Para Eurasia, tiroteio em comício de Trump é o ‘pior que pode acontecer’ agora nos EUA | Investimento no Exterior

O analista destacou que os Estados Unidos são atualmente “um país muito polarizado” e em que grande parte da população “não acredita que a sua democracia seja saudável ou particularmente funcional”.

“Estou profundamente preocupado que [o atentado] precede mais violência política e instabilidade social”, disse ele. “É o tipo de evento que temos visto historicamente em muitos países que enfrentaram instabilidade e que muitas vezes não termina bem.”

Segundo ele, “devemos estar preparados para mais violência, em todo o espectro político”. Alguns dos motivos, segundo o analista, são o grande número de armas em circulação nos Estados Unidos e as teorias da conspiração espalhadas nas redes sociais.

Além disso, “a vontade de alguns [atores] usar violência política” é “talvez o maior desde a Guerra Civil Americana”. Ele também mencionou “atores externos” como Rússia, China, Irã, Coreia do Norte “e outros interessados ​​na divisão dos Estados Unidos”.

Bremmer destacou que as instituições americanas são “resilientes”, mas que estão “sob pressão” e estão “sendo corroídas e atacadas”..

Em relação à campanha presidencial, o presidente da Eurásia afirmou que a imagem de Trump com sangue no rosto e o punho erguido é “icônica”.

“Suspeito que esta imagem será muito, muito importante para o resto desta campanha”, afirmou, afirmando que o ataque aumenta as hipóteses de o ex-presidente ser eleito.

Para Bremmer, “a grave vulnerabilidade” da imagem do presidente americano Joe Biden contrasta com a imagem de Trump após o ataque, que projetaria “força”.

“Eu acho [que a imagem do ex-presidente] vai aparecer em todas as manchetes”, disse, destacando também o efeito motivacional que a própria imagem terá nos apoiadores de Trump.

O analista também defendeu a importância de o Congresso americano repudiar “idealmente” o ataque em sessão conjunta, com parlamentares dos partidos Republicano e Democrata. “[Mas] Tenho grandes suspeitas de que isso não vai acontecer”, afirmou.

Na avaliação de Bremmer, a democracia “não está em crise em todo o mundo”, citando as recentes eleições “pacíficas” em países como Inglaterra, França, Índia e México.