A Procuradoria Geral da União (AGU) se manifestou contra a lei sancionada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) quem cria o programa escolas cívico-militares em São Paulo. A posição da AGU consta de ação em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a suspensão da lei.
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Para a AGU, o formato proposto pela gestão Tarcísio estabelece um modelo educacional “peculiar”, com “viés militar” próprio, que vai além das regras previstas na legislação federal. A ação é de autoria de parlamentares do Psol, partido de oposição a Tarcísio no Estado, que pedem a suspensão da lei. O ministro Gilmar Mendes é o relator do processo.
Em seu depoimento ao Supremo, a AGU diz que a proposta paulista não tem base na Constituição Federal, que confere à União “competência privada” para definir as diretrizes e bases da educação nacional. Na interpretação da AGU, cabe aos Estados e ao Distrito Federal simplesmente complementar a legislação nacional e estabelecer especificidades que a norma federal pode não apresentar. A declaração é assinada por Flávio José Roman, Vice-Procurador-Geral da União. O documento foi enviado à Justiça na sexta-feira (28).
A lei sancionada por Tarcísio em maio deste ano foi aprovada pela Assembleia Legislativa de São Paulo e é interpretada como um aceno do governador ao eleitorado bolsonarista. As escolas cívico-militares eram um dos carros-chefe do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas o modelo foi descontinuado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em julho de 2023.
Como é comum nesse tipo de processo, uma ação direta de inconstitucionalidade, o STF pede que a AGU e a Procuradoria-Geral da República (PGR) se pronunciem, além dos partidos citados – no caso o governo de São Paulo e a Assembleia Legislativa de São Paulo.
Na peça enviada ao Supremo, a AGU lembra que o governo Lula revisou o decreto nº. -2024.
A lei paulista não está amparada no decreto de Bolsonaro, como observa a própria AGU, mas segundo o órgão, o texto sancionado por Tarcísio apresenta os mesmos problemas. Estes incluem conflitos com a legislação federal e os quadros jurídicos que definem as responsabilidades das Forças Armadas.
A AGU lembra que tanto o decreto quanto a lei paulista diferem do modelo de ensino militar, definido por outra lei e que trata do Sistema de Ensino do Exército. Segundo a AGU, não existe um “terceiro gênero” que combine a gestão e a pedagogia previstas na Lei de Diretrizes e Bases com as previstas no ensino militar. No entendimento do órgão, a legislação vigente não contém qualquer menção que “inclua a Polícia Militar como participante dos esforços de política educacional no ensino básico regular”.
A AGU acrescenta ainda que a Constituição não prevê a atuação dos policiais militares nas atividades da política pública de educação ou mesmo apoio à oferta da educação escolar básica. “Assim, a alocação de militares da reserva para a realização de atividades relacionadas à educação básica fora do sistema formal de ensino militar, ainda que na condição de apoio ou acompanhamento, não está amparada em normas fundamentais.”
Governo já respondeu ao STF
Em comunicado a Gilmar, enviado no dia 21 de junho, o governo paulista defendeu a legalidade da proposta. A gestão sustenta que existe programa semelhante em outros estados e que o modelo proposto não pretende substituir o ensino tradicional, mas sim complementá-lo. Esse formato não é proibido pela Constituição, segundo entendimento da gestão Tarcísio.
“Ressalte-se que a lei em exame não cria uma nova modalidade de ensino e ensino paralela às já consagradas na legislação federal, limitando-se a instituir um modelo de gestão escolar, com a agregação de conteúdos extracurriculares voltados à formação cívica dos alunos”, diz o governo ao STF. Na peça, o Estado ressalta ainda que a adoção do modelo é facultativa e depende de aprovação da comunidade escolar.
O plano apresentado pelo governo do estado prevê a implantação dessas escolas em 2025. Até agosto, o governo pretende consultar os municípios interessados em receber as unidades e definirá onde elas serão implantadas.
Segundo informações do STF, ainda há manifestação da PGR sobre a ação. Após parecer do Ministério Público, Gilmar define quando liberar o processo para análise dos demais ministros.
Há uma segunda ação no STF contra o programa das escolas cívico-militares em São Paulo, esta representada pelo PT e relatada pelo ministro Alexandre de Moraes. Na semana passada, o relator também pediu ao governo que respondesse no prazo de dez dias.
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