Polícia suspeita de ação criminosa nos incêndios; prejuízos já ultrapassam R$ 1 bilhão Os incêndios iniciados na quarta-feira (21/8) afetaram 105 municípios paulistas. Causaram mortes, levaram ao cancelamento de aulas, bloqueios de estradas e abandono de moradias e geraram problemas em diversos setores da economia. Leia mais Incêndios podem aumentar em setembro, alerta especialista. Saiba por que a Polícia Federal abriu 5.589 inquéritos sobre crimes ambientais desde 2023 Ação humana causou 99,9% dos incêndios em SP, diz Defesa Civil Na agricultura, por exemplo, a destruição de lavouras de cana-de-açúcar, café e grãos e de fazendas de pecuária deverá causar perdas de R$ 1 bilhão para o setor, segundo estimativa preliminar divulgada pelo governador Tarcísio de Freitas nesta segunda-feira (26/8). O governo do Estado declarou situação de emergência em 45 cidades, com validade de 180 dias, e criou um escritório de crise para monitorar a situação. Fazem parte do grupo autoridades estatais e agentes do setor privado. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), ocorreram 3,1 mil incêndios em São Paulo entre os dias 1º e 23 deste mês. Esse foi o maior número de focos em agosto desde 1998. Incêndios atingem canaviais em São Paulo Os incêndios em São Paulo são criminosos? Wolnei Wolff, secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, disse que a Polícia Federal (PF) abriu 31 inquéritos para apurar os incêndios no interior de São Paulo. Segundo ele, 99,9% dos surtos surgiram por ação humana. Até o momento, cinco pessoas foram presas sob suspeita de provocar os incêndios, informou a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP): ● 21/08: homem de 26 anos é flagrado colocando fogo em canavial em Guaraci (SP) ); ● 24/08: homem de 76 anos é flagrado colocando fogo em lixo em área de mata em São José do Rio Preto (SP); ● 25/8: homem de 42 anos é flagrado ateando fogo em vegetação em Batatais (SP); ● 26/08: homem de 27 anos é flagrado colocando fogo em pasto em Batatais (SP); ● 26/08: Homem de 44 anos é flagrado colocando fogo em vegetação em São José do Rio Preto (SP). Texto inicial do plugin Os investigadores analisaram vídeos e imagens que mostram possíveis autores dos incêndios em série no interior do estado. Em uma das gravações, um motociclista aparece ateando fogo em uma área de mata. Em outro caso, a polícia encontrou vídeos de incêndios nos celulares de um dos suspeitos. Rodrigo Agostinho, presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), disse que a situação é preocupante porque, além da seca extrema e da ação antrópica, os imóveis estão sujeitos a acidentes e condições climáticas desfavoráveis, como altas temperaturas , baixa umidade do ar e altas velocidades do vento. “Nem sempre é crime. Às vezes é um descuido ou um acidente, mas, em geral, as pessoas estão ateando fogo para aproveitar esse período de seca. Não é hora de limpar terras e tentar renovar pastagens porque o fogo causa perda de biodiversidade , além de matar animais e pessoas nas queimadas”, disse Agostinho em entrevista à CBN. Incêndio atingiu lavouras experimentais do Instituto Agropecuário, no interior de São Paulo IAC As consequências das queimadas A lavoura de cana-de-açúcar foi uma das que mais sofreu com as chamas. Nesta terça-feira (27/8), durante o Congresso Brasileiro de Fertilizantes, o secretário estadual da Agricultura e Abastecimento de São Paulo, Guilherme Piai, definiu as queimadas como ato criminoso. Ele estimou que as perdas no segmento já ultrapassam R$ 400 milhões. Além dos prejuízos recentes, produtores e autoridades estão preocupados com os impactos das queimadas na próxima safra. “Investimos no plantio de cana no primeiro ano e ela produz durante cinco ou seis anos. Agora, não podemos ter certeza se as áreas afetadas terão rebrota”, afirma Almir Torcato, gerente corporativo da Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo (Canaoeste). A empresa São Martinho, por exemplo, um dos maiores grupos sucroenergéticos do Brasil, informou que houve danos em 20 mil hectares de área plantada. A Raízen, empresa integrada de energia produtora de açúcar e etanol, informou que as perdas, entre cana própria e de terceiros, chegam a 1,8 milhão de toneladas. + Analistas de bancos discordam sobre impacto das queimadas nas usinas A suspeita de que as queimadas sejam criminosas não se restringe aos órgãos públicos. O Grupo Moreno, um dos mais antigos fabricantes de equipamentos para usinas, ofereceu recompensa de até R$ 30 mil por informações sobre possíveis autores dos incêndios. A Associação Brasileira dos Produtores de Cana-de-Açúcar (Orplana), por sua vez, repudiou veementemente as queimadas. Em nota, a entidade, que conta com 33 associações fornecedoras e mais de 12 mil produtores, destacou que segue rigorosamente as diretrizes do Protocolo Agroambiental – Etanol Mais Verde, que proíbe o uso do fogo na colheita da cana-de-açúcar. Incêndios em São Paulo deixaram mais de 40 cidades sem atenção Paulo Pinto/Agência Brasil Quais são as ações do governo? Além do decreto emergencial, o governo paulista anunciou um pacote de medidas para atender os produtores rurais que sofreram prejuízos com as queimadas. No entanto, ainda não há data de lançamento. Segundo o governador Tarcísio de Freitas, o seguro rural terá R$ 100 milhões. Uma das áreas de atuação envolve o crédito, com a promessa de que o agricultor terá acesso a R$ 50 mil do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap). Os produtores receberão recursos com alíquota zero para utilização em financiamentos emergenciais, despesas de manutenção e lavouras. Para que seja possível recuperar as casas e sedes das fazendas que sofreram prejuízos, esses imóveis farão parte dos programas habitacionais da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU). + Incêndios: SP vai liberar R$ 100 milhões para o agronegócio, diz Tarcísio No comunicado, o governo paulista também destacou que vai emitir um termo emergencial que impedirá órgãos de fiscalização de aplicar sanções ou multas. O objetivo da medida é evitar “penalidades indevidas aos produtores cujas propriedades foram afetadas”. O governo orienta que, ao avistar incêndios ou fumaça densa, procure um local seguro para se abrigar e avise o Corpo de Bombeiros (193) e a Defesa Civil (199) sobre as chamas. Outra recomendação é se cadastrar para receber alertas de incêndio no celular. Para isso, basta enviar um SMS com o CEP da sua residência para o número 40199. Veja os focos de incêndio no Brasil Globo Rural/FieldPro O clima pode aumentar os focos de incêndio O recente aumento no número de focos de incêndio no Brasil deixou 48 cidades em o interior de São Paulo em alerta máximo. Além de São Paulo, Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais também tiveram incidentes. E a expectativa é que o país continue com um clima extremamente seco, principal causador de incêndios – e situação que já dura meses. Nos próximos 30 dias, as condições meteorológicas deverão permanecer inalteradas e com calor acima da média em grande parte das áreas de produção agrícola do Paraná, Sudeste, Centro-Oeste, interior do Nordeste e Norte e também do Matopiba (área que inclui o Maranhão , Tocantins, Piauí e Bahia), segundo Marco Antônio dos Santos, agrometeorologista da Rural Clima.
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