A possível substituição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que é inelegível, nas eleições de 2026 foi rejeitada por aliados e apoiadores no CPAC Brasil (sigla em inglês para Conservative Political Action Conference), em Balneário Camboriú, Santa Catarina, neste sábado (6). O primeiro dia do evento, que continua neste domingo (7), foi marcado por gritos de “volta, Bolsonaro”.
Presente no evento, o ex-presidente disse que a composição do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) está mudando, que chegou a um “ponto de inflexão e “não vai recuar” mesmo com o andamento das investigações contra ele. Bolsonaro também incentivou os apoiadores a votarem “com razão, não com emoção” em 2026 para que as mudanças possam ser feitas pelo Parlamento, “não com um toque de caneta”. Nos discursos, um dos temas recorrentes foi a ideia de anistia para Bolsonaro.
questionamento A reunião contou com a presença do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), apontado como possível candidato no lugar de Bolsonaro. Aliados do ex-presidente e até apoiadores procuraram descartar a possibilidade de uma substituição. O governador fez questão de destacar que o ex-presidente é o único líder da direita.
Em junho do ano passado, o TSE declarou o ex-presidente inelegível por oito anos por abuso de poder político e mau uso da mídia. Ele não poderá disputar eleições até 2030.
Na ocasião, o plenário analisou uma ação do PDT. O ponto central do caso foi a reunião realizada por Bolsonaro no Palácio da Alvorada, em julho de 2022, com embaixadores estrangeiros, na qual fez diversos ataques ao sistema eleitoral. O encontro foi transmitido ao vivo pela TV Brasil.
Neste sábado, Tarcísio participou de palestra ao lado de Jair Bolsonaro, da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), do senador Jorge Seif (PL-SC) e do também governador Jorginho Mello (SC).
Ao iniciar a fala do grupo, Nikolas Ferreira perguntou aos presentes: “Quem quer o Bolsonaro de volta em 2026?”. Os participantes reagiram com gritos e ondas positivas. Depois, em outro momento, os participantes começaram a gritar: “Volta, Bolsonaro”.
Ao chegar, Tarcísio apareceu acompanhado de Jorginho Mello, mas foi recebido na entrada por Bolsonaro, que fez questão de esperá-lo mesmo sob chuva fraca. O ex-presidente brincou que Tarcísio é o melhor governador do país, enquanto Jorginho é o mais “bonito”.
A certa altura, houve um comentário de um apoiador sobre a eleição de 2026, mas o restante do grupo reagiu gritando: “2026 é Bolsonaro”.
Jorginho disse ainda que espera mais vezes Tarcísio em Santa Catarina e depois acrescentou: “Mas ele [Bolsonaro] continua sendo meu candidato [à presidência].”
Em outra palestra, o deputado Marcos Pollon (PL-MS) afirmou que Bolsonaro é o único líder da direita hoje e que para ser considerado parte do grupo é preciso reconhecê-lo desta forma. Esse tipo de comentário se repetiu ao longo do dia.
O deputado estadual Gil Diniz (PL-SP) exigiu que governadores aliados se unissem para reverter a inelegibilidade de Bolsonaro e anistiar os presos do dia 8 de janeiro em vez de se posicionarem como potenciais sucessores do ex-presidente nas eleições de 2026.
“Ultimamente tem havido alguns governadores, figuras de expressão nacional, já apresentando seus nomes para a Presidência da República, mas o nosso pré-candidato à Presidência em 2026 se chama Jair Messias Bolsonaro”, disse Diniz.
“Aqueles que não usam a sua força política para tornar o presidente elegível para 2026, mantenham a calma, vão devagar”, acrescentou.
Tarcísio, por sua vez, afirmou que “a direita está unida e tem um líder, que é o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)”.
“O presidente [Bolsonaro] tem muito a contribuir. Esperamos muito do presidente Bolsonaro. Ele é uma força para nós, é a pessoa a quem recorremos quando temos um problema”, disse o governador.
Sobre a disputa autárquica de 2024, Tarcísio disse que “este ano é um ano de compromisso, de aparecer, porque este é um ano que vai construir 2026”.
“Tenho um pedido a fazer a você: não vamos permitir que a narrativa se sobreponha à realidade. Aprendemos o caminho. A direita está aqui, está unida e tem uma liderança que é o nosso presidente Bolsonaro”, reforçou.
O ex-presidente repetiu mais de uma vez que daria explicações em entrevista de duas horas à imprensa, mas no evento deste sábado não prestou nenhum esclarecimento.
“Imagina se no dia 8 de janeiro eu não tivesse saído do Brasil. Passei alguns meses no exterior e fui muito bem recebido. Voltamos para cá com todos os riscos, de todos os tipos. Grande mídia, ao vivo, estou pronto para ser ouvido por você. Vamos falar de baleias, presentes, golpes”, disse.
No dia 8 de janeiro de 2023, o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) foram invadidos por apoiadores de Bolsonaro, que vandalizaram as sedes dos três poderes. Houve casos abertos, prisões e condenações foram feitas.
Na quinta-feira (4), Bolsonaro e outras 11 pessoas foram indiciados pela Polícia Federal pela venda de joias sauditas apresentadas ao governo brasileiro durante a gestão do ex-presidente. Os crimes citados são lavagem de dinheiro, peculato e associação criminosa. Bolsonaro não mencionou diretamente o processo no sábado.
O ex-presidente afirmou: “Apesar dos problemas, apesar da Polícia Federal ter ido três vezes à minha casa e à casa dos meus filhos, hoje tenho uns trezentos casos, mas vale a pena. Não vamos recuar”, reforçou.
Questionada pela imprensa sobre a investigação, Michelle Bolsonaro respondeu: “Joias, que joias? Pergunte a quem os tem.
O ex-presidente também voltou a criticar a imprensa, tema recorrente em seus discursos: “À imprensa que me critica, aquela grande imprensa, estou à disposição para ser questionado durante duas horas ao vivo sobre qualquer coisa. Se você acha que vai me cansar, as redes sociais nos deram liberdade. Por isso querem me censurar”, disse Bolsonaro.
Bolsonaro sempre optou, quando esteve no governo e depois, falar pelas redes sociais e evitar a imprensa profissional para evitar questionamentos.
O deputado Bruno Engler (PL-MG) falou diretamente sobre o caso, dizendo que “inventam acusações malucas [caso da] jóia, porque eles não têm nada a dizer [sobre Bolsonaro]para tentar tirar um homem sério do jogo.”
Engler afirmou ainda que os candidatos de 2024 precisam ser mobilizados para atuarem como “eleitores eleitorais” em 2026. “Em 2018, agimos de forma covarde com Bolsonaro, porque ele não tinha prefeituras e mal teve o apoio dos parlamentares”, pontuou.
Bolsonaro e o PL, seu partido, têm planos de também formar maioria no Senado nas próximas eleições. A Câmara tem competência, por exemplo, para analisar impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-presidente e seus aliados também buscam aprovar uma anistia para ele.
O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), organizador do evento, disse que o grupo retornará ao poder em 2026. O lema, segundo ele, é “não pare, não tenha pressa, não volte atrás” .
Michelle Bolsonaro, que falou a seguir, afirmou que no Brasil “ainda há esperança”. “Porque a direita é uma direita que está formando líderes para liderar o nosso país que é tão abençoado e que está sendo mal administrado”, declarou ela.
Governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL) criticou o PT e disse que “se Deus quiser, em 2026 teremos Jair Bolsonaro como presidente do Brasil novamente”.
O ex-ministro Onyx Lorenzoni, por sua vez, afirmou que os conservadores precisam ter “paciência, resistir e persistir”. “A esquerda atua há 40 anos, enquanto a direita atua há sete anos”, afirmou.
A CPAC se apresenta como o “maior evento conservador do mundo no Brasil”. A cúpula é organizada pelo Instituto Liberal Conservador (ICL-BR), liderado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro. Entre os patrocinadores está a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso.
Neste domingo (7) está prevista a participação do presidente argentino Javier Milei, que chegará ao Brasil na noite de sábado.
07/06/2024 22:56:53
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