Três anos após o seu lançamento, o financiamento aberto já está a provar o seu valor. A expansão do número de consentimentos para compartilhamento de dados cadastrais, financeiros e transacionais é agora apoiada por produtos concretos, com benefícios para instituições financeiras e usuários. Mesmo assim, os desafios permanecem, incluindo a falta de acomodação por parte do segmento empresarial, a complexidade da jornada de consentimento e a melhoria da qualidade dos dados. De janeiro a julho, o número de consentimentos únicos aumentou de 27,5 milhões para 31 milhões, mais de 15% da população brasileira com serviços bancários, enquanto segundo o CNPJ o crescimento passou de 210,8 mil para 253,6 mil, perto de 1% dos legais entidades do país, compara o secretário-geral da Open Finance Brasil, Carlos Jorge.
O sistema, projetado para pessoas físicas, não atende às necessidades do negócio, como múltiplos responsáveis, jurisdições e CNPJs. O Banco Central afirma que solicitou um diagnóstico das demandas desse público para avaliar a estratégia de avanço.
A infraestrutura descentralizada, com interfaces de software (APIs) para comunicação direta de uma instituição para outra, é um dos motivos do seu sucesso e suporta cerca de 2 bilhões de ligações semanais. Com mais informações transacionais no fluxo, o Open Finance Maturity Index da Capgemini mostra a evolução dos objetivos de negócios das instituições do ano passado para agora, com maior foco em novas fontes de receita, crescimento e rentabilidade da base de clientes.
A inclusão de cartões proporcionará a possibilidade de mais alternativas para os cidadãos”
—Ricardo de Barros Vieira
Agregadores inteligentes para gestão financeira, crédito, financiamento e pagamentos atraem correntistas. “Somos o maior país do mundo em adesão e abrangência”, afirma Ivo Mósca, diretor de inovação, produtos e serviços da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Neobancos e fintechs buscaram consentimentos com mais energia, devido à sua natureza mais digital e perfil de cliente menos diversificado. Muitas instituições tradicionais, por sua vez, dividem os seus esforços entre a integração interna de diferentes negócios e a integração externa, com concorrentes, beneficiando-se de dados de públicos concentrados em recém-chegados, como jovens ou com acesso mais recente a serviços bancários.
Nubank e Mercado Pago são os maiores receptores e transmissores de chamadas de API. Mais de 10% dos correntistas do Nubank já compartilham dados externos. Seu agregador de contas, utilizado mensalmente por 3,5 milhões de pessoas, permite visualizar transações e iniciar pagamentos com recursos de qualquer conta.
O alerta de saldo negativo do cheque especial, com alerta de cobertura por outras contas e oferta de crédito mais favorável, economizou R$ 8 milhões para 2,6 milhões de clientes. A transferência de recursos sem sair do aplicativo do banco, utilizado por 750 mil pessoas, rendeu R$ 575 milhões à instituição. Estão em uso ofertas de investimentos mais rentáveis e um cartão de crédito mais adequado ao perfil do titular, além de cadastro (onboarding) baseado em dados abertos. “Um dos desafios para o uso em tempo real é a limitação de pedidos por minuto por instituição”, afirma a gerente geral de open finance do Nubank, Luciana Kairalla.
No Mercado Pago, 6 milhões dos mais de 52 milhões de usuários aderiram ao sistema, que desde janeiro suporta 100% do crédito para novos vendedores. A head de inovação Patrícia Leal observa o desafio da qualidade: embora com um padrão definido de transmissão, cada instituição “nomeia” suas operações de uma forma particular, o que demanda investimento extra no processamento para o uso efetivo dos dados.
Outra complicação é a complexidade da jornada de consentimento, afirma Diego Perez, presidente da Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs). O vice-presidente da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), Ricardo de Barros Vieira, indica a concentração no Pix como instrumento de pagamento. “A inclusão dos cartões proporcionará a possibilidade de mais alternativas para os cidadãos”, avalia.
O PicPay oferece integração do Pix à carteira (carteira) Google, sem a necessidade de abrir o app, além do consolidador “Conta de Contas”, com transferências entre contas, Pix, investimentos e pagamentos de contas. O preenchimento automático das informações do Pix e a validação do cartão de crédito agilizam a experiência. O Banco Efi digital adotou o Pix via open finance na tela de checkout de sites, aplicativos ou plataformas de e-commerce, afirma o diretor de produtos, Francisco Carvalho.
Banco do Brasil e Santander ilustram o segmento incumbente. No BB, entre 43,5 milhões de correntistas, 2 milhões deram anuência e 40 mil aderiram à portabilidade de crédito, perto de R$ 1,4 bilhão. Propostas com taxas assertivas em momentos oportunos renderam R$ 1 bilhão em crédito para 72,1 mil clientes, com desembolso de mais de R$ 3,4 bilhões em crédito para 11,7 mil empresas. Outros 45 mil clientes aceitaram R$ 2,3 bilhões em propostas de investimento, afirma o executivo de open finance, Filipe Préve.
O Santander lidera consentimentos únicos no segmento pessoa jurídica: mais de 50 mil clientes, 53% acima do início do ano, além de 2,1 milhões de clientes pessoa física. O banco integra dados financeiros abertos em serviços e comunicações digitais. Um dos exemplos foi o lançamento do cartão FREE, identificando mais de 1,5 milhão de correntistas que poderiam deixar de pagar tarifas, afirma Joice Almeida, head de open finance do Santander Brasil.
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