Mulheres com filhos de até seis anos, que necessitam de mais cuidados, enfrentam maiores dificuldades para conseguir oportunidade no mercado de trabalho. A informação é da terceira edição do estudo Estatísticas de Gênero: Indicadores Sociais das Mulheres no Brasil, da Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), lançado em março deste ano. Segundo a pesquisa, apenas 56,6% dos trabalhadores de 25 a 54 anos nesta situação estavam empregados em 2022. Quando não há filho, o nível de emprego sobe para 66,2%.
O retorno ao trabalho após a licença maternidade é marcado por diversas dificuldades para as mulheres. De acordo com pesquisa de Bilhete, pertencente à empresa francesa Edenred e que entrevistou 400 beneficiários da empresa, 52% das mulheres com filhos enfrentam preconceito no ambiente profissional, contra apenas 15% dos homens. Segundo a pesquisa, as mães são vistas como menos comprometidas, prejudicando suas chances de crescimento. Além disso, 25% das mulheres temem que as ausências por motivos familiares afetem suas carreiras e 24% percebem desconforto no ambiente de trabalho quando precisam cuidar da família.
Os dados são corroborados por um estudo realizado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), que constatou que, após 24 meses, quase metade das mulheres que gozam a licença de maternidade estão fora do mercado de trabalho, um padrão que se mantém mesmo 47 meses após a licença. A maioria das saídas do mercado de trabalho ocorre sem justa causa e por iniciativa do empregador.
Ainda assim, algumas empresas se destacam justamente por irem na contramão do mercado. É o exemplo da Fortesec, securitizadora que acaba de receber o selo GPTW (Ótimo lugar para trabalhar) pelo terceiro ano consecutivo. A certificação, que indica que a empresa foi reconhecida como um excelente lugar para trabalhar, é baseada em uma pesquisa anônima de clima, na qual os colaboradores são convidados a avaliar o ambiente de trabalho.
Segundo Gabriela Machado, gerente de RH, a empresa não apenas retém, mas também valoriza as mulheres presentes em seu quadro de funcionários, sejam elas mães ou não. “Engravidei durante a pandemia e, além das preocupações com minha saúde e do bebê, veio o medo de que isso pudesse prejudicar minha carreira”, lembra Gabriela. Funcionária da empresa desde 2017, ela conta que a notícia da gravidez foi bem recebida pela liderança e que se sentiu acolhida e respeitada durante todo o processo. Ainda em licença maternidade, soube que seria promovida a especialista. Após dez meses, ela foi convidada para integrar o conselho corporativo da empresa. “Foi uma experiência marcante, um reconhecimento de toda a minha dedicação, comprovando que ser mãe não precisa ser visto como uma limitação”, afirma.
Narelle Antunes, que atua como coordenadora na securitizadora, relata experiência semelhante à de Gabriela. “Entrei na empresa como analista da área de Controle de Obrigações e engravidei logo após o término do período experimental. Tive muito medo de que isso prejudicasse meu desenvolvimento profissional, mas em pouco tempo ficou claro que minha carreira não seria prejudicada pela maternidade”, descreve. Dois meses antes do nascimento da filha, Narelle foi promovida ao cargo de especialista e, logo após retornar da licença, passou para a função de coordenadora. “Além do reconhecimento, minha liderança demonstrou empatia com os desafios que um bebê pequeno traz, fazendo com que eu me sinta confortável sempre que preciso me ausentar ou ter maior flexibilidade de horário”, explica. A Fortesec também oferece aos colaboradores auxílio-creche e licença de até 120 dias para pais adotivos, independente do sexo.
Um dos maiores desafios do mercado de trabalho hoje é mudar a visão de que a mulher é a única ou principal responsável pelo cuidado dos filhos, para que a maternidade não seja um obstáculo na hora de conseguir um emprego ou desenvolver uma carreira. “Reconhecer a produtividade e o comprometimento dos profissionais é fundamental para acabar com preconceitos e criar uma cultura corporativa em que todos tenham oportunidades iguais de crescimento e reconhecimento”, reforça Gabriela.
A empresa também se destaca pela presença feminina em seu quadro de funcionários. Segundo pesquisa do Grupo FESA, as mulheres representam pouco mais de 30% dos cargos de liderança em empresas do setor financeiro. Na Fortesec, ocupam 38% dos cargos de liderança. “O mercado financeiro ainda é conhecido por ser majoritariamente masculino, mas as mulheres ocupam cada vez mais espaço”, finaliza Gabriela.
A Fortesec é uma securitizadora especializada em fornecer soluções para o mercado de capitais, com mais de R$ 11 bilhões em operações estruturadas de crédito em mais de 180 projetos espalhados por mais de 100 cidades do Brasil.
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