O vacina contra o chikungunya desenvolvido por Instituto Butantan mostrou 100% eficácia em adolescentes de 12 a 17 anos que já haviam sido infectados por vírus antes de receber o imunizante. Nas pessoas que não foram expostas à doença, a eficácia foi de 99,1%. Os resultados da pesquisa foram publicados nesta quarta-feira (4) na revista científica “The Lancet Infectious Diseases”.
O estudo sobre a vacina contra chikungunya, denominado VLA1553foi realizado entre fevereiro de 2022 e março de 2023 em diferentes regiões do Brasil. É o primeiro realizado com adolescentes em país endêmico (onde a doença tem alta incidência). Foram analisados 754 participantes, dos quais 80% nunca haviam sido infectados pela doença e 20% já haviam sido infectados.
Os pesquisadores analisaram a eficácia com base na taxa de imunogenicidade, que é a capacidade da vacina de gerar resposta imunológica e proteger contra o vírus. Nos pacientes que não tiveram exposição prévia à chikungunya, a eficácia foi de 98,8% após 28 dias da aplicação da vacina. Após seis meses, o percentual chegou a 99,1%.
Pacientes que foram expostos ao vírus anteriormente, em algum momento de suas vidas, já apresentavam alto nível de anticorpos neutralizadores contra chikungunya. O índice de eficácia da vacina entre esse público, após seis meses, chegou a 100%.
“A principal informação que extraímos do estudo em relação a esses pacientes que já foram expostos ao vírus anteriormente é que eles tiveram um número menor de eventos adversos decorrentes da vacina, então mesmo que a pessoa já tenha tido contato com a doença e tem anticorpos, é vantajoso vacinar”, destaca Eolo Morandi, um dos autores do estudo e que também é gerente médico de desenvolvimento clínico do Instituto Butantan.
Outra forma de avaliar a eficácia da vacina é taxa de soroconversãoa capacidade de induzir a produção de anticorpos em pacientes que não possuíam mecanismo de defesa contra o vírus.
Dos 754 pacientes avaliados na pesquisa, 502 foram imunizados, enquanto 252 receberam placebo, tratamento sem efeito terapêutico utilizado para comparar e verificar a eficácia da vacina.
“É uma vacina nova, então não havia outra vacina contra chikungunya para comparação. Precisávamos avaliar a imunogenicidade de forma clara e objetiva, e o grupo placebo, mesmo em percentual menor, não teve ganho imunológico e teve menos efeitos adversos” , explica o autor.
No final de 2024, os investigadores irão avaliar e publicar resultados relativos à eficácia da vacina após um ano de aplicação.
A candidata à vacina contra chikungunya é desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com farmacêutica Valnevado Áustria. Em novembro de 2023, o VLA1553 foi aprovado nos Estados Unidos como o primeiro imunizante licenciado contra a doença. Feito com vírus atenuado (ou seja, com seu potencial de infecção reduzido), a vacina poderá ser usada em maiores de 18 anos nos EUA.
No Brasil, o pedido de aprovação da vacina para adultos é avaliado pelo Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Segundo o diretor do Instituto Butantan, Esper Kallástambém foi enviado ao órgão um dossiê para autorização do imunizante entre adolescentes de 12 a 17 anos.
“Hoje, um dos países que mais sofre com a chikungunya no mundo é o Brasil, localizado na região do globo onde a temperatura e a umidade são propícias à multiplicação do vírus transmissor do mosquito, que é o Aedes aegypti“, diz.
De acordo com o Painel de Monitoramento de Arbovírusde Ministério da Saúde254.651 foram cadastrados casos probabilidade de ter a doença em 2024, com 164 mortes confirmados e outros 151 em investigação.
“O ministério está muito receptivo a essa ideia de discutir esse assunto e também está levando em consideração como a vacina poderia ser usada no Brasil. Mas o papel do Butantan é desenvolver, produzir e aprovar o uso da vacina”, disse. disse Kallás.
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