‘Não há a mínima possibilidade de desinvestimento da Gerdau no Brasil”, diz presidente | Empresas

A empresa não alterou sua capacidade local de produção de aço bruto, mas reduziu sua capacidade de laminação em 5% a 7% com iniciativas recentes, incluindo o fechamento da planta de Barão de Cocais, em Minas Gerais. Com o tempo, porém, a capacidade de laminação foi aumentando, dados os investimentos realizados, principalmente na planta de Ouro Branco (MG).

Segundo o executivo, um dos principais pontos da estratégia envolve a fábrica de Ouro Branco, que tem parte de sua produção direcionada ao mercado externo. O plano da siderúrgica tem sido transformar parte dessa capacidade que é exportada para atender o mercado interno. O investimento na ampliação de bobinas a quente, que acrescentará 250 mil toneladas anuais de capacidade produtiva à planta, deverá ser concluído até o final do ano.

Segundo o vice-presidente de Finanças da Gerdau, Rafael Japur, atualmente, cerca de um terço das vendas da Gerdau no Brasil correspondem a aços planos e dois terços correspondem a aços longos. Com os novos investimentos em bobinas a quente e a migração para o mercado interno de parte do volume que antes era exportado, esse mix deverá ser de 40% de aços planos e 60% de aços longos. No total, a capacidade de produção de bobinas a quente da siderúrgica no país chegará a 1 milhão de toneladas anuais.

Segundo a administração da Gerdau, esse reajuste de ativos no país segue iniciativas que já foram tomadas em outros países há alguns anos, e que incluíram, entre outras ações, a suspensão das operações nos Estados Unidos e a venda da operação americana de vergalhões. Sobre os planos de instalação de uma nova planta no México, a primeira de aços especiais da Gerdau naquele país, Werneck disse que os estudos de viabilidade estão avançando. A expectativa é tomar uma decisão até o final do ano.

Desafios para produtores globais

O presidente da Gerdau disse ainda que o ambiente mais desafiador para os produtores de aço no mundo é menos sentido pela siderúrgica brasileira, por causa das decisões estratégicas que levaram à concentração de suas operações nos mercados em que têm mais condições de competir. .

“Esse ambiente global não nos afeta tanto, porque, ao longo dos anos, a Gerdau vem tomando decisões estratégicas para focar nos negócios e em países onde tem mais condições de competir e criar valor para os clientes regionalmente”, afirmou, acrescentando que a possibilidade de a China reduzir os níveis de produção de aço nos próximos trimestres pode até ser positiva para a empresa.

Projeção da base de custos R$ 1,5 bilhão menor em 2025 em relação a 2023

Dadas as recentes medidas de redução de custos e readequação de sua base de ativos industriais, a Gerdau projeta que sua base de custos na operação brasileira em 2025 será aproximadamente R$ 1,5 bilhão inferior à realizada em 2023, segundo Rafael Japur. “Com essas iniciativas, esperamos capturar cerca de R$ 1 bilhão em economia anualizada”, afirmou.

Nos primeiros seis meses do ano, o faturamento totalizou R$ 150 milhões, com ajustes na capacidade produtiva e melhorias de eficiência. Para o segundo semestre, a expectativa é de ganhos adicionais de R$ 400 milhões com a maior alavancagem operacional das plantas instaladas no país, redução de custos e menor consumo de materiais específicos. “Em 2025 teremos esses ganhos anualizados”, acrescentou.

Outros R$ 500 milhões deverão vir de economias em outras operações, na esteira de melhorias de produtividade e ganhos com investimentos já realizados.