Você servidores ambientais ampliou a greve iniciada no dia 24, elevando para 21 o número de estados que aderiram ao movimento a partir desta segunda-feira (1º). Eles exigem melhores condições de trabalho, reestruturação de carreiras e reajustes salariais do governo Lula (PT).
A categoria manterá apenas algumas atividades, em regime especial, voltadas principalmente para emergências – por exemplo, combate a incêndios no Pantanal ou chuvas no Rio Grande do Sul.
Decidiram também incluir a área de fiscalização no regime especial, mas apenas para responder a emergências ou casos de risco de vida.
Nesta segunda-feira, funcionários fizeram um protesto em frente ao Ministério do Meio Ambiente, em Brasília (DF), e entregaram uma carta à chefe do departamento, Marina Silva. O documento, assinado pelos 98 novos analistas ambientais da agência, pede que ela apoie a mobilização.
A greve começou no dia 24, depois que as negociações para reestruturação de carreira se arrastaram por meses e não chegaram a conclusão.
Agora, a mobilização chega aos estados do Acre, Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul , Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins.
A demanda pela valorização de profissionais do Ministério do Meio Ambiente, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), do Serviço Florestal e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) vem desde o final de 2022 , na transição para o terceiro governo Lula.
O argumento dos servidores é que sua carreira foi sucateada e hostilizada durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e, mesmo assim, resistiu ao desmonte da política ambiental, fato que deveria ser valorizado pelo petista.
O descontentamento com a atual gestão aumentou depois que o governo Lula promoveu reajustes, por exemplo, para a Polícia Rodoviária Federal (PRF), categoria identificada com o bolsonarismo.
Uma mesa de negociações foi instalada em 2023, mas paralisada no final do ano, e às vésperas da COP – conferência do clima da Organização das Nações Unidas (ONU) -, a categoria passou a criticar publicamente a gestão petista.
Desde janeiro de 2024, os agentes ambientais iniciaram uma greve gradual, que até agora resultou na redução do número de autos de infração e multas aplicadas, além do impacto negativo nas análises de licenciamento ambiental.
A última proposta de reestruturação feita pelo Ministério da Gestão e Inovação ocorreu em abril, mas não agradou aos trabalhadores. O maior problema foi a redução de até 6% no salário dos novos ingressantes na categoria, segundo cálculos da Ascema (associação nacional dos trabalhadores ambientais).
No geral, o governo fala em um reajuste geral de 20% a 30% da remuneração geral do setor. A associação contesta estes números e afirma que na realidade variam entre 19% e 26%.
A Ascema registou alguns avanços, como a melhoria da proporção entre a remuneração fixa e a remuneração variável (que ainda está abaixo do exigido) e aceitou a progressão na carreira em 20 níveis.
Por outro lado, avaliou que a proposta não atendeu nenhuma de suas principais reivindicações, como espelhar sua carreira na da ANA (Agência Nacional de Águas) e reduzir a disparidade salarial entre os cargos ou benefícios por ações de risco.
Os funcionários fizeram uma contraproposta, mas, no dia 7, o Ministério da Gestão disse à categoria que havia atingido o “limite máximo, do ponto de vista orçamentário, do que é possível oferecer” e indicou o fim do mesa de negociação.
De acordo com o plano aprovado até agora, cinco setores continuarão sob regime especial, para responder a emergências climáticas, desastres naturais ou preservar a vida de populações tradicionais ou animais em risco, por exemplo.
O combate a incêndios, por exemplo, será mantido 100%, já que o Pantanal vive atualmente o que pode se tornar a mais grave crise de seca de sua história.
Seis setores permanecerão em regime especial durante a greve da função pública:
- Fiscalização: Combate às infrações ambientais em caráter emergencial e em casos de denúncias envolvendo danos à vida de pessoas;
- Licenciamento: Manutenção de 10% dos servidores, em casos de emergência ambiental ou calamidade pública;
- Unidades de conservação: Somente demandas emergenciais que possam colocar em risco comunidades tradicionais e/ou colocar em risco imediato a biodiversidade e a conservação dos recursos naturais e valores fundamentais das unidades;
- Fauna e flora: Mantido resgate e cuidado de animais sob custódia;
- Incêndios florestais: 100% das brigadas e fiscalizações do Ibama permanecem atuantes no combate aos incêndios;
- Emergências: Respondendo a ações emergenciais em desastres ambientais que exigem intervenção imediata
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