O plenário da Câmara dos Deputados aprovou o texto-base do principal projeto de lei que regulamenta a reforma tributária, na forma do substitutivo apresentado pelo relator, deputado Reginaldo Lopes (PT-MG). Foram 336 votos a favor, 142 contra e 2 abstenções. Apenas o Novo, o PL, a Minoria e a Oposição orientaram suas bancadas a votarem contra o projeto.
Os deputados avaliarão agora os destaques, ou seja, sugestões de alterações apresentadas pelos partidos ao texto. No total, serão votados cinco destaques. Quatro delas foram apresentadas pelo principal partido de oposição ao governo Lula, o Partido Liberal (PL): uma para incluir carne, queijo e sal na cesta básica isenta; outra para garantir mudanças que beneficiem o setor da construção civil; mais uma para que o imposto seletivo não incida sobre petróleo e gás; e o último para garantir a igualdade entre cooperativas e o livre comércio.
O outro destaque foi apresentado pelo Psol e propõe que armas e munições, com exceção das utilizadas pelo poder público, sejam incluídas no Imposto Seletivo.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que quer encerrar hoje a votação dos destaques. Anteriormente, havia a expectativa de que a votação fosse realizada amanhã. Após conclusão da apreciação na Câmara, o texto segue para o Senado.
A principal alteração introduzida pelo texto base aprovado foi o mecanismo que garante que a taxa normal média de referência do IVA futuro (Imposto sobre o Valor Acrescentado, dividido em CBS e IBS) seja limitada a um máximo de 26,5%. O dispositivo foi revelado ontem à noite por Valor.
Segundo o parecer, o governo federal deverá encaminhar em 2031 um projeto de lei complementar para garantir que a alíquota média permaneça em, no máximo, 26,5% caso as alíquotas da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS, de competência federal) e do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (IBS, de Estados e municípios) está acima desse percentual. Para conseguir isso, o governo pode optar por reduzir as taxas para produtos ou setores específicos ou fazer uma redução linear.
Com a mudança, a alíquota de 26,5% passou a constar do regulamento da reforma tributária, contrariando o projeto encaminhado pelo governo. Portanto, se algum futuro governo quiser aumentar a alíquota padrão, terá que aprovar um projeto de lei complementar no Congresso Nacional. Esta avaliação da taxa normal será quinquenal.
Outra novidade do texto base aprovado é em relação ao Imposto Seletivo. Carvão mineral, concursos de prognósticos (loterias, apostas e sorteios) e “jogos de fantasia” (em que o jogador simula um time esportivo e ganha ou perde com base nos resultados do mundo real) foram incluídos na lista de itens tributados pelo que sobrou conhecido como “imposto sobre o pecado”.
O imposto foi criado pela reforma para desestimular o consumo de bens e serviços prejudiciais à saúde e ao meio ambiente. A tributação sobre veículos, aeronaves, embarcações, cigarros, bebidas alcoólicas e açucaradas já estava incluída no projeto de lei vindo do governo. Tudo foi mantido pelo relator, que fez apenas uma alteração para prever também a Seletiva nos veículos elétricos, e não apenas a combustão.
As armas ficaram de fora do Imposto Seletivo, apesar da pressão pela inclusão, mas serão destacadas.
Outra novidade em relação à Seletiva foi a previsão de que a alíquota máxima sobre bens minerais, que inclui petróleo e minério de ferro, será de 0,25%. Anteriormente, segundo projeto do governo, a alíquota poderia chegar a 1%, o que gerou reação do setor. A alíquota exata será fixada posteriormente, por lei ordinária.
As alíquotas do Imposto Seletivo incidentes sobre bebidas alcoólicas serão fixadas de forma escalonada, de forma a incorporar progressivamente, de 2029 a 2033, “a diferença entre as alíquotas de ICMS incidentes sobre bebidas alcoólicas e as alíquotas modais deste imposto”. Pelo texto apresentado pelo governo, não houve tal diferenciação.
Em relação ao cashback (restituição de impostos para famílias carentes), foi aprovado que haverá devolução de 100% do Imposto Federal (CBS) pago sobre contas de água, luz, esgoto e gás natural pelas famílias pobres. Anteriormente, a restituição seria de 50%.
Outra mudança trazida pelo parecer é que, para o cálculo da restituição, serão consideradas as compras nos CPFs de todos os integrantes do núcleo familiar, e não apenas do familiar.
Cashback é um mecanismo de devolução de impostos às famílias de baixa renda cadastradas no Cadastro Único do governo federal (CadÚnico).
Por fim, em seu parecer final, Lopes manteve a posição de não incluir proteína animal na cesta básica isenta, mas incluiu outros itens, como farinha, aveia e óleo de milho.
A pasta de tomate e o pão fatiado foram incluídos no relatório final com alíquota reduzida de 60%, assim como o salmão e o atum, que antes figuravam entre os itens com alíquota integral.
Conteúdo publicado originalmente pelo Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Brasil Valor Econômico
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