O Suzano encerrou o segundo trimestre com preconceito líquido atribuído aos sócios da controladora de R$ 3,77 bilhões, comparável ao lucro líquido de R$ 5,07 bilhões do ano anterior, explicado pelo impacto negativo da desvalorização cambial sobre a dívida em moeda estrangeira e da marcação a mercado dos instrumentos derivativos.
O resultado operacional, no entanto, foi forte, impulsionado pelo aumento dos preços da celulose, pelo maior volume de vendas, principalmente de papel, e pelo câmbio favorável às exportações.
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De abril a junho, a empresa registrou receita líquido de R$ 11,49 bilhões, aumento de 25% na comparação anual e de 22% em relação ao primeiro trimestre.
Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) trimestralmente ajustado cresceu 60% em um ano, para R$ 6,29 bilhões, com margem Ebitda ajustada de 55%. Na comparação anual, a margem saltou 12 pontos percentuais, beneficiada também pelo menor custo caixa de produção de celulose.
Sem considerar as paradas para manutenção, o custo caixa foi de R$ 828 por tonelada, 10% abaixo do registrado no segundo trimestre do ano passado. Comparativamente aos primeiros três meses do ano, registou-se um aumento de 2%.
No trimestre, o volume de vendas da Suzano foi de 2,88 milhões de toneladas, um aumento de 3% em relação ao mesmo período do ano passado. Foram 2,55 milhões de toneladas de celulose, 1% acima do volume vendido no segundo trimestre de 2023, e 333 mil toneladas de papel, crescimento de 13%.
O preço líquido médio da celulose vendida pela empresa no mercado externo atingiu US$ 701 por tonelada, um aumento de 25% em 12 meses após a aplicação de sucessivos reajustes em todas as regiões. O preço líquido médio do papel foi de R$ 6.787 por tonelada, queda de 3%.
A geração operacional de caixa mais que dobrou em um ano, para R$ 4,5 bilhões, enquanto os investimentos totalizaram R$ 3,96 bilhões, queda de 37% na mesma comparação, explicada principalmente por menores desembolsos com o Projeto Cerrado, que entrou em operação no mês passado.
Enquanto isso, o resultado financeiro da empresa foi negativo em R$ 11,07 bilhões, ante R$ 4,54 bilhões positivos um ano antes, refletindo o resultado negativo das operações com derivativos de R$ 3,89 bilhões, na esteira da forte desvalorização cambial no trimestre, e R$ 7,3 bilhões do efeito da variação cambial sobre dívidas em moeda estrangeira.
Em junho, a alavancagem financeira da Suzano, medida pela relação entre a dívida líquida e o EBITDA ajustado em dólares em 12 meses, foi de 3,2 vezes, ante 3,5 vezes três meses antes.
Após registrar um segundo trimestre de resultados “muito fortes”, Suzano se beneficiará de geração adicional de caixa com o início das operações da unidade Cerrado, no Mato Grosso do Sul, e poderá acelerar sua estratégia de internacionalização e avançar na cadeia de valor , ele disse Valor o novo presidente da empresa, Beto Abreu.
“Foi um trimestre muito forte, fruto da melhoria dos preços da pasta, com uma procura muito robusta na Europa e nos Estados Unidos, e alguns desafios na China”, afirmou. Com os preços mais elevados da celulose e o benefício do câmbio desvalorizado nas exportações, o processo de desalavancagem financeira da Suzano começou antes mesmo da entrada em operação da nova fábrica, acrescentou.
No período, a empresa comercializou 2,5 milhões de toneladas de fibra de eucalipto, 6% acima do volume vendido nos três primeiros meses do ano e crescimento de 1% na comparação anual. “Não houve alteração nas ações. A Suzano vendeu basicamente tudo o que produzia”, afirmou o vice-presidente de finanças, relações com investidores e jurídico, Marcelo Bacci.
Segundo Bacci, a empresa não pretende alterar a estratégia de proteção de fluxo de caixa (“hedge”) — que adotou há alguns anos — devido a oscilações pontuais de resultados, sem efeito caixa, como as observadas no segundo trimestre. . Enquanto isso, apesar do forte desempenho operacional, a companhia teve prejuízo líquido de R$ 3,7 bilhões, devido ao impacto da taxa de câmbio na dívida em moeda estrangeira e da marcação a mercado de derivativos.
“Não pretendemos alterar a política de hedge, que está cumprindo seu papel de trazer mais previsibilidade na geração de caixa. As operações significam apenas entrada ou saída de caixa no vencimento, portanto, as flutuações ao longo do caminho não são uma preocupação. E há mais do que a contrapartida no lado da receita”, disse ele.
Segundo Abreu, a unidade Cerrado está operando dentro do esperado, cumprindo o processo de comissionamento, e deverá produzir 900 mil toneladas de celulose este ano. A primeira descarga da matéria-prima produzida na nova fábrica já foi realizada no Porto de Santos (SP).
Internacionalização das operações
Paralelamente, a oferta adicional de pasta no mercado global já iniciou um processo de correção de preços, que no final do ano deverão ser inferiores aos verificados no segundo trimestre. “Na verdade, a correção de preços já está acontecendo. Mas, do ponto de vista das variáveis estruturais, quando olhamos para os Estados Unidos e para a Europa, a procura é bastante consistente”, afirmou o executivo, acrescentando que “é muito cedo para falar em recessão nos Estados Unidos”.
Em relação à China, Abreu avalia que o governo local continua perseguindo o crescimento de 5% projetado para o ano. “Não vemos uma queda na procura estrutural na China. Pelo contrário, houve até alguma redução de stocks”, notou.
Segundo o novo presidente da Suzano, a empresa tem uma estratégia “clara” em relação aos caminhos de crescimento e, com o Cerrado, mantém sua posição de relevância global em fibra curta, responsável por um terço do mercado. O plano é manter esta posição no longo prazo, mas também “avançar na cadeia de valor”.
A internacionalização das operações é um meio importante para atingir este objectivo, acrescentou. “A internacionalização é uma forma importante de fazer isso, pois não há mais muitas oportunidades no mercado brasileiro”, explicou. “Queremos dar continuidade a essa estratégia, que é robusta, observando as premissas de geração de valor, retorno adequado e busca por ativos em que seja possível apresentar diferenciais competitivos, que possam ser escalonados”, acrescentou.
Segundo o executivo, a recente aquisição de duas fábricas da americana Pactiv Evergreen, por US$ 110 milhões, permite testar esse mercado e a Suzano continuará avaliando outras oportunidades. Com a aquisição de 15% da Lenzing, afirmou Marcelo Bacci, a Suzano entra no setor têxtil e mostra que pretende se posicionar ao longo da cadeia de valor, e não apenas na ponta inicial, a celulose solúvel.
Além de permitir a aceleração da estratégia de internacionalização da Suzano, a entrada em operação do Cerrado deverá dar ritmo à desalavancagem financeira da empresa ao longo do segundo semestre.
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