O boom dos condomínios residenciais de luxo no interior de São Paulo, com vendas aceleradas, valores triplicando e fila de prestadores de serviços de construção nas entradas, marcou o ano de 2020 — caracterizado pela pandemia, pelo “lockdown” e pela demanda por espaços maiores.
Hoje, com esses projetos já consolidados, o segmento recebeu uma nova safra de produtos que oferecem mais privacidade, uso racional do imóvel e agregam valor aos hotéis de luxo, para se diferenciar no mercado.
“Temos visto lançamentos com lotes menores, entre dois e três mil metros quadrados, para acomodar residências mais práticas”, afirma o CEO da Bossa Nova Sotheby’s, Marcello Romero. A busca pela praticidade, segundo ele, tem sido maior entre os mais jovens ou que não querem arcar com custos elevados com manutenção do imóvel.
Projetos com número reduzido de lotes e espaços de lazer bem organizados também caíram nas graças do público que tem ou já teve casas nesses outros condomínios. “São pessoas que têm experiência, buscam mais privacidade, poucos vizinhos por perto e atividades de lazer separadas entre adultos e crianças, por conta do barulho”, comenta Romero.
Um desses lançamentos é a Quinta da Primavera, em Bragança Paulista, a 95 quilômetros da capital. O “masterplan”, desenvolvido por Marcos Tomanik e Sylvia Chaves Arquitetura, foi pensado para distribuir o público de forma mais fluida. Há espaços para crianças e adolescentes, um complexo esportivo e uma vila hípica, além da Praça da Primavera, espaço de convivência de todas as classes. O condomínio pertence à Casuarina Empreendimentos, empresa pertencente ao Grupo Oscar Americano.
Em busca de diferenciação, o empreendimento Vista Verde, em Araçoiaba da Serra, aderiu à tendência de parcerias com hotéis de luxo, bastante difundida na capital paulista. Desenvolvido pela LN Urbanismo, incorporadora do Grupo Luan, terá 160 lotes a partir de dois mil metros quadrados na primeira fase, com lançamento previsto para setembro.
O projeto está associado à primeira operação da marca Vik Retreats no Brasil, dona de hotéis boutique no Uruguai e de uma vinícola no Chile. “O hotel terá cerca de 30 acomodações, restaurante cinco estrelas e serviços de concierge que poderão ser acessados pelos moradores da residência”, explica o CEO do LN Urbanismo, Adrian Estrada. O investimento será de R$ 100 milhões.
No Vista Verde, haverá galeria de arte ao ar livre, haras, piscina comum e de ondas, academia, spa, mini fazenda e quadras esportivas. Uma equipe de notáveis foi escolhida para assinar o projeto: Marcelo Montoro (áreas comuns), Marina Linhares (interiores), Luiz Carlos Orsini (paisagismo), Diana Brooks (centro hípico), Gálvez e Márton (“villas”), Patricia O’ Reilly (urbanismo) e Patrícia Borges (curadoria de obras).
Além deles, o uruguaio Marcelo Daglio ficará à frente do projeto do Hotel Vik, que terá vinhedo próprio. A parceria foi fechada em meados de 2023, após dois anos e meio de negociações.
“Os donos do Grupo Vik, Carrie e Alex Vik, não conheciam o Brasil na época. Após algumas visitas, eles se convenceram do sucesso do negócio pelo potencial turístico do país, pela pujança econômica do interior paulista e pela proximidade do projeto com a capital”, diz Estrada. A Vista Verde ocupará o terreno de uma antiga fazenda a 1h30 de São Paulo.
Estes novos empreendimentos somam-se a outros recentes, que surgiram durante o boom imobiliário da pandemia. Com a hipervalorização dos produtos em 2020 e 2021, muitas incorporadoras correram atrás de projetos semelhantes, que só agora chegam ao mercado devido à longa jornada de aprovações legais.
“Deve haver um excesso de oferta, o que é um tanto preocupante. São muitos imóveis novos num momento em que o interesse por esse tipo de produto é menor”, pondera o CEO da Esquema Imóveis, Marco Tulio Vilela Lima.
Para ele, a queda na procura por condomínios de luxo no interior é um ajuste natural do mercado. “Naquela época, acreditava-se que as pessoas viveriam pelo menos parte da semana em casas de campo. Mas o que vemos hoje é que a rotina das famílias voltou a ser o que era antes, concentrada na capital, e esses imóveis acabaram sendo menos utilizados do que o esperado”, analisa Vilela Lima.
O movimento aqueceu o mercado de revenda desses imóveis. “Tenho um cliente que negociou a casa que comprou na Quinta da Baroneza durante a pandemia por esse motivo. O segmento de segunda casa continuará forte, mas com ritmo de vendas mais adequado daqui para frente”, pondera.
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