Os incentivos à produção agrícola são essenciais para aumentar o abastecimento de alimentos e melhorar a segurança alimentar. A produção agrícola (e a cadeia internacional que a integra) é o ponto de partida para a segurança alimentar global. É através disto que se podem prever melhorias urgentes e necessárias no acesso a alimentos suficientes, seguros e nutritivos para toda uma população que, ainda hoje, permanece desprovida dos bens básicos para a sobrevivência. Saiba mais taboola Promover essa produção exige uma combinação de incentivos à produção agrícola, promoção do comércio internacional e retomada da governança global, que deve ser promovida por organizações e tratados multilaterais. Nestes pontos, o papel de organizações como a FAO e a OMC deve ser o de uma liderança eficaz, o que só ocorrerá se os seus países membros (especialmente as grandes potências económicas) renegociarem os seus compromissos de uma forma que esteja efectivamente comprometida com a causa. . Os incentivos à produção agrícola são essenciais para aumentar o abastecimento de alimentos e melhorar a segurança alimentar. Os governos e as organizações internacionais podem oferecer subvenções, apoio técnico, financiamento de infra-estruturas e programas de investigação para desenvolver tecnologias agrícolas avançadas. Estas medidas ajudam os agricultores a aumentar a produtividade e a resiliência contra desafios como as alterações climáticas, pragas e doenças. Tais medidas, ao mesmo tempo, não podem ter como objetivo causar desvio comercial, sob pena de violar tratados internacionais ainda em vigor que regulam o comércio internacional. Vozes-do-agro-José-Nantala-Junho Globo Rural O comércio internacional é vital para a distribuição global de alimentos. Num contexto obviamente ideal, os países com excedentes agrícolas podem exportar para aqueles com défices, equilibrando a disponibilidade de alimentos a nível mundial. O comércio também pode promover a eficiência, permitindo a produção de alimentos onde as condições são mais favoráveis, o que pode resultar em preços mais baixos e numa maior variedade de produtos para os consumidores. Tratados Internacionais e Organizações Multilaterais Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) A FAO precisa, como órgão multilateral ligado à ONU, de voltar a desempenhar, de facto e com envolvimento real dos seus países membros – um papel central na coordenação internacional esforços para melhorar a segurança alimentar. Isto porque, como órgão multilateral da ONU, a FAO trabalha para alcançar interesses internacionais que devem ser tratados como prioridade máxima: erradicar a fome, melhorar a nutrição e promover a agricultura sustentável. A FAO, mesmo com a actual crise do multilateralismo, continua a trabalhar para facilitar a cooperação entre os países, prestando assistência técnica e promovendo políticas e programas que visam aumentar a produção agrícola e a segurança alimentar. No entanto, necessita de reforçar a sua centralidade como grande promotor internacional da produção agrícola e da distribuição equitativa de alimentos no mundo, não só do ponto de vista institucional, mas também da sua influência real e concreta na conduta interna e nas políticas dos seus países. membros. Leia mais análises e opiniões de especialistas e líderes agrícolas Organização Mundial do Comércio (OMC) A OMC é crucial para regular e facilitar o comércio internacional de produtos agrícolas. Através dos seus acordos, a OMC procura garantir que as práticas comerciais sejam regulares, justas e previsíveis, contribuindo para um comércio agrícola eficiente, sem barreiras ilegais que também servem como distorções ilegais ao fluxo comercial. A OMC, através do seu agora esvaziado Órgão de Apelação, também precisa voltar, com as reformas necessárias, a ser o principal fórum de resolução de disputas comerciais que possam afetar o fluxo de produtos agrícolas entre países. E a resiliência da OMC é muito importante para a própria segurança alimentar global, dado que dela nasceu e é por ela implementado o Acordo sobre Agricultura (AoA), em vigor desde 1995. É um quadro regulamentar vital para o comércio agrícola internacional. e distribuição de alimentos. Visa, em resumo: a) Melhorar o Acesso aos Mercados: reduzir barreiras tarifárias e não-tarifárias; c) Redução dos subsídios à exportação: limitar o apoio financeiro que distorce o comércio; c) Redução do Apoio Interno: estabelecer limites ao apoio interno que distorce a produção e o comércio agrícola. Devido a este tratado, houve, por exemplo, uma disputa significativa entre os Estados Unidos e a União Europeia, relacionada com os subsídios ao açúcar. Em 2005, a OMC decidiu que os subsídios ao açúcar da UE violavam as regras do AoA, uma vez que permitiam exportações a preços artificialmente baixos, prejudicando outros produtores globais. A OMC decidiu que a UE excedeu os limites permitidos de subsídios à exportação, o que levou a UE a reformar as suas políticas de subsídios ao açúcar, alinhando-se com as regras da OMC e melhorando a competitividade e a justiça no mercado global. Como se pode observar, para que o AoA seja, de fato, aplicado e respeitado pelos países membros, a OMC precisa retomar a sua posição e o seu pleno funcionamento, o que não ocorreu desde a crise provocada pelo governo dos EUA em seu órgão de apelação, que vem acontecendo desde 2019. Portanto, incentivar a produção agrícola e promover o comércio internacional são estratégias essenciais para melhorar a segurança alimentar global. A FAO e a OMC, por serem organizações internacionais de primordial relevância para o tema, precisam voltar a desempenhar os papéis e funções que já desempenharam e que são cruciais na coordenação e regulação desses esforços. O respeito pelos atuais tratados multilaterais e pelo papel dos órgãos internacionais de solução de controvérsias que os aplicam também precisa ser retomado para que o sistema volte a funcionar. Sem isso, falar sobre uma retomada efetiva dos esforços globais para melhorar a segurança alimentar é algo que permanecerá mais nos discursos e nos memorandos de entendimento do que, de fato, nas colheitas e nos pratos das pessoas. A colaboração internacional contínua é fundamental para enfrentar os desafios globais e garantir que todos tenham acesso a alimentos adequados e nutritivos. *José Nantala Bádue Freire é consultor de Agronegócio do Miguel Neto Advogados Nota: As ideias e opiniões expressas neste artigo são de exclusiva responsabilidade de seu autor e não representam necessariamente a posição editorial do Globo Rural
taxa de juros para empréstimo
o que cai na prova da pmmg
como fazer empréstimo no bradesco
bpc loas pode fazer empréstimo
sac banco bmg
bradesco empréstimo consignado
saturação idoso tabela
0