Dona de marcas como Case e New Holland, a multinacional italiana CNH Industrial, que fabrica equipamentos de construção, máquinas agrícolas e veículos comerciais, tem investido fortemente no desenvolvimento de soluções inovadoras capazes de aumentar a produtividade dos seus clientes. As contribuições da empresa nesse sentido ultrapassam 5% das vendas líquidas globais das atividades industriais, que em 2023 totalizaram US$ 22,1 bilhões. Segundo Rafael Miotto, presidente da CNH para a América Latina, a empresa destinou US$ 1,5 bilhão para inovação no ano passado, 50% a mais que o total investido em 2022.
No Brasil, são cerca de 400 colaboradores dedicados à inovação, além de inúmeros parceiros do mundo acadêmico, como o Cesar, centro privado de inovação com sede em Recife (PE), entidades, associações, startups e fornecedores. Todo esse esforço tem sido bem recompensado, segundo diretores da empresa. No último ano fiscal, mais de 30% da receita líquida da CNH em todo o mundo foram obtidas através de inovações realizadas no Brasil.
É uma questão de direcionamento estratégico, diz Miotto. “A cada ano, nossa forma de inovar evolui e se fortalece com avanços em ferramentas, abordagens, metodologias e, principalmente, por meio de parcerias”, afirma. É um processo contínuo, que integra desafios, oportunidades de negócios e engajamento, com o objetivo de elevar o nível dos resultados da empresa, destaca o executivo.
Existem vários ramos de actividade para o desenvolvimento de projectos inovadores, indica Miotto, mas a agricultura, a construção e os serviços financeiros continuam a ser os principais focos da empresa. “A CNH aposta e tem focado seus investimentos em grandes tendências como combustíveis alternativos, automação e inteligência artificial, além de conectividade”, afirma Miotto. No setor agrícola, a busca pela inovação é um ponto importante na estratégia da CNH para se posicionar como uma empresa relevante no mercado. Portanto, a previsão é que esta área continue recebendo investimentos em inovação.
Segundo o executivo, pesquisa divulgada pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) coloca a CNH em sexto lugar no ranking geral dos maiores depositantes de patentes do país – 49 depósitos ao longo do ano. A empresa também está entre as líderes das organizações que mais investem em patentes. No total, a empresa possui 1.550 patentes ativas no Brasil e 14 mil no mundo.
Um dos mais recentes empreendimentos da empresa é a Fazenda Case IH Conectada, propriedade com mais de três mil hectares, em Água Boa (MT). “O local recebeu conexão 4G da TIM para reunir o que há de mais moderno na agricultura digital, formando um ecossistema completo com todas as soluções avançadas da marca à disposição dos produtores brasileiros”, afirma o presidente da CNH.
Segundo ele, um estudo realizado pela Agricef e pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) na Fazenda Conectada Case IH indicou que a conectividade foi essencial para o aumento da produtividade no campo. “Após duas safras, concluiu-se que a conectividade foi responsável pela economia de 25% de combustível, equivalente a 50 mil litros de diesel; permitiu uma redução de 10% na pegada de carbono e contribuiu para um aumento de 18% na produção face à colheita. É a conectividade revolucionando os resultados em campo”, afirma.
Para Gregory Riordan, diretor de tecnologias digitais da CNH, todo esforço é feito para engajar nos processos de inovação não apenas os funcionários da empresa – cerca de 7,2 mil pessoas, que trabalham nas quatro plantas industriais que operam no Brasil (Curitiba, Paraná; Contagem, Minas Gerais). ; Piracicaba e Sorocaba, São Paulo) – mas também toda a cadeia produtiva (fornecedores, revendedores, clientes e parceiros). “Isso garante que a inovação permeie todos os campos, desde a manufatura até outras áreas operacionais e estratégicas”, afirma Riordan.
Nos últimos anos, segundo o executivo, a CNH tem buscado desenvolver soluções e máquinas com tecnologias embarcadas para uso na agricultura e construção, além de atualizar produtos, serviços ou processos existentes, a fim de aprimorar tecnologias e funções que maximizem o retorno sobre investimentos dos clientes. Um dos exemplos, segundo ele, é o T6 Methane Power, primeiro trator do mercado mundial movido a biometano desenvolvido pela CNH, por meio da marca New Holland.
“O uso do biometano contribui para a autossuficiência energética do setor rural, aproveitando fontes renováveis de energia geradas na própria fazenda para abastecer o trator”, afirma Riordan. O biogás é produzido dentro da propriedade por meio de um biodigestor, equipamento que transforma resíduos animais, resíduos orgânicos e vegetais em gás, aproveitando o chamado ciclo virtuoso da fazenda. “A maior vantagem do gás metano é a criação de um sistema energético circular. E porque a sua inovação está ligada à utilização de combustíveis alternativos e mais ecológicos, consideramos que o trator movido a biometano abriu um novo segmento para máquinas agrícolas”, afirma o executivo. E acrescenta: “Os produtores rurais reduzem a dependência dos combustíveis fósseis”.
Outro exemplo é a nova linha de colheitadeiras de cana Austoft Série 9000, da Case IH. Considerada a colheitadeira de maior potência/peso já produzida em série na história da mecanização, a Austoft 900 também ganhou novos sistemas hidráulicos e automatizados para oferecer mais eficiência e produzir mais com menor custo. Segundo Riordan, a nova colheitadeira foi desenvolvida no Brasil com investimento de aproximadamente R$ 100 milhões e mais de 180 mil horas de testes de campo e bancada.
A colheitadeira possui tecnologia de conectividade (AFS Connect) e controle inteligente de potência de fábrica, visando aumentar a capacidade de colheita e a rentabilidade. “É uma tecnologia que permite redução de pelo menos 10% no consumo de combustível e aumento de 5% a 10% na capacidade de colheita”, afirma Riordan.
A maior preocupação da CNH, segundo Miotto, é ser referência em inovação aberta. “Valorizamos a contribuição da expertise interna e externa para agregar conhecimentos, tecnologias e práticas”, afirma o presidente. Ou seja, a empresa trabalha de forma aberta e colaborativa com parceiros, fornecedores, acadêmicos, colaboradores, consumidores e até concorrentes, no Brasil e no mundo. Em 2023, por exemplo, iniciou parceria com o hub de inovação Senai Habitat. A CNH também é patrocinadora do Cubo Itaú, um dos principais hubs de empreendedorismo tecnológico da América Latina.
Além disso, a empresa faz parte da vertical Agro, focada em agtechs, ao lado de Suzano, São Martinho, Corteva Agriscience e Itaú BBA. Recentemente, a CNH adquiriu participação na Bem Agro, startup brasileira que utiliza inteligência artificial para converter imagens aéreas do campo, captadas por máquinas, drones e satélites, em relatórios de mapeamento agronômico. “Com uma equipe de mais de 40 pontos focais, de todas as áreas da empresa, conseguimos fazer conexões e buscar novas soluções com foco no cliente, de ponta a ponta”, afirma Miotto.
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