A secretário em Comércio exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Tatiana Prazeres, reconheceu nesta quarta-feira (26) que o oscilação de dólar prejudica o previsibilidade de negócios. Segundo Prazeres, é preciso esperar para ver “onde o câmbio vai se estabilizar”.
“A grande oscilação da taxa de câmbio prejudica a previsibilidade do comércio exterior em geral. Prejudica a previsibilidade dos negócios e não é positivo”, disse aos jornalistas após participar da abertura de evento paralelo ao G20 na sede do BNDESno Rio.
Prazeres preferiu não apontar a causa da oscilação da moeda americana quando questionado sobre o assunto pelos repórteres. O dólar disparou e chegou a R$ 5,52 nesta quarta-feira (26) após investidores reagirem às declarações do presidente Lula que, em entrevista ao portal Uol, mais uma vez sinalizou sua preferência pelo aumento da receita ao corte de gastos.
O secretário do MDIC também comentou o acordo entre Mercosul Isso é União Europeia (HUH) e afirmou que as discussões avançaram desde o início do ano passado, apesar de haver “meia dúzia de temas importantes” que ainda estão em discussão.
“Há um grande interesse político em viabilizar esse acordo e trabalhamos com orientação do vice-presidente e ministro do MDIC [Geraldo Alckmin], para buscar um acordo que seja equilibrado. Ainda há alguns pontos importantes em aberto, mas houve muitos avanços desde o início de 2023.”
Segundo Prazeres, o pacote negocial herdado do governo Jair Bolsonaro (PL) precisa de uma série de ajustes, principalmente no que diz respeito às compras governamentais.
“Este governo entende que as compras governamentais são um instrumento importante para a política industrial. Este governo valoriza a política industrial e acredita que há margem de manobra para utilizar as compras governamentais como instrumento de política industrial. É algo que gostaríamos de preservar”, disse ele.
Ela também mencionou as demandas ambientais apresentadas aos países do Mercosul pela União Europeia: “O governo brasileiro não tem problemas em assumir compromissos na área ambiental, mas é algo que, na nossa perspectiva, exige contrapartidas em outras áreas. Estamos buscando um novo equilíbrio para o Brasil.”
O secretário participou do evento “Estabelecendo pontes entre Empresas e Academia – Caminhos para o Comércio e o Desenvolvimento Sustentável”, organizado pelos grupos de engajamento B20 (Business20) e T20 (Think20) do G20, grupo das maiores economias do mundo, realizado em sede do BNDES, no Rio.
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