O boom da IA lança ainda mais luz sobre a importância da segurança e do gerenciamento de dados (pessoais e corporativos), além da já amplamente debatida questão dos direitos autorais Getty Images A tecnologia já existia há alguns anos, mas o salto no desempenho de A Inteligência Artificial (IA) Generativa iniciou uma nova corrida nos últimos meses: quais marcas (ou profissionais) conseguirão colocar essa tecnologia em prática de forma eficaz no menor tempo? O gigantesco potencial é verdadeiramente surpreendente. Porém, quando realizamos uma análise mais profunda e prática, identificamos gargalos e riscos para o uso imediato desta tecnologia em ambientes corporativos, principalmente quando relacionados a dados e informações estratégicas e confidenciais das empresas. Para ficar claro, do ponto de vista mais individual (e/ou dependendo da realidade de cada empresa – já temos grandes equipes criativas trabalhando com essa tecnologia), os profissionais estão cada vez mais aplicando IA no seu dia a dia. Ajudar a responder um e-mail, fazer uma tradução, apoiar pesquisas, transcrever áudios e reuniões, fazer resumos e até criar textos, imagens e outras peças já são realidade. O maior valor desta tecnologia virá justamente da sua aplicação aos dados estratégicos das marcas, como vendas, perfil de público, tendências e outras métricas, realizando análises, cruzamentos, agilizando, automatizando e proporcionando maior produtividade aos processos e atividades e fazendo previsões. Mas aí chegamos a um dos pontos mais sensíveis: como esses dados serão gerenciados pelas IAs? A confidencialidade é total? Eles também serão usados para desenvolver essas inteligências? Onde essas informações são armazenadas? Podem ser partilhados com outras empresas, mesmo que indiretamente ou num grupo maior de dados? Ou seja, o boom da IA joga ainda mais luz sobre a importância da segurança e da gestão de dados (pessoais e corporativos), além da já amplamente debatida questão dos direitos autorais (dúvidas quanto aos direitos autorais de textos e imagens gerados, por exemplo ). E temos outros pontos sensíveis envolvendo esses assuntos. Por exemplo, cada vez mais IA estão a ser utilizadas para transcrever e produzir resumos de reuniões. Nesta situação, quão confidenciais são as informações discutidas? Os riscos de exposição desta informação online aumentam? Todos os participantes deram consentimento para esta transcrição? Onde isso está armazenado? Quanto tempo? Nos direitos autorais, já temos outro exemplo interessante. Existe uma plataforma que produz música com IA baseada em um briefing. Claro que não é algo sofisticado, mas pode ser útil em algumas situações, como um evento, campanha digital ou vídeo para redes sociais. A plataforma autoriza a pessoa a utilizar a música criada, mas e o uso comercial? Existem recursos extras? Quando analisamos detalhadamente as regras de utilização, as orientações são vagas, não proporcionando muita segurança para uma utilização mais ampla. Não é por acaso que este ambiente de incerteza tenha levado os mercados a estabelecer limites à utilização de IA. É o caso, por exemplo, do mercado de beleza, em que algumas marcas optaram por não utilizar imagens geradas por IA em suas campanhas para não incentivar padrões estéticos irrealistas. Esta é uma questão importante a ser considerada, mas certamente as incertezas que discutimos também pesaram nesta decisão. Este cenário torna-se ainda mais complexo quando levamos em conta que muitos projetos envolvem diversos fornecedores, contratos de confidencialidade e acesso a bases de dados externas, o que, em alguns casos, inviabiliza, pelo menos por enquanto, sua utilização em maior escala. IAs em áreas estratégicas das empresas. A atenção à segurança dos dados e às questões de direitos de autor não deve, contudo, bloquear este movimento. Testes podem e devem ser realizados e as marcas podem criar frameworks seguros para sua utilização, ganhando eficiência e profundidade. É preciso também criar um volume mínimo para que os investimentos sejam compensadores e sustentáveis no médio prazo, gerando assim experiência para voos mais altos. Como já discutimos anteriormente, certas regras ou parâmetros de conduta só surgem do uso eficaz da tecnologia. Foi o que vimos acontecer, por exemplo, com a campanha com a recriação IA de Elis Regina, que, sim, levantou uma série de questionamentos, mas também levantou discussões sobre boas práticas nesta área. Nesse sentido, mais uma vez, o elemento humano não perde o seu papel fundamental, pois caberá a ele avaliar em quais situações as IAs podem ser utilizadas, quais medidas de segurança são necessárias, monitorar os riscos e, quando realmente não for possível, procure outras abordagens. *Nathália Dalla Corte é sócia e vice-presidente de Negócios & Estratégia da Cadastra, empresa global de soluções de marketing, tecnologia, estratégia, dados e análises. Mais lido
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