PF indicia cantor Sérgio Reis e deputado Zé Trovão pelo 7/9 de tom golpista em 2021 | Política

Os dois participaram da organização de atos antidemocráticos naquele ano com a ajuda do movimento dos caminhoneiros. Zé Trovão era alvo de mandado de prisão e estava foragido na época (atualmente usa tornozeleira eletrônica), enquanto Reis tinha mandado de busca e apreensão expedido contra ele pela PF em 20 de agosto daquele ano.

Entre os indiciados estão também o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja), Antonio Galvan, e o jornalista bolsonarista Oswaldo Eustáquio.

A investigação foi iniciada a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) após Sergio Reis, Zé Trovão e outros envolvidos na organização da manifestação em que defendiam o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e o bloqueio de estradas.

O cantor Sérgio Reis, por exemplo, entrou na mira do STF após defender o afastamento de ministros da corte pelo Senado Federal.

Em um dos discursos, que foi feito em reunião privada e se tornou público, Reis disse que “se em 30 dias não tirarem os caras, vamos invadir, quebrar tudo e tirar os caras à força”. É isso. É assim que vai ser. E as coisas são sérias.”

O dia 7 de setembro de 2021 foi marcado pela escalada no tom dos ataques de Bolsonaro ao ministro Alexandre de Moraes e ao STF.

Em discurso na manifestação em São Paulo, o então presidente atacou o STF e chamou Moraes de canalha. “Saia, Alexandre de Moraes! Pare de ser canalha! Pare de oprimir o povo brasileiro”, disse.

A PF, ao concluir a investigação do caso, apontou a prática de incitação ao crime, associação criminosa e tentativa de impedir o livre exercício dos Poderes, previsto na Lei de Segurança Nacional, vigente à época dos fatos.

Procurado, o deputado Zé Trovão não respondeu ao contato da reportagem.

Em nota, o jornalista Oswaldo Eustáquio afirmou que a “conclusão tardia do inquérito 4.879, iniciado em 2021, apenas revela que a perseguição política aos conservadores continua”.

“A manifestação do 7 de Setembro é a prova real de que nunca tivemos o objetivo de uma ruptura institucional, pois foi uma manifestação organizada, com liderança e que não quebrou nenhum patrimônio público, não deixou bala na Esplanada dos Ministérios mesmo com milhares de pessoas a mais do que em 8 de janeiro”, diz a nota.