Vale (VALE3) sozinha não faz verão e Ibovespa fecha sem novo recorde | Bolsas e índices

• E assim, o Ibovespa caiu 0,08%, aos 136.776 pontos. Nesta última semana de agosto, o mês acumula ganhos de 7,15%. No ano, o índice conseguiu apagar as perdas e agora sobe 1,93%.

• O volume financeiro foi de R$ 13,5 bilhões, ante média diária de R$ 16,5 bilhões dos últimos 12 meses.
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“Em sua maior parte, o Ibovespa estava em leve queda, com os investidores obtendo lucros”, comenta André Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital. Depois de uma forte alta de 9% na segunda-feira, as ações da Petrobrás eles seguiram o caminho oposto e puxaram o índice para baixo. As ações caíram mais de 1%, refletindo a desvalorização do petróleo.

Desde o início das negociações, a Vale já havia apresentado um aumento de mais de 2%, reagindo ao anúncio de Gustavo Pimenta como novo CEO. O nome foi divulgado na noite anterior e, menos de 12 horas depois, já ganhava o selo de aprovação do mercado.

Os investidores temiam que a nova gestão pudesse ser comandada por um nome político, causando interferência nos negócios. Mas a solução encontrada foi promover o então vice-presidente financeiro, com perfil técnico, à presidência.

Depois de acumular queda de 20% no ano, a empresa também foi beneficiada pelos avanços no preço do minério de ferro. O enfraquecimento da economia chinesa, principal importadora do metal, é o grande responsável pelo fraco desempenho da Vale e de outras empresas do setor, nacionais e estrangeiras.

Nesta terça-feira, o metal registrou sua segunda forte alta na semana, com ganhos de 3%, devido à queda nos estoques nos portos chineses. Contudo, até que a economia da China volte a crescer mais rapidamente, a tendência é que ainda haja muita volatilidade de preços.

O dólar teve mais uma sessão de alta, subindo 0,18%, em um dia de valorização do dólar frente às moedas emergentes.

• A moeda encerrou o dia sendo negociada a R$ 5,50. No mês cai 2,7%, mas no ano ainda fica 13,4% mais caro.

O IPCA-15 de agosto ficou em linha com as expectativas, indicando desaceleração em relação a julho. Uma inflação mais contida tira do Banco Central (BC) a pressão de ter que aumentar os juros ou mantê-los elevados por mais tempo. Ainda assim, os dados foram vistos com cautela.

“Em relação ao número em si, o resultado é marginalmente positivo, pois ficou em linha com as expectativas. Porém, a visão de médio prazo continua negativa e não traz ânimo ao BC. Os núcleos estão todos em trajetória ascendente”, avalia Felipe Sichel, economista-chefe da Porto Asset.

Para as empresas de varejo, que se beneficiam de um ambiente com menos inflação e taxas de juros mais baixas, o pregão foi de alta. O destaque ficou com Lojas Renner, que subiu 3,67%.

Segundo Fernandes, da A7 Capital, apesar desse dado mais benéfico e que reforça a opção do BC em manter a SELIC nos atuais 10,50%, a prévia da inflação não foi suficiente para o mercado devolver o prêmio no curto prazo da curva de juros.

“Isso indica que as apostas em um possível aumento da taxa Selic no dia 18 de setembro ainda estão na mesa para o mercado. Acredito que com os dados completos do IPCA saindo no início de setembro isso pode mudar”, afirma. Neste contexto, registou-se um aumento do prémio de risco de ponta a ponta da curva de taxas de juro futuras, o que também acompanhou o movimento ascendente das taxas no exterior:

• As taxas de Depósito Interbancário (DI) para janeiro de 2025 passaram de 10,83% para 10,88%. Os prêmios em contratos de prazo mais curto estão mais ligados às expectativas dos investidores em relação à Selic;
• Para janeiro de 2034, passaram de 11,49% para 11,57%. Estas taxas mais longas geralmente medem o “risco fiscal”, que é a capacidade do governo de manter as contas públicas atualizadas;
• Confira a movimentação das taxas do Tesouro Direto.