Só a Portonave, em Navegantes, está investindo R$ 1 bilhão na adequação do cais para crescer em contêineres e cargas refrigeradas. Os terminais portuários privados de Santa Catarina estão recebendo investimentos no fortalecimento de estruturas e na ampliação de capacidade. As empresas justificam as suas contribuições com base na necessidade de se adaptarem a uma procura cada vez maior do mercado por operações mais eficientes e competitivas para os seus clientes. Veja também: A Portonave, dona de um Terminal de Uso Privado (TUP) em Navegantes, está investindo R$ 1 bilhão na modernização do cais, que conta com dois berços. A intenção é aprofundar o calado do canal de navegação para 17 metros, abrindo a possibilidade, no longo prazo, de receber navios porta-contêineres de até 400 metros de comprimento. “Precisamos criar e fazer crescer esta infraestrutura, porque o mercado exige e queremos ser competitivos. Os investimentos são constantes e temos feito esses investimentos”, afirma o diretor superintendente administrativo da Portonave, Osmari de Castilho Ribas. O algodão pode servir de espelho para outras cargas” O Terminal de Uso Privativo de Navegantes está localizado no complexo fluvial Itajaí-Açu, onde, na margem oposta, fica o porto de Itajaí. A obra é realizada em duas etapas, alternadas entre berços. Até a conclusão do projeto, a Portonave continuará com apenas um berço em operação na área. “Temos uma estrutura com a qual podemos atender esse mercado de refrigerados e congelados. Nossa câmara frigorífica nos dá um bom nível de competitividade, mas aqui podemos movimentar todos os tipos de carga”, afirma Ribas. Outros investimentos Em outra região portuária de Santa Catarina, o Porto Itapoá também se fortalece. O diretor de Desenvolvimento de Negócios e Experiência do Cliente, Felipe Fioravanti Kaufmann, afirma que a empresa tem projetos em andamento para ampliar a área e adquirir equipamentos para carga e descarga de contêineres. “O projeto de ampliação das áreas ainda não está definido. Mas, pela nossa visão, a expectativa é que a capacidade dobre em dez anos, passando de 2 milhões para 4 milhões de TEUs (unidade que representa um contêiner de 20 pés)”, afirma Kaufmann, sem revelar o volume potencial de investimentos. Segundo ele, a empresa aprovou recentemente um plano para aumentar o número de pontos de venda, dos atuais 3 mil para 4,08 mil. É nesses pontos que estão localizados os contêineres refrigerados, utilizados principalmente para a exportação de carnes de Santa Catarina e de outras regiões do Brasil. “É um mercado que precisa de capacidade de vendas internacionais. A relevância da agricultura para nós é grande, principalmente nas exportações. Tem a proteína como carro-chefe, mas estamos desenvolvendo novos fluxos”, afirma. Um desses fluxos é o algodão. No início de julho, o Porto Itapoá anunciou a conclusão de uma estrutura de armazenamento específica para a commodity. Kaufmann explica que a operação dedicada começa em fase piloto e, dependendo dos resultados e do interesse das tradings e dos embarcadores, pode ganhar escala. “Estamos redesenhando uma área para buscar esse fluxo conhecido como Santos. Itapoá vem se consolidando como alternativa. O projeto do algodão pode servir de espelho para outras cargas. São mercados com volumes muito grandes e a nossa ideia é ter uma operação que gere escala para o cliente”, explica. Em São Francisco do Sul, o Terminal Portuário de Santa Catarina (TESC) prepara investimentos, com planos de ampliar suas operações de granéis agrícolas, como soja e milho. O acionista majoritário da empresa é a comercializadora de grãos Agribrasil, que, pelo menos por enquanto, possui contrato de exclusividade para operação no cais dedicado à movimentação de grãos, inaugurado há um ano. A TESC é arrendatária de uma área dentro do porto público de São Francisco do Sul. Quando inaugurou sua operação dedicada a grãos, a expectativa inicial era exportar 700 mil toneladas nos primeiros seis meses de atividade. Foram 1,3 milhão de toneladas. Operando no ritmo mais intenso, a capacidade é embarcar 3,5 milhões de toneladas anuais. “Meu gargalo não é o envio, mas o recebimento e a capacidade estática. Nossa percepção é que o sistema precisa se expandir, para atender os navios de forma mais regular e sequencial”, explica Fábio Mota, CEO do TESC. O terminal tem espaço para armazenar 90 mil toneladas de grãos em três silos. A previsão é construir outro, com mais 30 mil toneladas. Os planos também são aumentar o número de basculantes. “Antes mesmo de o projeto ser executado, já tínhamos a leitura de um silo adicional. Estávamos aguardando a maturidade da capacidade atual para iniciar o processo de expansão”, afirma o executivo.
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