Por que essa foi a Olimpíada das redes sociais

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Com menos restrições do que em outros jogos, os atletas olímpicos produziram um enorme volume de conteúdo nas redes sociais e conquistaram milhões de novos seguidores. Como isso afetará os Jogos daqui para frente? Simone Biles (prata), Rebeca Andrade (ouro) e Jordan Chiles (bronze) tiram selfie durante cerimônia de premiação de solo na Ginástica Artística Mehmet Murat Onel/Anadolu via Getty Images Momentos após a lutadora americana Sarah Hildebrandt ganhar medalha de ouro no Paris Games, ela deixou o mundo inteiro saber o que estava pensando: “Meu Deus, acabei de ganhar as malditas olimpíadas hahahahah HOMEM”, escreveu ela no site do evento. Texto inicial do plugin A postagem pode parecer algo que os atletas sempre fazem. Mas nos Jogos Olímpicos, é parte de uma reviravolta – e uma das chaves para regressar ao tipo de experiência colectiva partilhada que definiu os Jogos de antigamente, afirma o The New York Times. Na última década, a competição lutou para alcançar a relevância de outros tempos. As razões vão desde um panorama mediático fragmentado e uma longa série de obstáculos, incluindo a pandemia em Tóquio, questões de fuso horário em Pequim, um surto de Zika no Rio de Janeiro, tensões geopolíticas em Sochi. Mas a principal razão pode ter sido mais simples: as Olimpíadas estiveram praticamente ausentes das redes sociais. A propriedade intelectual dos “anéis olímpicos”, muito bem guardada, fez com que os vídeos dos Jogos fossem publicados apenas de forma limitada, com as emissoras preocupadas em quebrar regras ou prejudicar as suas próprias transmissões. As novas regras para as redes sociais anunciadas antes dos Jogos de Paris e uma mudança de atitude das emissoras parecem ter mudado tudo. Até os perfis oficiais dos Jogos aderiram aos memes nas redes. E o público está aplaudindo. Os atletas agora podem “criar personas como qualquer influenciador faria”, disse Apolo Ohno, oito vezes medalhista olímpico na patinação de velocidade em pista curta, ao NYT. “É diferente de tudo que já aconteceu antes.” A prolífica postagem alimentou memes e tendências do TikTok, contribuindo para a sensação de que os Jogos estavam por toda parte. A atiradora sul-coreana Kim Ye-ji se tornou viral por sua compostura calma. O nadador norueguês Henrik Christiansen apresentou muffins de chocolate ao mundo na Vila Olímpica. A ginasta americana Sunisa Lee aderiu a uma tendência viral do TikTok, “Por que não fui às Olimpíadas”, zombando de sua queda da trave de equilíbrio: “Infelizmente, fui selecionada para ir às Olimpíadas”, escreveu ela. Texto inicial do plugin Texto inicial do plugin Rebeca Andrade ganhou ainda mais seguidores com seus posts divertidos no TikTok, como aqueles em que ela mostra a meia-calça que usou nas Olimpíadas. Texto inicial do plugin As postagens parecem ter surtido efeito. A NBCUniversal, que detém os direitos americanos dos Jogos, afirma que a audiência das Olimpíadas em sua plataforma de streaming Peacock e na televisão tradicional aumentou 77% em relação aos Jogos de Tóquio. Nos estudos internos da empresa sobre novos espectadores das Olimpíadas, 36% disseram que sintonizaram depois de assistir aos eventos em clipes nas redes sociais. De acordo com as regras mais permissivas, os atletas podem postar vídeos de eventos credenciados para as Olimpíadas. (Ainda há algumas ressalvas: não há transmissão ao vivo e os vídeos devem ter menos de dois minutos.) Isso desencadeou uma onda de conteúdo que de outra forma não existiria. Os atletas de hoje são particularmente adeptos de tirar partido da nova flexibilidade em torno das redes sociais. “Eles foram os primeiros participantes e atletas olímpicos nativos, digitais e sociais”, disse Elizabeth Lindsey, presidente da Wasserman, uma agência de marketing esportivo e de entretenimento, ao NYT. Um novo capítulo olímpico? Considerando que as próximas Olimpíadas estão programadas para acontecer em Los Angeles — capital não oficial do conteúdo online dos Estados Unidos — executivos, atletas e especialistas esperam um impulso ainda maior nas redes sociais.



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