Não é novidade que alguns analistas chamam a atenção para um risco de recessão nos Estados Unidos. Mas alguns dados económicos recentes trouxeram este alerta com mais força.. O forte mercado de trabalho americano, que vinha demonstrando resiliência e era até motivo de preocupação por trazer mais pressão inflacionária, subitamente apresentou uma desaceleração maior do que o esperado. Como resultado, investidores e agentes financeiros começaram a questionar se os EUA poderiam estar a entrar numa crise. Assim, também cresceram as preocupações de quem investe ou pensava em investir no país. Mas É hora de fugir de lá? Segundo analistas, embora os dados mais recentes tenham levantado um alerta, Ainda não há evidências claras de que uma recessão se avizinha, mas o cenário inspira cautela.
Como é o cenário aí?
A situação atual nos Estados Unidos é uma economia com taxas de juros em níveis recordesresultado de uma medida do Federal Reserve (Fed, banco central americano) para controlar a forte inflação que veio depois da pandemia e da covid-19. No final do ano passado, a alta dos preços dava sinais de arrefecimento e muitos analistas apostavam que o Fed começaria a cortar as taxas de juros no início deste ano. No entanto, não foi isso que aconteceu. Isto porque os dados do mercado de trabalho mostravam uma força crescente, que preocupou a autoridade monetária.
Embora pareça contraditório dizer que dados fortes sobre emprego levantam preocupaçõesisso é o que estava acontecendo nos EUA. Afinal, quando o mercado de trabalho está forte, significa que há demanda por mão de obra por parte das empresas. E se as empresas procuram trabalhadores, tendem a aumentar o salário nominal para atrair esses novos funcionários. O resultado disto é mais inflação, precisamente o que a Fed queria conter.
Recentemente, porém, esses dados começaram a ceder. Mas a queda foi maior do que o esperado. No final de julho, o inquérito da ADP mostrava que o número de empregos criados no setor privado naquele mês era de 122 mil postos, muito abaixo dos 150 mil criados em junho e também abaixo das previsões dos analistas, que previam 149 mil novas vagas..
Logo depois, no No início de agosto, dados do relatório de emprego da folha de pagamento mostravam cenário semelhante. Segundo o indicador, os EUA criaram 114 mil empregos em julho, uma desaceleração em relação às 179 mil vagas abertas em junho. O valor também ficou bem abaixo das projeções dos analistas, que esperavam a criação de 178 mil empregos no mês.
A desaceleração realmente preocupou o mercado e levou os investidores a compre dólares e busque refúgio em títulos americanosjá tentando se proteger em um mercado seguro de uma possível recessão e seus efeitos no mercado global. Mas, por Filippe Santa Fégerente multimercado na ASA, a reação pode ter sido exagerada. Ele afirma que, apesar da desaceleração, os números do mercado de trabalho americano ainda mostram forte atividade.
“O que chamou a atenção nos Estados Unidos foi a velocidade da desaceleração do mercado de trabalho. Mas os níveis de emprego ainda são saudáveis. Estamos falando de uma economia que gera, em média, 150 mil empregos por mês. Não há razão para alarme a este respeito“, afirma o especialista. “Antes tínhamos o cenário de uma economia crescendo mais que o potencial, e agora esse crescimento está voltando para algo próximo do potencial, podendo crescer um pouco abaixo, dependendo da rapidez com que será essa desaceleração”, ele acrescenta.
Guilherme Castro Alves, sócio e estrategista-chefe da corretora digital Avenidaconcorda que o tom adotado pelo mercado imediatamente após a divulgação dos dados pode ter sido um pouco “alarmista“. Para ele, Trata-se, de facto, de um abrandamento, mas ainda não existem provas suficientes para afirmar que se transformará numa recessão.
“Uma coisa é falar em desaceleração, outra é falar em recessão. É normal que a economia desacelere, faz parte do ciclo, é normal. O que estamos vendo é uma desaceleração. Em algumas atividades, como a indústria, é um pouco mais forte. Mas em geral Não vejo uma recessão nos EUA. Na verdade, os dados da folha de pagamento foram influenciados pelo furacão Beryl, que deixou muita gente em casa e você mede isso como um aumento do desemprego nos EUA”, afirma. “Teríamos que ver os dados da atividade económica mudarem muito para que fosse uma recessão”ele afirma.
Um ponto relativamente positivo nisso tudo, segundo analistas, é que, de fato, inflação tem dado sinais de controle nos Estados Unidos. Mesmo longe da meta de 2% ao ano, em um período de 12 meses, o índice de preços ao consumidor (IPCna sigla em inglês) desacelerou de 2,98% em junho para 2,92% em julho, quarta queda consecutiva e menor valor desde março de 2021.
Isto significa, portanto, que se a economia entrar numa trajetória mais lenta do que o esperado, a Reserva Federal tem espaço para fazer cortes nas taxas de juro maiores do que o planeado sem comprometer a luta contra a inflação.
“Do ponto de vista macroeconômico, os Estados Unidos estariam chegando a esse equilíbrio. Já passou a fase em que o aperto monetário tinha que estar no limite máximo, com juros altos, e agora começa o ciclo de afrouxamento, em que o Fed precisa calibrar a velocidade e a extensão dos cortes de juros“, afirma Danilo Igliorieconomista-chefe da Nômade.
Alexandre Espírito Santo, economista-chefe da Investimentos Wayconsidera, no entanto, que um corte mais elevado da taxa de juros por parte do Federal Reserve poderia assustar os investidores e comprometer os ativos e até mesmo os mercados mais arriscados, como o mercado de ações brasileiro.
“Acho que um corte de 0,5 ponto percentual em vez de um corte de 0,25 ponto percentual na próxima reunião seria assustador. O Fed tem espaço para isso, mas o mercado pode compreender que “a situação é realmente feia” e ficar com uma pulga atrás da orelha que aumentaria ainda mais a aversão ao risco. As pessoas não vão pensar ‘as taxas de juros estão caindo, então vou para a bolsa’”diz.
Mas e então: investir ou não nos EUA? Onde estão as oportunidades?
Dado que ainda não existem sinais claros de que uma recessão esteja a caminho, os economistas estão agora atentos ao possíveis cortes nas taxas de juros promovidos pelo Federal Reserve, o que ajudará inclusive a orientar as decisões dos investidores.
Para Espírito Santoé pouco provável que os EUA entrem numa “recessão muito severa”, mas ele acredita que existe a possibilidade de um crescimento muito modesto, até próximo de zero. E isso, na visão do especialista, deve se refletir no mercado acionário americano.
“Na minha opinião não será uma recessão tradicional, nada disso. Mas se tivermos um crescimento baixo, isso significa que a economia não está tão forte e, portanto, os resultados das empresas não serão maravilhosos.. E para que a actual relação preço/lucro (P/E) das acções americanas faça sentido, os lucros das empresas têm de aumentar. Mas se a economia não estiver a fazer isso maravilhosamente bem, isso não acontecerá, então poderemos ver uma queda nas ações“, afirma.
Para quem não sabe, o indicador “price to Earnings” (o famoso “P/L”) compara o valor de mercado da empresa (ou seja, o preço de cada ação negociada vezes a quantidade de ações disponíveis no mercado) com o lucro líquido dessa empresa. Isso dá ao investidor uma ideia de quanto tempo levaria para recuperar o dinheiro investido se aquela empresa distribuísse todo o seu lucro na forma de dividendos. A fórmula utilizada, portanto, é: o preço da ação daquela empresa dividido pelo lucro por ação (ou seja, o lucro líquido dividido por cada ação existente).
Para Castro Alves, do Nômade, Mesmo com queda quase inevitável dos juros americanos, renda fixa continua atrativa. Ele afirma que as taxas não serão tão altas como eram no início do ano, mas ainda assim Eles são altos e valem a pena.
“Na renda fixa ainda temos taxas altas. Não é o que era em abril, maio, mas voltamos um pouco ao que vimos no final do ano passado. flutuações do dólar”, diz ele.
Santa Fé, da ASA, concorda que A renda fixa americana continua sendo uma boa oportunidade. Para ele, Pode ser um bom momento para ficar de olho nos ativos fixos, já que as taxas de juros começarão a cair e, consequentemente, esses títulos deverão aumentar de preço.
Em relação para a bolsaCastro Alves, da Avenida, tem uma visão mais otimista. Para Castro Alves, o cenário não deve mudar muito, estruturalmente. O especialista reconhece que as gigantes tecnológicas tinham uma valorização elevada, que acabou por sofrer uma correção recente, mas afirma que recentemente as ações de empresas de outros segmentos começaram a apresentar melhor desempenho. Cabe ao investidor ficar de olho nos sinais do que está por vir.
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