Em 1975, quando Bill Gates fundou a Microsoft, a ambição era colocar um computador pessoal na mesa de todos. Quase 50 anos depois, outro objetivo tão desafiador quanto esse se impõe aos seus colaboradores nos mais de 190 países onde a empresa está presente: colocar um copiloto nas mãos de cada habitante do planeta que possui um smartphone. O objetivo é que o assistente virtual baseado em inteligência artificial (IA) seja a ferramenta que levará informações hiperpersonalizadas ao ser humano, seja ela financeira, educacional, de saúde ou para transformar a forma como a sociedade transaciona e adquire serviços.
“Vemos o IAGen como uma revolução industrial da TI, tão relevante quanto foram o computador pessoal e a internet, e queremos que nossos copilotos cheguem a qualquer indivíduo que possua um smartphone”, afirma Tânia Cosentino, presidente da Microsoft Brasil, referindo-se à IA generativa, capaz de criar textos, imagens e vídeos a partir de comandos em linguagem comum. A meta faz parte do conceito que permeia a história da empresa, que passou por uma mudança nos últimos dez anos, após ficar de fora de algumas ondas como a internet e o celular.
“Satya Nadella [presidente da corporação] deu uma guinada para criar inovações relevantes e, naquele momento, redesenhou a estratégia da organização para a jornada na nuvem, pois sabia que a nuvem poderia possibilitar outras coisas. Hoje, o IAGen é possível graças à grande capacidade computacional que a Microsoft possui”, comenta Cosentino. “A inovação é o núcleo da empresa.”
Com uma nova mentalidade de crescimento, a Microsoft – que antes se opunha ao software livre – começou a trabalhar com projetos bem estabelecidos, como o servidor web Apache. Mais recentemente, trouxe serviços da OpenAI — criadora do ChatGPT, da qual a Microsoft é acionista — para sua plataforma em nuvem Microsoft Azure. Disponibilizou o serviço Azure OpenAI, com modelos avançados, incluindo ChatGPT e GPT-4, para organizações de todos os setores, que podem usar o serviço para gerar conteúdo e código.
Além da IA e da nuvem, Cosentino destaca que a cibersegurança está no pipeline da empresa. Os três pilares continuam sendo foco de investimentos para inovação. “A nuvem é a infraestrutura para executar IA, porque preciso de capacidade computacional avançada para executar algoritmos. Também investimos muito em segurança cibernética, porque não há adoção de tecnologia se ela não for segura e, da mesma forma que a IA é usada para o bem, os hackers a utilizam para ataques. Vincular a IA às ferramentas cibernéticas é a base para o desenvolvimento da IA”, observa o executivo.
Embora essas sejam as prioridades, o presidente da Microsoft Brasil informa que games e computação quântica também estão no radar dos investimentos. Para atender ao crescente volume de dados, ainda investe recursos em novos datacenters no Brasil. Hoje, abrange as regiões Sul e Sudeste, com um conjunto de data centers.
O maior desafio para cumprir as metas com sucesso é garantir que as pessoas acompanhem essas transformações. “Hoje tudo é rápido. Quando olhamos para o ChatGPT, em três meses atingimos cem milhões de usuários. O Copilot foi lançado oficialmente em fevereiro de 2023 e hoje é a base do nosso portfólio. Assim, os ciclos entre o lançamento de um produto e a sua utilização generalizada são muito curtos. O grande desafio é garantir a formação profissional, para a própria Microsoft e para os clientes, para que todos tenham conhecimento”, explica.
A Microsoft não revela números de investimentos ou funcionários envolvidos em inovação no Brasil, mas o presidente da empresa garante que profissionais da equipe brasileira participem dos desenvolvimentos de P&D da corporação. Contribuem, por exemplo, para o desenvolvimento de copilotos que estão em uso no Teams, na equipe da plataforma Azure, desenvolvendo para Azure Open IA e outras plataformas. No balanço anual, a corporação informa que em 30 de junho de 2023 contava com 72 mil funcionários em pesquisa e desenvolvimento de produtos, de um total de 221 mil pessoas.
Há 35 anos no Brasil, onde conta com 1.200 funcionários, a empresa mantém quatro laboratórios. “Temos aqui o Reactor, que é um dos 12 hubs da Microsoft no mundo, que é um hub de conhecimento, que conecta startups. Nos alimentamos de informação, mas também alimentamos as startups com o que há de novo no mercado”, informa o executivo.
Franklin Luzes, vice-presidente de inovação, novos negócios e startups da Microsoft Brasil, explica que o Reactor foi criado para promover o compartilhamento de conhecimento, o aprendizado técnico e o suporte ao ecossistema de startups e desenvolvedores. Desde o seu lançamento, em 2020, já foram realizados mais de 830 eventos, com o engajamento de 88 mil pessoas, das quais 5.515 participaram presencialmente. Os eventos são transmitidos pela internet e o conteúdo fica disponível no canal da empresa no YouTube.
O Reactor também apoia mulheres empreendedoras. Por meio da iniciativa WE (Women Entrepreunership) e do WE Ventures, fundo de investimento da Microsoft voltado para mulheres empreendedoras, já investiu em nove startups e capacitou mais de 782 mil mulheres — mais de 236 mil conseguiram emprego após receberem a formação.
O vice-presidente de inovação destaca ainda o programa global Microsoft for Startups Founders Hub, plataforma que visa remover barreiras e injetar tecnologia para o sucesso das startups, fornecendo recursos. O programa oferece US$ 150 mil em créditos para Microsoft Azure, licenças para Microsoft 365, Power BI e benefícios de empresas parceiras, como Miro, LinkedIn e OpenAI, além de mentoria com especialistas da Microsoft.
Além do hub para promover a troca de conhecimento entre empreendedores do setor de tecnologia, desenvolvedores, ONGs e academia, localizado em São Paulo, a empresa mantém o Laboratório de Tecnologia Avançada, no Rio de Janeiro, o Centro de Transparência, localizado em Brasília, e o Centro de Tecnologia Microsoft (MTC São Paulo), onde recebe seus clientes para demonstrar suas inovações. Desde a sua instalação, em 2012, o MTC já promoveu mais de 840 ações e recebeu mais de sete mil pessoas, entre clientes e parceiros.
O presidente da Microsoft comenta que os hubs com startups contribuem para a inovação, assim como os hackathons promovidos internamente pela empresa e o feedback que recebem dos clientes, além da área de P&D. “Nos hackathons participam grupos de diversas áreas da empresa e as soluções que surgem são incluídas no roadmap de inovação.”
Christiano Faig, vice-presidente de tecnologia e soluções da Microsoft Brasil, destaca que, ao olhar a demanda dos clientes, a empresa identifica quais são seus problemas e ajuda a construir uma solução. Ele cita como exemplo o desenvolvimento de um bot para a Atento, que ajudou os agentes de call center a melhorar seu tempo de resposta (NPS) em cerca de 30%.
“A empresa ouve os clientes e se envolve. No caso da Atento, utilizamos os dados da empresa e colocamos nosso framework de IA para entender as necessidades do cliente. Assim, construímos o bot que ajuda o atendente a dar respostas mais rápidas e assertivas, melhorando a eficiência operacional”, afirma Faig.
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