O número de trabalhadores desocupados caiu 8,8% no trimestre encerrado em maio, ante o trimestre imediatamente anterior, para 7,8 milhões de pessoas, mostram dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). ). A variação representa uma queda de 751 mil pessoas procurando trabalho.
É a primeira vez que o número de desocupados fica abaixo de 8 milhões em mais de nove anos, desde o trimestre encerrado em fevereiro de 2015. O recorde de número de desocupados no país na série histórica da pesquisa, que começou em 2012, era de 15,257 milhões de pessoas, no primeiro trimestre de 2021.
Esse momento marcou a retomada da procura de trabalho pelos trabalhadores após o período inicial da pandemia, quando aqueles que trabalhavam no setor informal foram expulsos do mercado. Ao mesmo tempo, a necessidade de isolamento social também restringiu parcialmente a procura de trabalho por parte da população.
“Atingir esta marca de sete milhões é o resultado de um declínio populacional [desempregada]. Em algum momento, em breve, chegará a cerca de sete milhões”, disse Adriana Beringuy, coordenadora das pesquisas por amostragem de domicílios do IBGE.
O rendimento médio real de R$ 3.181 dos trabalhadores brasileiros no trimestre encerrado em maio é o maior para esse período na chamada série comparável da pesquisa.
A pesquisa monitora o mercado de trabalho com base no desempenho a cada trimestre. O resultado de maio, por exemplo, inclui dados dos meses de março, abril e maio. Os dados do trimestre encerrado em abril consideram informações referentes aos meses de fevereiro, março e abril. Ou seja, no exemplo, os meses de março e abril aparecem nos dois trimestres.
Para evitar sobreposição de meses na comparação dos resultados, o IBGE recomenda que a comparação seja feita entre os trimestres imediatamente anteriores. Ou seja, o trimestre encerrado em maio deve ser comparado com o encerrado em fevereiro. Esta série de pesquisas é considerada a série “comparável”.
No caso do trimestre terminado em maio, os trimestres comparáveis são os terminados em fevereiro, agosto e novembro.
Depois dos R$ 3.181 do trimestre encerrado em maio, o maior resultado da série comparável é de R$ 3.239 do trimestre encerrado em novembro de 2020. A coordenadora das pesquisas por amostra de domicílios do IBGE, Adriana Beringuy, explica, porém, que os dois momentos são muito diferente do ponto de vista do perfil do mercado de trabalho.
Naquela época, no período inicial da pandemia, a renda subiu por causa do chamado efeito composição. Os trabalhadores mais afectados pela crise no mercado de trabalho foram os do sector informal, que tendem a ter rendimentos mais baixos. Assim, com a saída desse grupo do mercado e o aumento da participação dos trabalhadores formais entre os ocupados, o rendimento médio subiu.
“Agora e 2020 são tempos muito diferentes. Houve muitos trabalhadores informais saindo do mercado e a renda subiu em média”, afirma.
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