O chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, informou nesta terça-feira (25/6) que os contribuintes ainda não aderiram às condições especiais de pagamento previstas na Lei do Conselho Administrativo de Recursos Federais (Carf). Até então, havia silêncio na equipe econômica sobre a medida – estimado em R$ 55,6 bilhõesé a maior em termos de receitas captadas no primeiro ano do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para aumentar as receitas e atingir o déficit zero.
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Segundo Malaquias, a Receita Federal ainda está consolidando os dados de arrecadação com base em julgamentos do Conselho de Recursos da Receita Federal. “Ainda estamos em processo de adesão. Acreditamos que este processo continuará até ao final do ano”ele alegou.
Na apresentação do último Relatório Bimestral de Receitas e Despesas, em maio, o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, havia dito que o Fisco estava trabalhando em um processo de rotulagem para apresentar os dados com a arrecadação do Carf, o que não ocorreu na divulgação de coleta de dados nesta terça-feira.
A nova lei, sancionada em 20 de setembro do ano passado, prevê que, caso o contribuinte seja condenado por voto de qualidade no Carf, há exclusão dos juros moratórios em caso de manifestação para pagamento pelo contribuinte no prazo de 90 dias, que poderão ser pagos em em até 12 parcelas mensais. Além disso, há exclusão de multa e cancelamento de representação fiscal para fins criminais.
As novas condições são consideradas pela equipa económica fundamentais para que o Tesouro consiga arrecadar receitas com os acórdãos, uma vez que tradicionalmente os contribuintes, quando condenados, recorrem ao Judiciário.
Recentemente, o Fisco negou pedido do Valor por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) sobre quantos contribuintes estavam aderindo às regras especiais de pagamento previstas na lei Carf, bem como quanto já havia entrado nos cofres públicos até o momento. Após perder o prazo recursal em segunda instância, a Receita alegou que os dados ainda não haviam sido consolidados.
Questionado sobre se seria viável manter a receita estimada de R$ 55,6 bilhões com julgamentos no órgão, Malaquias limitou-se a dizer que uma nova estimativa será feita e atualizada quando o relatório bimestral for apresentado, em junho.
O Carf vem batendo recordes de provas. Em abril, como mostra o Valorforam cerca de R$ 110 bilhões em processos analisados, a melhor marca desde dezembro de 2019, mas isso não significa que todo o valor entrará nos cofres, já que os contribuintes costumam recorrer das decisões ao Judiciário.
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