A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), proibiu a venda e o uso de produtos vegetais fenol em procedimentos de saúde ou estética. A resolução foi publicada no Diário Oficial da União nesta terça-feira (25). A proibição é temporária, mas permanecerá em vigor por tempo indeterminado.
A substância ficou conhecida após a morte de um empresário paulista de 27 anos após passar por um procedimento estético chamado peeling de fenol, uma esfoliação da pele.
Em nota, a Anvisa informou que a proibição permanecerá em vigor enquanto o investigações sobre os potenciais danos associados ao uso desta substância química, que tem sido utilizada em diversos procedimentos invasivos.
“Produtos devidamente regularizados junto à Anvisa nas exatas condições de registro e produtos para uso em laboratórios analíticos ou de análise clínica. Não existe nenhum produto à base de fenol regulamentado pela Anvisa com indicação para procedimentos de peeling”, diz a nota da autoridade.
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- uso de produtos à base de fenol em procedimentos gerais de saúde ou estéticos.
O que é fenol e para que serve?
O fenol é uma substância com ácido. O composto corresponde a uma classe de substâncias orgânicas que têm como característica o grupo hidroxila ligado ao anel benzênico, explicam especialistas ao Valor.
A substância pode ser encontrada em Natural ou sintético: obtido a partir da extração de óleo derivado de petróleo (alcatrão de hulha) ou de reações químicas (oxidação de benzeno ou processo Raschig-Hooker) que resultam no produto, explica Cláudio Gabriel Lima Junior, professor do Departamento de Química da Universidade Federal do Paraíba (UFPB).
“Sua aplicação é ampla, desde o uso na produção de resinas, plásticos, desinfetantes e até como matéria-prima para fabricação de medicamentos”, explica o professor.
Segundo o especialista, o fenol é um produto altamente tóxico, com classificação de toxicidade 3, segundo a ABNT NBR 14725-2. É uma substância corrosiva que causa queimaduras e irritação na pele.
“Por se tratar de substâncias químicas, o conhecimento sobre a toxicidade é de extrema importância, tanto para quem adquire quanto para quem vai manusear. Muitas vezes é necessário o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI). Substâncias como o fenol, entre outros produtos Produtos químicos que são não liberados para aquisição devem ser adquiridos apenas por profissionais qualificados”, destaca o professor.
Jonas Comin, membro do Conselho Federal de Química, considera que a substância, pelas suas características químicas e toxicidade apresentada, em contato com a pele causará, de acordo com a concentraçãouma queimadura.
Na estética, o composto é utilizado para fazer descamação. Neste caso, porém, o uso deve ser feito em ambiente hospitalar monitorado por anestesista, pois há risco de arritmias graves e fatais, explica Otávio Lopes, dermatologista.
“A substância é utilizada pela dermatologia há muitas décadas para cauterização, como em cirurgias de unha encravada”, comenta Otávio.
Para o Conselho Federal de Medicina (CFM), o uso do fenol para fins de procedimentos estética invasiva ou procedimentos médicos invasivos deve ser restrito para o doutor.
O peeling de fenol foi o procedimento que matou o empresário de 27 anos. Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, Este procedimento é especialmente indicado para tratar casos de envelhecimento facial severocaracterizado por rugas profundas Isso é textura da pele consideravelmente comprometida.
“No entanto, é importante destacar que o procedimento apresenta riscos e tempo de recuperação prolongado, exigindo afastamento das atividades habituais por um período prolongado”, afirma. Publicação da entidade.
No caso do peeling de fenol, Comin ressalta que é importante que o profissional que realiza o procedimento verifique a composição do produto – a concentração do fenol utilizado – bem como a tempo de contato do paciente para a substância.
“Existem formulações para essa substância que é utilizada. Dizemos que é um peeling de fenol, mas na verdade existem diversas formulações que podem ser desenvolvidas tendo o fenol como princípio ativo de acordo com a finalidade específica. quem vai realizar o procedimento, verifique a composição do produto e também o tempo de exposição”, explica a orientadora.
Para procedimentos estéticos, Jonas descreve, você não pode use a concentração total da substância. O fenol, presente no produto comercializado para a realização do peeling, deve resultar em concentração adequada, que varia de 45% a 55% do ativo.
Os riscos do peeling, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, são “dores intensas, cicatrizes, alterações na cor da pele, infecções e até problemas cardíacos imprevisíveis”.
CFM pede reversão de proibição a médicos
Nesta terça-feira (25), o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), José Hiran Gallo, enviou uma carta ao diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, solicitando que o órgão permita mais uma vez que os médicos do país utilizem o substância em tratamentos, inclusive estéticos, segundo critérios de segurança e eficácia.
“O CFM entende que a decisão demonstra o interesse da Agência em reduzir os riscos de exposição dos brasileiros ao fenol. Porém, para o Conselho, a restrição foi excessiva ao impedir que médicos e profissionais capacitados para prestar atendimento com essa substância atendessem às demandas de seus pacientes”, afirmou a entidade, em nota.
Na avaliação do CFM, problemas com o uso do fenol, incluindo registros de efeitos adversos com o uso do fenol e até mortes, têm ocorrido em tratamentos estéticos realizados apenas por pessoas que não possuem formação em medicina.
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