O pânico se espalha pelos mercados nesta segunda-feira (5). Desde o final da semana passada, os investidores têm reagido ao aumento da probabilidade de uma recessão nos Estados Unidos. Mas há outro fator que se soma à eventual contração da maior economia do mundo e que também afeta o Brasil hoje: o fim da “transportar comércio” (também chamado de “carrego”, em bom português).
Ó carry trade é um mecanismo usado pelos investidores para ganhar dinheiro com a diferença entre as taxas de juros (espalhar) de dois países. Basicamente, esses agentes emprestaram capital em mercados com taxas baixas para investir em renda fixa em países com taxas de juros altas.
Por exemplo: um investidor emprestou recursos no Japão, onde as taxas de juros variavam entre zero e 0,1% antes de 31 de julho. Esse dinheiro foi então investido em títulos do Tesouro Selic no Brasil, onde a taxa básica caiu de 13,75% ao ano em julho de 2023 para os atuais 10,5% ao ano, patamar alcançado (e mantido) desde maio deste ano.
Ou seja, de forma bastante simplificada, o carry trade é a operação em que o investidor ganha com a diferença das taxas de custo da sua dívida e da rentabilidade do investimento atrelado aos juros de outro mercado.
E aí vem a novidade. Na última quarta-feira, 31 de julho, o banco central do Japão (BoJ) elevou a taxa de juros para 0,25% ao ano, o nível mais alto desde a crise de 2008. O país asiático é um mercado tradicional com taxa de juros zero, por isso é “alvo” de carry trade há décadas. Isto, claro, pressiona a sua taxa de câmbio, uma vez que parte do capital foi captado do país para ser alocado noutro local.
Como os mercados desenvolvidos também se encontravam num ciclo de política monetária contracionista, o carry trade aumentou globalmente. Estimativas mostram que o volume de operações de carry trade em ienes foi de US$ 4 trilhões, razão pela qual a taxa de câmbio da moeda japonesa em relação ao dólar atingiu o nível mais baixo da história.
Por que o carry trade afeta o Brasil?
Para pôr fim ao fluxo que enfraqueceu a moeda japonesa e conter o risco inflacionista, o BoJ pôs fim à festa: aumentou as suas taxas de juro. Isto fortalece o iene e provoca uma “geração” global de posições de carry trade, porque o investimento já não é tão vantajoso.
O Brasil entra nessa história por ser um destino tradicional de carry trade, tendo em vista que é o país com uma das maiores taxas de juros reais do mundo.
Ou seja, menos dinheiro entra no mercado brasileiro. Isso enfraquece a moeda local e “esvazia” as negociações do Tesouro e de outros ativos domésticos atrelados à Selic.
Os ativos de risco também acabam punidos pelo ambiente de aversão ao risco e pelo enfraquecimento da moeda, que se torna um vetor de inflação.
No Japão, apesar do fortalecimento do iene, a subida das taxas de juro puniu o mercado accionista e espalhou o sentimento de pânico nos rendimentos variáveis, com o BoJ a sinalizar intervenção para implementar uma política contraccionista, que tem apoiado a moeda local.
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