Mesmo após a saída dos representantes indígenas da mesa de conciliação, o ministro Gilmar Mendesdo Supremo Tribunal Federal (STF), decidiram dar continuidade às audiências que discutem a validade do marco temporal para a demarcação de terras indígenas no Brasil. O próximo encontro acontece nesta segunda-feira (9).
O Valor apurou que o ministro Gilmar Mendes deve concordar em incluir novas entidades indígenas interessadas em participar da conciliação. No entanto, ainda não foram protocolados pedidos de entrada no caso. Portanto, na audiência desta segunda não haverá representação indígena.
Durante a segunda audiência de conciliação, ocorrida no dia 28 de agosto, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) decidiu abandonar a negociação e recebeu o apoio de outras entidades indígenas como o Conselho Indigenista Missionário (Cimi). Ao anunciar a decisão de se retirar do debate, a Apib argumentou que as negociações em torno do tema resultarão em “graves violações” dos direitos dos povos indígenas.
A Apib argumentou que a permanência da lei de marco temporal (Lei 14.701/2023) gerou uma situação de desigualdade negocial. Os indígenas pediram ao ministro Gilmar Mendes a suspensão cautelar da norma, mas não foram atendidos. Segundo fontes consultadas pelo Valor, o ministro não suspenderá a lei para evitar atritos com o Congresso.
Segundo interlocutores, com a conciliação, o ministro pretende criar parâmetros de uso e ocupação de terras indígenas no Brasil e definir melhor as formas de compensação. Para ele, as metas podem gerar segurança jurídica. Segundo essas fontes, o ministro entende que enquanto a situação não for resolvida, continuam ocorrendo problemas nas terras indígenas, como garimpo ilegal e invasões.
Na reunião do dia 28, o juiz auxiliar que conduziu a conciliação, Diego Viegas, destacou que a ideia do ministro é fazer um levantamento completo de quanto custaria demarcar todas as terras indígenas do país e tentar encontrar uma solução econômica solução para isso. Ele chegou a anunciar que um representante do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) passaria a fazer parte do grupo por esse motivo.
Na opinião de Maurício Terena, advogado da Apib, qualquer tentativa de conciliação sem representantes indígenas é ilegítima. Segundo Terena, “a voz dos povos indígenas nunca foi ouvida” e a associação defende que a discussão sobre o prazo ocorra em plenário. O plenário do STF já decidiu, por maioria de votos, que a tese do marco temporal é inconstitucional.
O marco temporal determina que somente poderão ser demarcadas terras que já estavam ocupadas por povos indígenas na data da promulgação da Constituição de 1988. Em setembro de 2023, o Supremo decidiu derrubar esta tese, impondo uma derrota aos ruralistas.
Como reação, o Congresso aprovou uma lei em sentido contrário. Diante desse impasse, as ações para suspender a norma chegaram ao Supremo. Foi com base nesses processos que Gilmar Mendes decidiu instalar a mesa de conciliação.
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