O evento aconteceu nesta quinta-feira (9/12), e o debate sobre diretrizes para sistemas alimentares e agricultura, o chamado ‘policy paper’ “Sustainable food Systems and Agriculture”, em inglês, que é composto por regras a serem integradas na proposta de agenda do setor privado para a Cúpula de Líderes do G20, marcada para 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro: aumentar a produtividade no campo, melhorar o acesso ao crédito para produtores rurais e fortalecer o sistema multilateral de comércio.
O relatório destaca que é crucial aumentar a produtividade no campo, e, para tal, “deve-se considerar o desenvolvimento e a expansão de tecnologias avançadas, sustentáveis e resilientes”, adoptando práticas de agricultura regenerativa, biotecnologias e assistência técnica agronómica aos produtores.
O grupo de trabalho também reforçou a sugestão de investir em modelos de financiamento inovadores para chegar aos pequenos agricultores. “Soluções produtivas precisam de financiamento para que as tecnologias climaticamente inteligentes cheguem a todos, com a agricultura desempenhando um papel crucial no combate às mudanças climáticas”, pondera o CEO global da JBS. Atualmente, segundo o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (Ifad) da ONU, menos de 4% dos investimentos para mitigar as alterações climáticas vão para a área da agricultura. Considerando apenas os pequenos produtores dos países em desenvolvimento, o percentual cai para menos de 2%.
Quanto ao fortalecimento do sistema multilateral de comércio agrícola com padrões não discriminatórios, os representantes indicaram que, neste caso, a Organização Mundial do Comércio (OMC) assume a liderança, “centralizando esforços e agindo para harmonizar a regulamentação sobre iniciativas sustentáveis e definir práticas regulatórias com base científica”, dizia o comunicado.
O evento de abertura da reunião ministerial do GT Agricultura do G20 contou com a participação dos ministros Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar), do diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) , Qu Dongyu, e o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes.
Durante seis meses, a Força-Tarefa para Sistemas Alimentares e Agricultura Sustentáveis reuniu 139 pessoas da cadeia produtiva e parceiros. As recomendações foram desenvolvidas com o objectivo de enfrentar os desafios da segurança alimentar e das alterações climáticas de uma forma integrada. Segundo Tomazoni, “o plano visa acelerar soluções para produzir mais, preservando a biodiversidade, capturando carbono da atmosfera, aumentando a resiliência dos sistemas de produção de alimentos, energia e fibras para as gerações futuras”.
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