O que se sabe sobre o BiMoV, vírus que pode ameaçar plantações no Brasil?

Apresentaram estrias amarelas e brancas, deformação das folhas, alterações na cor do caule e manchas entre os principais sintomas.

O professor Jorge Alberto Marques Rezende revela que o vírus é transmitido por pulgões, pequenos insetos medindo entre 1,5 e 3 milímetros e antenas longas.

“Os resultados revelaram a presença de partículas virais de potyvírus. É um gênero cujas partículas são alongadas e flexíveis e foram transmitidas no teste para identificar a planta hospedeira. Com base nessas evidências foi feito o sequenciamento completo do genoma”, explica.

Participante do projeto, ele acrescenta que o pulgão adquire o vírus ao picar a planta doente e depois transmite para a sã.

Quando o vírus chegou ao país?

Ainda não se sabe. Embora só tenha sido identificado agora, pesquisadores estimam que o vírus esteja presente no Brasil há muito tempo. Nesse período, por não afetar plantações com qualquer valor econômico, não foi notado.

Até o momento não há relatos da presença do BiMoV em outras regiões do país, apenas no interior de São Paulo, mas é preciso ter cuidado para saber que ele pode causar problemas nas plantações. Experimentalmente, o vírus foi transmitido para alface, chicória e girassol, que sofreram danos.

Descoberto entre 2020 e 2021 no país, o vírus foi tema principal do artigo “Primeira ocorrência do vírus Bidens mottle no Brasil: caracterização biológica e molecular de isolados infectando Zinnia sp. e Bidens pilosa” na revista Scientia Agrícola em dezembro de 2023.

A publicação destacou que o BiMoV surgiu nos Estados Unidos e afetou a produção de alface, chicória e girassol. Outro país que relatou a presença foi Taiwan.