Os embarques podem aumentar, enquanto exigências não são solicitadas aos exportadores Empresas e mais de 30 organizações não governamentais da União Europeia (UE) criaram um conjunto de regras de bem-estar animal para a produção local de frango que pretende mudar todo o sistema de produção até 2026 Adaptando às exigências impostas pelo European Chicken Commitment (ECC) poderá custar à indústria mais de 8 mil milhões de euros e perturbar um fluxo comercial do qual o Brasil faz parte. Leia também: O ECC não é uma lei, mas conquistou o apoio de mais de 300 empresas alimentícias de diversos países do bloco, incluindo importantes redes varejistas. Esses grupos podem deixar de adquirir o produto que não atende às regras do compromisso ou dar preferência àqueles que atendem às normas. A Associação dos Processadores e Comércio de Frango nos países da UE (Avec), que representa a indústria avícola europeia, já espera um aumento no preço local da carne e um aumento drástico nas importações se 100% da cadeia de produção tiver que se adaptar. Oportunidade para o Brasil Nesse ambiente, produtos de países como Brasil, Ucrânia e Tailândia tendem a ganhar competitividade no bloco, mas esse movimento não é tão simples, pois o compromisso pode afetar também os exportadores. “O que o IPC [Conselho Internacional de Avicultura] entende que os países têm autonomia para definir como produzir seus produtos, mas essas regras não podem se tornar barreiras comerciais”, disse Ricardo Santin, presidente do IPC e da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), ao relatório. Santin afirmou que, por enquanto, as normas ECC não exigem alterações no sistema de produção dos exportadores que fornecem a ave para a União Europeia. Contudo, não descarta que, com o tempo, haverá a exigência de que o frango consumido pelos europeus, quando importado, seja proveniente de um sistema de produção equivalente. “Isso se tornaria uma barreira ao acesso ao mercado, dado o custo de fazer esse tipo de mudança.” Segundo a Compassion in World Farming, uma das organizações de apoio ao ECC, as galinhas são seres sencientes que apresentam uma série de respostas emocionais, daí a necessidade de mudar o atual sistema de produção na avicultura. Regras para criação O compromisso exige, por exemplo, redução da capacidade máxima do equivalente a 39 quilos por metro quadrado para 30 quilos, para reduzir o número de animais nas fazendas; a utilização de raças com crescimento mais lento; pelo menos dois metros de distância entre poleiros para cada mil aves; estruturas sem gaiolas; mudança do abate para atordoamento com gás ou eletricidade, entre outros, além do cumprimento das leis de bem-estar animal já aplicadas na UE. Por outro lado, a Avec publicou um estudo que estima que, para adaptar a indústria local, haverá um aumento de 37,5% no custo de produção por quilo de carne; Aumento de 35,4% no consumo de água, equivalente a 12,44 milhões de metros cúbicos adicionais por ano; e um aumento de 35,5% no consumo de ração. Ainda segundo o estudo, haverá um aumento de 24,4% nas emissões de gases de efeito estufa por quilograma de carne produzida; Redução de 44% na produção de carne; e a necessidade de construir 9.692 mil novos galpões, com um custo estimado de >euro<8,24 mil milhões, para manter os níveis de produção de frango. “Não queremos alterar o ECC, aceitamos as condições desde que não seja imposto a toda a produção. Acreditamos que poderia ser um novo segmento, mas a produção convencional ainda deveria ser permitida”, disse o secretário-geral da Avec, Birthe Steenberg, em entrevista. “Também é importante para nós que os consumidores que compram produtos provenientes da produção de ECC sejam informados sobre as consequências ambientais”, afirmou o executivo. Steenberg destacou ainda que, obviamente, os atuais principais exportadores de frango para a UE reteriam uma parte relevante do mercado, uma vez que o produto local seria mais caro. “O Brasil poderia ficar com uma parte, e muito provavelmente a Ucrânia, devido à sua proximidade e à sua futura adesão à UE, poderia ficar com a maioria”, estimou ela. Tarifas e cotas No caso do Brasil, o presidente da ABPA, Ricardo Santin, também acredita que existe a possibilidade de aumento nos embarques de proteínas, mas que isso ocorreria na modalidade extracota, com tarifas mais elevadas. Atualmente, a UE impõe cotas para o tipo de carne e corte enviado ao bloco. Ricardo Santin acredita em aumento nos embarques de carne de frango Leonardo Rodrigues / Valor Os exportadores brasileiros podem vender até 124,5 mil toneladas de frango salgado aos europeus, por exemplo, dentro da cota, pagando apenas uma taxa de 15,4% "ad valorem" — o que é como um seguro de carga. Caso queira ultrapassar este volume de vendas, além da taxa ad valorem, o exportador deverá pagar uma tarifa de 1.300 euros por tonelada, o que pode tornar o negócio menos vantajoso, dependendo do preço do produto. De janeiro a maio deste ano, o Brasil exportou 87,9 mil toneladas de frango para a União Europeia, 13,6% menos que no mesmo período do ano passado. A Ucrânia passou a fornecer mais ao bloco europeu, enquanto os brasileiros direcionaram maiores volumes para os países do Golfo e para a Arábia Saudita.
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