Produção de biocombustíveis avançados não implicaria exploração de novas áreas agrícolas A Raízen deu o primeiro passo efetivo para explorar a produção de biocombustíveis avançados, como o bioquerosene de aviação (SAF) e o biocombustível marítimo (biobunker), a partir de resíduos da produção de etanol celulósico — ou segundo etanol de geração (E2G). A empresa assinou um Acordo de Desenvolvimento Conjunto (ACD) com a biorrefinaria holandesa Vertoro para aumentar o valor agregado da lignina, molécula que garante a rigidez dos tecidos vegetais e que é decomposta no processo de produção de etanol a partir da biomassa. A ideia é transformar lignina em SAF, biobunker e também em produtos e materiais químicos. Texto inicial do plugin O próprio E2G é o resultado da produção de resíduos agrícolas. Desta forma, a produção de biocombustíveis avançados a partir da lignina não implicaria a exploração de novas áreas agrícolas ou a exploração de novos recursos. Essa rota de produção já é pesquisada na academia. Em 2019, a Fapesp e o Conselho de Pesquisa em Biotecnologia e Ciências Biológicas (BBSRC) também firmaram parceria para pesquisar o potencial de conversão de lignina em biocombustíveis avançados e outros produtos. A Raízen possui atualmente duas plantas E2G em operação. Outros dois estão em fase de conclusão e deverão ficar prontos ainda este ano. Outros três estão em fase de investimento. Segundo a empresa, essas sete unidades anunciadas deverão gerar até 1,5 milhão de toneladas de lignina como resíduo. A lignina também é gerada atualmente como subproduto das indústrias de celulose e papel. A parceria com a Vertoro se concentrará inicialmente na produção de amostras em larga escala na unidade de demonstração da biorrefinaria holandesa. Estas amostras serão distribuídas a produtores selecionados nos setores de combustíveis, produtos químicos e materiais para testes de aplicação. O plano da Raízen é que, uma vez validados os bioprodutos resultantes do processamento da lignina, a empresa possa assinar contratos de compra mínima garantida para apoiar a construção de uma unidade anexa à sua planta E2G no Brasil. A tecnologia da Vertoro, Goldilocks®, transforma quimicamente a lignina em um produto puro, com baixo teor de enxofre, altamente processável e de baixo peso molecular, adequado para uma ampla gama de aplicações de base biológica.
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