UP2Tech testou 78 brincos em animais e resultados preliminares mostraram variações no sinal A empresa brasileira UP2Tech começou a testar seu novo serviço de rastreabilidade de gado, o iBoi, em fazendas com conexão 4G da parceira TIM no projeto. O serviço, que rastreia a movimentação do gado por meio de brincos e envia dados via geolocalização, foi desenvolvido ao longo de dois anos e já está em fase de testes em duas “Fazendas Conectadas” de Mato Grosso — consideradas exemplos nacionais de conexão — com 4G estreito TIM Banda IoT. A conexão é semelhante à usada nas tornozeleiras eletrônicas. Leia também Depois da carne bovina, Ecotrace agora quer rastrear couro e café Ministério da Agricultura defende rastreabilidade individual do gado ainda este ano Produto está próximo de estrear no mercado. A novidade é mais um passo na evolução dos esforços de sustentabilidade da pecuária, mas mostra como a evolução depende diretamente da qualidade da ligação das fazendas. Nos testes, a medição da força do sinal de banda estreita revelou variações significativas. Segundo dados preliminares, dos 78 aparelhos testados, a intensidade média do sinal — dentro de uma faixa que varia de 0 a 31 — foi superior a 15. Porém, em determinados períodos, atingiu apenas 2 pontos. Segundo o fundador da UP2Tech, Rodrigo Abreu, o sinal ainda insuficiente em alguns momentos pode ter diversos motivos, como casos em que os animais podem ter ficado embaixo de árvores, pontes ou outros locais onde o sinal oscila. Ele afirma, porém, que a intensidade média do sinal é mais que suficiente para o bom funcionamento do serviço, que realiza dois pulsos por dia para fornecer a localização do animal. Embora reconheça que o acesso a uma boa conexão é necessário para que a tecnologia funcione, Abreu está otimista com o produto. A UP2Tech pretende submeter o serviço à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) no dia 15, e sua expectativa é que o registro que permitirá sua comercialização seja concluído até agosto. Os brincos desenvolvidos pela empresa possuem perfis elétricos semelhantes aos utilizados pelas companhias telefônicas e, em sua versão mais completa, são capazes de mapear movimentos, contar passos e medir a temperatura do animal e do ambiente em que ele está inserido. O sistema emite alertas quando os animais saem de áreas pré-definidas e quando o brinco não está mais em contato com o boi — seja acidentalmente ou provocado. As baterias dos brincos, feitas de lítio, duravam até seis meses no caso da versão mais completa do aparelho, e até um ano no caso dos brincos mais simples. A empresa espera que a tecnologia possibilite garantias fiduciárias na pecuária. “Hoje não se pode colocar boi como garantia fiduciária, então a possibilidade de rastreabilidade seria uma forma de desbloquear os créditos que temos hoje na pecuária”, afirma o empresário. A ideia é que o iBoi também faça registros que informem a qual contrato financeiro cada cabeça de gado está diretamente relacionada, servindo como garantia para a instituição financeira até a quitação do contrato. A UP2Tech aposta no iBoi como seu carro-chefe no agronegócio e mantém a expectativa de que a tecnologia a ajude a faturar R$ 350 milhões neste ano.
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