ON | BRFS3 | 24h55 | 26.23 |
8 | MINERVA LIGADA | CARNE3 | 19.08 | 7,49 |
9 | P.ACUCAR – CBD ON | PCAR3 | 18.11 | 3.13 |
10 | B3 LIGADO | B3SA3 | 16,87 | 12,68 |
A confirmação da combinação de negócios entre Petz e Cobasi causou agitação no mercado. No dia do anúncio, as ações dispararam 28%. No mês, os ganhos ficaram em torno de 38%.
Mas o esperado negócio ainda está cercado de algumas incertezas, algo que fica claro no preço das ações da Petz, afirma o Bradesco BBI.
Reis, da DVinvest, vê a ação como cara se comparada às projeções de sinergia. A empresa unificada tem receita de R$ 6,9 bilhões e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 464 milhões.
“As ações estão sendo negociadas a 12 vezes o EBITDA, o que é muito. É importante lembrar que a Cobasi tem margem menor que a Petz, apesar de ter mais caixa do que dívida, o que lhe permite abrir mais lojas. Mas não há milagre: a Petz precisa crescer organicamente em suas lojas atuais, algo desafiador já que esse indicador foi negativo no último trimestre”, afirma.
A presença da Lojas Renner entre as 10 ações com melhor desempenho do Ibovespa em agosto de 2024 reflete uma combinação de fatores específicos da empresa e tendências mais amplas do mercado, afirmam Fábio Murad, sócio da Ipê Avaliações e Daniel Nigri, analista e fundador da Dica de Hoje Research.
Após apresentar fortes resultados no primeiro trimestre, a empresa sofreu com a reação do mercado diante de um possível cenário de risco, traçado pela própria empresa, gerado pelas enchentes no Rio Grande do Sul e pela previsão de que o inverno seria mais quente neste ano. A aposta de que a empresa não conseguiria reportar um bom resultado ao longo deste ano penalizou as ações. Mas no segundo trimestre os números superaram as expectativas. Houve crescimento de receita, vendas mesmas lojas e margem. Foi o suficiente para que a ação não só voltasse ao patamar de preço após o balanço do primeiro trimestre, mas o mercado já vê espaço para melhorias.
“O retorno significativo pode ser atribuído, principalmente, a uma reestruturação operacional bem-sucedida, com melhorias significativas em logística, publicidade e crédito ao consumidor. Além disso, a empresa demonstrou uma resposta ágil e socialmente responsável às enchentes no Rio Grande do Sul, o que pode ter fortalecido sua imagem corporativa”, afirma Murad, da Ipê Avaliações.
O aumento da estimativa de lucro líquido do Bank of America (BofA), de R$ 1,1 bilhão para R$ 1,3 bilhão em 2024, também contribuiu para o otimismo dos investidores. Com isso, o aumento da participação em agosto foi de 28%
O movimento mensal não está desvinculado de uma tendência mais ampla de recuperação do setor varejista e do mercado acionário brasileiro como um todo, observa Nigri, da Dica de Hoje Research.
“Além dos riscos não se materializarem, o aumento também tem um pouco dessa visão de menor risco que o mercado está vendo em relação à própria questão macroeconômica. Mantemos uma perspectiva positiva para a empresa, especialmente porque as margens mais elevadas são normalmente registadas no terceiro e quarto trimestres.”
Os especialistas observam que embora haja optimismo no curto prazo, os investidores devem estar atentos à possível volatilidade, especialmente tendo em conta as incertezas do sector e a sensibilidade às condições económicas. “O varejo é um dos setores que tem maior volatilidade, a empresa depende muito do crédito, depende muito da taxa de desemprego, depende da renda real do trabalhador e sabemos que talvez uma alta da Selic, a taxa básica taxa de juros, pode acabar impactando os indicadores”, reforça Dica de Hoje Pesquisa.
O Bradesco, uma das ações da lista mensal com maior peso no índice, registrou ganhos mensais de 26% para os ativos preferenciais (PN, com preferência a dividendos) e de 25% para as ações ordinárias (ON, com direito a voto em assembleia ) por apresentar lucros acima do esperado e conseguir reduzir significativamente o nível de inadimplência no segundo trimestre, exatamente o que desagradou o mercado em seus balanços anteriores. O Itaú BBA ainda elevou a recomendação de compra, destacando que o segundo trimestre marca uma inflexão e confirma a recuperação do negócio, depois de praticamente dois anos e meio sem entregar bons resultados.
“O banco conseguiu manter a rentabilidade e reduziu o risco de inadimplência no curto e médio prazo, que talvez seja o número mais importante de todos para os bancos.
A ação, que estava bastante estagnada, começa a se recuperar e o mercado já colocou diversas melhorias futuras no preço do Bradesco”, comenta DVinvest. A casa observa ainda que a ação “surfou não só a própria ascensão, pelo resultado, mas também uma ascensão geral do setor”, na qual também se destacaram Banco do Brasil e Itaú.
As ações de GPA (PCAR3) avançou 18% em agosto apoiado em três fatores: rumores de saída do Casino, balanço mostrando capacidade de redução de perdas em 22% no 2º trimestre na comparação anual e os ganhos da bolsa como um todo.
“A empresa mostra, pela primeira vez, que está focada em suas operações e trabalhando na reestruturação interna. O mercado está cotando essa melhora”, afirma DVinvest.
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