Fintech é uma combinação de tecnologia e finanças (daí o nome tecnologia financeira). Operando por meio de plataformas online e oferecendo serviços digitais inovadores, as fintechs são empresas que introduzem melhorias nos mercados financeiros por meio do uso intenso de tecnologia. Atuam em diversas áreas, sendo algumas delas: pagamentos, empréstimos, investimentos, seguros e gestão orçamentária, por exemplo. E como tudo o que é relativamente novo traz insegurança e incerteza aos usuários, estar atualizado com as regulamentações é fundamental para garantir o funcionamento e a proteção dos dados.
Muitas fintechs são empresas não financeiras ancoradas em uma instituição autorizada pelo Banco Central, em uma relação chamada BaaS (Banking as a Service). Nessa relação, a instituição financeira fornece toda a infraestrutura bancária e licenças necessárias para regularizar as atividades dessas fintechs não regulamentadas.
No modelo actual, o Banco Central só tem autoridade de supervisão sobre a instituição regulada, cabendo-lhe toda a responsabilidade pela aplicação das normas regulamentares actuais. Quando uma dessas fintechs não regulamentadas causa danos ao mercado, seja promovendo incidentes envolvendo informações de seus clientes, permitindo a criação de contas fraudulentas ou mesmo tendo sua estrutura atacada e colocando em risco os recursos dos clientes, essas responsabilidades recaem sobre a instituição regulada. , pelo menos até agora.
É justamente nesse modelo de fiscalização, responsabilização e cumprimento de regulamentos e leis que o Banco Central deseja atuar. “O Banco Central, após conhecer o funcionamento das instituições no modelo BaaS, entendeu que todos os atores têm deveres e responsabilidades, estejam estes sujeitos à autorização de funcionamento do Banco Central ou não”, comenta Mirela Francabandiera, CFO da Confiança SCMuma instituição financeira regulamentada pelo Banco Central do Brasil e atuando como provedora de BaaS.
Além disso, a regulação proporciona maior segurança aos usuários, pois as operações precisam estar em conformidade com as leis e regulamentos aplicáveis ao setor financeiro. E porque utilizam tecnologia de ponta, em alguns casos, as instituições financeiras modernas que fornecem BaaS podem até ter protocolos de segurança cibernética ainda mais rigorosos do que as instituições financeiras tradicionais.
O CFO da fintech Confiança SCM destaca que acompanhar as regulamentações é um desafio para as fintechs gerarem novas oportunidades e produtos que possam atrair e fidelizar clientes. “Com o grande número de empresas que oferecem esse tipo de serviço, é cada vez mais necessária uma regulamentação, por meio de normas que promovam o equilíbrio entre inovação e proteção ao consumidor”, afirma Mirela Francabandiera.
No mercado, a adesão dos usuários a alguma tecnologia oferecida por um BaaS é crescente, segundo estudo Pulso do Consumidor, realizado no 4º trimestre de 2023. Segundo o estudo, 54% dos entrevistados relataram já ter cartão de crédito de banco digital/fintech. Na população de alta renda (acima de R$ 5 mil/mês) esse número chega a 67%. Além disso, 51% dos consumidores relataram que eles ou alguém de sua família utiliza ou utilizou carteiras de pagamento digital nos últimos 12 meses.
“O crescimento da adesão se deve às vantagens oferecidas pelas fintechs, como agilidade e agilidade nas transações, redução da burocracia no acesso ao crédito, criação de condições para reduzir o custo dos empréstimos, inovação, segurança jurídica”, explica o especialista do Confiança SCM.
Dada a utilização desta inovação bancária, as leis que moldam o setor estão em constante evolução, adaptando-se para acompanhar o ritmo acelerado do desenvolvimento tecnológico e dos novos tipos de serviços.
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