Dez anos de pesquisas resultaram em uma nova variedade de café, de propriedade da Nestlé do Brasil. A multinacional de origem suíça lança nesta quinta-feira ao mercado Star 4, nome da nova cultivar de café arábica destinada ao terroir brasileiro. A variedade, que custou à empresa até o momento R$ 5,5 milhões, promete ser mais resistente a intempéries e doenças como a ferrugem, além de menor pegada de carbono.
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A O Star 4 foi testado em fazendas de Franca (SP) e Varginha (MG), com acompanhamento agronômico da Fundação Procafé e do Centro de Agricultura e Inovação Nestlé, na Suíça. Segundo a empresa, a cultivar deverá ser oferecida aos cafeicultores brasileiros que desejam testar o novo grão. O alvo são novos produtores de café e fazendas que estão em processo de renovação de suas plantações de café.
O projeto envolveu agrônomos e botânicos da empresa. “Se a variedade se adaptar tão bem como nos testes, queremos que todos os produtores de arábica a utilizem.”afirma a gerente de ESG de café e bebidas da Nestlé Brasil, Taissara Martins.
Embora a cultivar, já registrada, esteja pronta para comercialização, o próximo passo é desenvolver o modelo de negócio do grão junto aos cafeicultores.
A Nestlé não descarta doar ou subsidiar mudas, nem mesmo criar uma fazenda piloto para plantio em larga escala.
Segundo a empresa, a nova variedade emitirá de 36% a 41% menos gases de efeito estufa (GEE). Além disso, a pesquisa confirmou que o grão tem qualidade para competir no mercado de café premium.
Taissara Martins afirma que o desenvolvimento vegetativo e o sabor da bebida Star 4 são comparáveis às características das variedades catuaí e bourbon, consideradas adequadas para cafés de alta qualidade. Isso faz com que a empresa acredite na fácil adaptação da nova cultivar a outros centros de produção.
O sabor da bebida, depois de torrada, foi um elemento crucial na pesquisa, afirma. “Chegamos a um drink com notas mais tropicais e alguns cítricos. A vantagem é que é um café perfumado. Perfeito para café expresso”, diz ele.
Até a conclusão dos testes de campo do Star 4, a Nestlé não possuía um volume mínimo para incluir no portfólio de variedades utilizadas para processamento. A empresa espera atingir esse volume a partir de 2028.
O Star 4 do Brasil é a primeira variedade de café Arábica “patrocinada” pela Nestlé no mundo. A empresa tem ações semelhantes em andamento no México e já desenvolveu variedades de café Robusta no Vietnã e na Indonésia.
“Além disso, Brasil e México serão os primeiros países onde teremos uma variedade pronta para ser comercializada com características de qualidade comprovadas. Às vezes, a pesquisa demora tanto para ser concluída que, quando é lançada, já existem variedades à frente no mercado.”diz Martins.
Para o especialista em café Edgard Bressani, a iniciativa está alinhada ao aumento do consumo de café no mundo, estimado em 2% a 3% nos próximos anos. Segundo ele, isso exigirá que as indústrias tenham maior responsabilidade na geração de produtos de qualidade, “olhando além da prateleira e contribuindo para a divulgação de variedades”, avalia.
“Até 2050 será necessário dobrar o número de sacolas produzidas no mundo, tarefa que caberia ao Brasil”, afirma. Para Bressani, projetos como o da Nestlé são revolucionários porque permitem “um crescimento rápido e de qualidade na cafeicultura, que tem dificuldades trabalhistas e enfrenta adversidades climáticas”.
Ele lembra que, no passado, a Illy Café também distribuía mudas de cruzamentos de variedades com o objetivo de produzir café com maior produtividade.
Segundo dados da Embrapa, de 2022, existem 140 cultivares de café arábica registradas ou em processo de registro no Registro Nacional de Cultivares (RNC). Destes, 40 são plantados em larga escala. A maior parte foi desenvolvida pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC).
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