O Positivo Tecnologia Conta com a estabilização do dólar para impulsionar as vendas e recuperar margens neste terceiro trimestre.
- Positivo tem queda de 82% no lucro por conta de maiores custos e variação cambial
“A queda nas margens é cíclica e a expectativa é de melhora no terceiro e quarto trimestres”, disse o presidente da empresa, Hélio Rotenberg em teleconferência nesta quinta-feira (15).
Entre abril e junho, o empresa sentiu os impactos da desvalorização do real frente ao dólar e do aumento dos custos de frete internacional.
A antecipada seca do rio Amazonas também se reflete nos custos logísticos locais, observou o executivo.
“A instabilidade do dólar faz mal para quem importa componentes”, comentou Rotenberg. Neste momento, a empresa está a “reestudar os custos de frete e os custos fixos para ganhar competitividade”.
O executivo sinalizou ainda que a receita do terceiro trimestre “ainda não será o que gostaríamos”.
A perspectiva de melhora no segundo semestre está ancorada nas vendas de serviços corporativos, segmento que representa a maior parcela da receita e que ganhou força após a compra da Algar Tech, no final de maio, por R$ 235 milhões.
Rotenberg informou que a empresa fechou recentemente o primeiro grande contrato de prestação de serviços após a integração dos produtos Algar Tech. A integração das áreas de vendas e comercial demorará mais, de seis meses a um ano.
O segmento “Comercial” de vendas e serviços corporativos representou 63% da receita bruta da empresa entre abril e junho. A divisão “Consumo” gerou 35% da receita e os 2% restantes foram gerados pela venda de urnas eletrônicas na área de “projetos especiais”.
No segmento de projetos especiais, a empresa estima faturamento de R$ 600 milhões com contratos assinados com o setor público até o final do ano.
A projeção inclui a venda dos terminais lotéricos para a Caixa Econômica Federal ainda este ano. Nessa frente, a empresa desenvolveu um sistema operacional próprio para ampliar a oferta de terminais para outras instituições financeiras.
No primeiro semestre do ano, a receita bruta das contratações públicas totalizou R$ 654 milhões, queda de 8% em relação ao primeiro semestre de 2023.
Segundo a empresa, há maior demanda por compras públicas no quarto trimestre e as eleições municipais não devem atrasar os contratos. O foco das vendas públicas está no segmento educacional.
No ramo de máquinas de pagamento, a Positivo assinou contrato internacional com o Banco Galicia, da Argentina. A empresa aposta nas vendas para outros países da América Latina e África do Sul para aumentar a receita deste segmento no quarto trimestre.
O lucro líquido de R$ 3,6 milhões apresentado pela Positivo Tecnologia no segundo trimestre caiu 82% na comparação anual. Neste período, a receita totalizou R$ 813 milhões, aumento de 7,8%.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) totalizou R$ 84,3 milhões no trimestre, queda de 12,8% ano contra ano. A margem Ebitda passou de 12,8% para 10,4% na mesma base comparativa.
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