O Ministro do Turismo, Celso Sabinoafirmou que seu partido, o União Brasil, não desistirá da candidatura do deputado Elmar Nascimento (União-BA) à presidência da Câmara. A ordem, até 1º de fevereiro de 2025, é conversar com todos os partidos para tentar construir uma ampla aliança em torno do nome do parlamentar.
Sabino tornou-se personagem central na disputa pela sucessão de Arthur Lira (PP-AL). Foi na casa dele, na segunda-feira, que Elmar e Antonio Brito (PSD-BA) Chegaram a um acordo para continuar na disputa, apesar dos apelos de Lira para que o nome consensual fosse o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB).
“O presidente Lira está buscando construir um consenso. Anteriormente, os candidatos eram Elmar, Brito e Marcos Pereira. Marcos Pereira desistiu em nome de Hugo Motta. E agora os três, com o presidente Lira, tentam construir um consenso em torno de um nome. Isso vai ser até a véspera da eleição, é sempre assim. Às vezes tem um nome e, no dia das eleições, muda para outro. Elmar e Brito fizeram esse acordo, que ninguém vai desistir até lá”, disse em entrevista ao Valor.
A decisão de continuar na disputa foi comunicada ontem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em reunião da qual participou, ao lado de Elmar e do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, que também é da União Brasil.
Segundo Sabino, a conversa com Lula foi “muito boa”. “Ele foi, como sempre é, muito receptivo, claro, transparente. Ficou muito claro ali que faltam cinco meses e ainda há muito a ser definido.”
O ministro disse que mesmo nomes do MDB, que já indicaram apoio a Motta, deverão ficar com Elmar. “A candidatura do Deputado Elmar é a candidatura de um de um grupo de deputados, não apenas do Deputado Elmar.”
Ele, porém, afirmou que o deputado não negociará com o PL a questão da anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro. O ministro disse que a posição da União sobre o assunto é clara, já que o partido votou contra o início da análise do projeto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) esta semana.
“Trabalhamos 24 horas por dia e vamos trabalhar, de hoje até 1º de fevereiro. Mas você tem o apoio do MDB? Contaremos com o apoio de todos até o dia das eleições. Até do PL? Até do PL. Mas você apoiará a anistia? Já falamos sobre isso na CCJ”, disse ela.
O ministro contou uma anedota ao ser questionado sobre por que deveria manter a candidatura de Elmar ao comando da Casa. A história serve para ilustrar que, na política, cinco meses é muito tempo e que não há motivos para desistir da eleição para a presidência da Câmara neste momento.
Segundo ele, num reino não muito distante, um prisioneiro condenado à morte convenceu o rei a dar-lhe um ano para ensinar um burro a falar. Se após esse período isso não acontecesse, ele poderia ser levado à guilhotina. Um amigo lhe disse que ele estava louco, que isso era uma loucura. E o preso ponderou que, num ano, muita coisa poderia acontecer: o rei poderia morrer, ele próprio poderia morrer, o animal poderia morrer. E o ministro acrescenta: “quando se trata de política o burro pode até aprender a falar”.
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