O Instituto Nacional de Combate ao Crime Cibernético (INCC), organização civil, lança, nesta quinta-feira (1º), o relatório “As Contribuições da Sociedade Civil e dos Setores Produtivos para a Estratégia Nacional de Segurança Cibernética”. Com quase cem páginas, o documento traça um cenário amplo dos riscos digitais a que estão expostos cidadãos, empresas e órgãos governamentais e sugere medidas a serem tomadas para combater essas ameaças.
O relatório será entregue oficialmente ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, em reunião em São Paulo, como contribuição à Estratégia Nacional de Segurança Cibernética.
Durante 10 meses, analistas e profissionais de segurança cibernética avaliaram cerca de 230 estudos e pesquisas para detectar vulnerabilidades, coletar exemplos internacionais de sucesso e apresentar sugestões para melhorar a segurança digital no país. A obra reúne contribuições de dez setores da economia, responsáveis por 70% do PIB, e de uma dezena de organizações setoriais, incluindo FecomercioSP (comércio, serviços e turismo), Fiesp (indústria), Febraban (bancos), Abrasca (empresas de capital aberto) e Abes (empresas de software).
“Há um processo de migração dos crimes tradicionais para os digitais. Isso ocorre por uma série de fatores, sendo o mais destacado o fato de o custo do crime cibernético ser menor”, afirma Fábio Diniz, fundador e presidente do INCC.
Instalações de crime digital
Enquanto em um assalto a banco as gangues precisam gastar com armas e veículos, ficando expostas a penas maiores e possíveis brigas com a polícia, na internet os criminosos são protegidos por um emaranhado de servidores – os computadores centrais das redes –, incluindo outros recursos tecnológicos.
O relatório indica seis áreas centrais de atuação, com desafios, principais propostas e metas para cada uma delas. Os pilares são a consciência social, a adequação do capital humano, o envolvimento e a integração multi-institucional, a informação e o conhecimento especializado, o financiamento e os incentivos, e o quadro jurídico, regulamentar e normativo. Os tópicos incluem a criação de uma cultura de segurança entre a população, a formação de profissionais, a cooperação entre as forças de segurança, as fontes de financiamento e as alterações na legislação.
71% não sabem usar ferramentas de segurança
Ao reunir pesquisas sobre o tema, o estudo mostra que 71% dos brasileiros não sabem usar ferramentas de segurança em caso de roubo, 60% não usam antivírus em dispositivos como celulares e 40% já tiveram problemas com computadores usados no escritório. No caso das empresas, 84% das empresas consideram a cibersegurança muito importante, mas quase um quarto delas (23%) não prioriza o tema nos seus orçamentos. Apenas 35% das empresas possuem área de cibersegurança.
Um dos maiores problemas é a falta de informação da população sobre o que fazer quando se tornar alvo de criminalidade digital. Devido à dificuldade de classificação crime cibernético, a maior parte das denúncias é feita sob o crime de peculato. As vítimas preenchem boletins de ocorrência e encaminham à polícia pela internet, mas não sabem que também precisam fazer uma representação na delegacia ou fórum para o início da investigação, afirma Diniz.
Exemplos dos Estados Unidos e do Reino Unido
Uma das conclusões do relatório é que os países que criaram um órgão centralizador de ações de combate ao crime cibernético estão entre os mais bem-sucedidos, como Estados Unidos e Reino Unido. Estas organizações recebem informações da sociedade civil, organizam os dados e partilham-nos com as autoridades e forças de segurança.
“Este é um problema multifacetado que requer coordenação de esforços por parte do governo”, afirma Luana Tavares, fundadora e CEO do INCC. “Por isso sugerimos uma estrutura centralizada que regule o tema, crie normas, mas ouça a sociedade.”
consignado para servidor público
empréstimo pessoal banco pan
simulador emprestimo aposentado caixa
renovação emprestimo consignado
empréstimo com desconto em folha para assalariado
banco itau emprestimo