A redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) em suas aeronaves está no topo das prioridades inovadoras da Embraer, empresa que lidera o setor de bens de capital e ocupa o décimo lugar no ranking geral da Valor Inovação Brasil, elaborado pela Strategy&. “A sustentabilidade é a nova revolução na aviação”, afirma Leonardo Garnica, líder de inovação corporativa da empresa. “As pessoas querem viajar de avião, mas querem que o impacto ambiental seja o menor possível.”
A redução das emissões de carbono de suas aeronaves é uma preocupação de longa data da Embraer. A empresa lançou a família de jatos comerciais E2 em 2013, apresentando consumo de combustível 25% menor e redução de 17% nas emissões de GEE, além de menor emissão de ruído em comparação à primeira geração de E-Jets. A família E2, que teve sua primeira aeronave entregue em 2018, tornou-se referência mundial em sustentabilidade na categoria de jatos bimotores de médio alcance.
Atualmente, uma das principais apostas da empresa é o desenvolvimento pioneiro de um sistema de decolagem automática, o Embraer Enhanced Takeoff System (E2TS), que já possui patentes no Brasil, nos Estados Unidos, na Europa e na China e atualmente está em fase de certificação com órgãos internacionais. agências reguladoras da aviação. A aterragem e a descolagem são os dois momentos mais críticos de um voo. São os que apresentam maior risco de acidentes e também os que exigem maior consumo de combustível. Os sistemas de pouso automático existem desde o final da década de 1960, mas a decolagem ainda é manual. “A decolagem automática aumentará a segurança do voo e reduzirá o consumo de combustível”, afirma Garnica.
Estima-se que a aviação civil seja responsável por 2,5% das emissões globais de GEE, o que representa mais de 800 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) emitidas anualmente, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE). É também uma das atividades de descarbonização mais complexas, dados os seus requisitos de segurança.
Na visão de futuro da Embraer, atingir a meta de zero emissões líquidas de carbono até 2050, compromisso assumido pela Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO), exigirá uma série de iniciativas, que envolverão a substituição do querosene de aviação, derivado do petróleo, por combustíveis sustentáveis, como o SAF (Sustainable Aviation Fuel), e também por novas fontes de propulsores, como o hidrogénio e a eletrificação. “Não existe solução mágica para a sustentabilidade na aviação, precisaremos de várias alternativas”, afirma Garnica.
Um dos conceitos de sustentabilidade para a aviação estudados na Embraer é a utilização de aeronaves menores, que transportam menos passageiros, com menor gasto energético por passageiro. É um conceito que pode ajudar a tornar viáveis as aeronaves elétricas. Nessa perspectiva, o acordo que a Embraer assinou em junho de 2023 com a fabricante japonesa de motores elétricos Nidec Corporation torna-se ainda mais relevante. As duas empresas se uniram em uma joint venture, a Nidec Aerospace, para desenvolver sistemas de propulsão elétrica para aeronaves. A nova empresa, localizada em Saint Louis, Missouri (Estados Unidos), terá como primeira missão desenvolver e fabricar os motores do eVTOL, veículo disruptivo, popularmente conhecido como “carro voador”, que a subsidiária da Embraer, EVE, pretende lançar até 2026 e já conta com 2,9 mil cartas de intenção de compra. O eVTOL é um veículo elétrico compacto, para até seis passageiros, que utiliza sistema de decolagem e pouso vertical, projetado para uso na mobilidade aérea urbana.
A Nidec Aerospace não é uma empresa dedicada a produzir motores exclusivamente para veículos eVTOL. A ideia é que a empresa coloque seus motores elétricos à disposição do setor aeroespacial em geral. “O segmento de motores elétricos aeroespaciais é um mercado novo e exponencial, que abrirá novas possibilidades para a indústria aeronáutica”, afirma Garnica.
Fundada em agosto de 1969, a Embraer completa 55 anos em 2024 com mais de oito mil aeronaves entregues. Em média, a empresa investe 5% do seu faturamento anual em pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I), mantém cinco centros de pesquisa localizados em São José dos Campos (SP), Campinas (SP), Gavião Peixoto (SP), Belo Horizonte ( MG) e Florianópolis (SC). A expectativa é obter receita entre US$ 6 bilhões e US$ 6,4 bilhões em 2024. Será uma expansão significativa frente aos US$ 5,2 bilhões obtidos em 2023. A empresa espera entregar entre 72 e 80 aeronaves comerciais e entre 125 e 135 executivas. jatos. Em abril, a empresa anunciou investimento de R$ 2 bilhões no Brasil em 2024 no desenvolvimento de novas tecnologias, como o eVTOL, e na expansão das atividades produtivas.
Uma nova categoria de produtos da empresa é o E-Freighter, composto por aviões fabricados inicialmente para o transporte de passageiros e depois transformados em cargueiros. O primeiro modelo reconfigurado, o E-190F, com capacidade de carga útil de 13,5 toneladas, fez seu voo inaugural em abril deste ano. Originalmente era um Embraer E-190 configurado para 120 passageiros. A categoria E-Freighter também contará com aeronaves E-195F, com capacidade de 14,5 toneladas. O programa de conversão de aeronaves de passageiros em cargas teve início em 2022 com o objetivo de prolongar em mais de dez anos a vida útil das aeronaves da família de E-Jets, lançada há 20 anos.
“A inovação está no espírito da Embraer”, diz Garnica, lembrando que a empresa nasceu por iniciativa de pesquisadores vinculados ao antigo Centro Tecnológico da Aeronáutica (CTA), hoje Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), e ao Instituto Tecnológico Instituto de Aeronáutica (ITA) de São José dos Campos.
Em 2023, a Embraer firmou parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) para criar um centro de pesquisas em engenharia focado na mobilidade aérea do futuro, denominado Flymov. O centro reúne mais de 150 pesquisadores do ITA, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (EESC-USP) e engenheiros da Embraer. Os investimentos previstos para cinco anos totalizam R$ 48 milhões.
A proposta da Flymov é desenvolver projetos voltados à sustentabilidade, como aviação de baixo carbono, sistemas autônomos com aplicação de inteligência artificial e recursos de visão computacional em instrumentos que auxiliam pilotos e sistemas avançados de fabricação, com equipamentos robóticos e outras técnicas da indústria 4.0. “O que buscamos são produtos mais eficientes e econômicos que tornem a aviação mais acessível às pessoas”, afirma Garnica.
A Embraer também incentiva a criação de uma cultura interna de inovação por meio do programa Green Light, que estimula os colaboradores a apresentarem propostas de inovação em suas áreas de atuação. Foi ideia de um funcionário que criou há dez anos o programa de venture capital da empresa, que reúne 27 startups investidas.
Para Garnica, toda oportunidade de inovação deve ser incentivada pela Embraer, seja em seus centros de PD&I, por meio de seus colaboradores ou em parcerias externas. “Estamos em uma atividade de alta densidade tecnológica, onde todos os concorrentes investem muito”, afirma o executivo. “Nesse contexto, investir em inovação é essencial para a sobrevivência do negócio, mas principalmente para agregar diferencial aos produtos e crescer.”
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